O Brasil conseguiu sua 1ª medalha na marcha atlética em Jogos Olímpicos, nesta quinta-feira, 1°. O brasiliense Caio Bonfim, de 22 anos, chegou em segundo lugar na modalidade do atletismo, durante a competição de Paris 2024. Ele concluiu os 20 km do percurso em uma hora 19 minutos e nove segundos, ficando quatorze segundos atrás de Brian Daniel Pintado, equatoriano que conquistou a primeira posição. Essa foi a quinta medalha da delegação brasileira nesta edição das Olimpíadas. 

A marcha atlética  é uma modalidade do atletismo em que não se pode correr livremente. Existem duas regras a serem seguidas: é obrigatório que um pé esteja em contacto com o solo antes de o outro avançar, e a perna de apoio tem que permanecer completamente esticada até que o pé da perna toque o chão. A modalidade figura nos Jogos Olímpicos desde 1908, em Londres, e a versão feminina da disputa estreou em 1992, em Barcelona. 

Geralmente, são percursos de 20 km nas provas femininas, enquanto nas masculinas as distâncias variam entre 20 e 50 km. Os percursos são feitos na rua, em circuitos de no mínimo 1 km e no máximo 2,5 km. Em Paris, a disputa aconteceu em circuito aos pés da Torre Eiffel. 

História do atleta

A edição de Paris se tornou a quarta participação de Bonfim nos Jogos Olímpicos. Ele esteve presente em Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020. Na edição do Rio de Janeiro das Olimpíadas, o atleta alcançou o quarto lugar, ficando apenas a cinco segundos do pódio. Agora, com a edição de Paris 2024, Bonfim se tornou o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha na modalidade. 

O atleta é de Sobradinho, no Distrito Federal, e tanto seu pai quanto sua mãe se dedicam à marcha atlética. Gianetti Bonfim, mãe de Caio, foi oito vezes vencedora na modalidade do Troféu Brasil de atletismo. Já seu pai, João Sena, é treinador de marcha atlética. 

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Após a prova em Paris, Caio disse que: “medalha no Brasil, na marcha atlética, não tem cor. Quando eu passei a linha de chegada no Rio, eu pensei se teria outra oportunidade de disputar os Jogos. Tive muito orgulho daquele quarto lugar. Abriu muitas portas”.

Na entrevista, o medalhista olímpico destaca a mudança na percepção do público sobre a modalidade. “Quando meu pai me chamou para marchar pela primeira vez, eu fui muito xingado naquele dia. Era muito difícil ser marchador”, explicou. Após sua participação na Rio 2016, o cenário mudou: “Na minha cidade, brinco que antes da Rio 2016 eu era xingado quando marchava. Depois de lá, mudou. As buzinas vinham seguidas de ‘vamos, campeão’”.

Atualmente, Caio Bonfim é o terceiro do ranking mundial. O atleta já conquistou  duas medalhas de prata e duas de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, em 2023, além de dois bronzes nos mundiais da modalidade.