Polêmicas da abertura das Olimpíadas forçam um encerramento mais modesto e tradicional
12 agosto 2024 às 09h17
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As Olimpíadas de Paris 2024 tiveram seu encerramento oficial na noite do último domingo, 11. Balizada pelas polêmicas que seguiram a abertura do evento, o encerramento do maior evento esportivo do mundo se apegou às tradições e falhou em manter o público cativado do começo ao fim. Atletas, membros da imprensa e espectadores começaram a deixar o Stade de France antes do fim.
A cerimônia foi dividida em dois momentos principais, um em Paris e outro em Los Angeles, contando com partes ao vivo e outras já gravadas. Comentaristas afirmaram que a transição entre esses dois cenários deixou a desejar, tornando o encerramento um pouco confuso e desconexo.
O início do encerramento foi bem protocolar, com a entrada dos atletas, a cerimônia do pódio da maratona feminina e a execução do hino da Grécia, país onde nasceu a competição esportiva. Na sequência veio o espetáculo do diretor de teatro Thomas Jolly.
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“Records”, como foi nomeada, a apresentação teve duração de meia hora e gerou aplausos contidos da plateia, com referências ao surgimento dos Jogos Olímpicos modernos, que ocorreu durante um congresso na Universidade de Sorbonne em 1894. Imensos aros acrobáticos ascenderam ao céu, formando os anéis olímpicos e simbolizando a realização do ideal do barão Pierre de Coubertin, um dos fundadores do comitê olímpico e o pai das Olimpíadas modernas.
Na sequência, vieram os discursos do do presidente de Paris-2024, Tony Estanguet, e do presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach.
“Vocês nos lembram que estamos vivos. Precisamos muito disso”, afirmou Estanguet, que lembrou os recordes quebrados nesta edição das Olimpíadas. Bach, por sua vez, destacou a resiliência dos atletas em um mundo repleto de guerras.
Um dos pontos que mais se destacou na cerimônia ocorreu quando os atletas invadiram o palco, que representava um mapa-múndi. A expectativa era que eles permanecessem ao redor do palco, e não sobre ele. Para a surpresa de todos, os organizadores precisaram pedir, pelo alto falante, que descessem para que o espetáculo pudesse ter sequência, provocando risadas na plateia.
Essa subversão dos atletas, de forma irônica, trouxe um toque de espontaneidade a um evento que parecia bastante rígido.
A apresentação final foi comandada pela cantora Yseult, que trouxe uma versão da canção “My Way”. Na sequência, os tradicionais fogos de artifício.
Los Angeles 2028
A transição entre os Jogos de Paris 2024 e Los Angeles 2028 contou com a participação de Tom Cruise, na França, e dos artistas Red Hot Chili Peppers, Billie Eilish, Snoop Dogg e Dr. Dre, esses na California.
A transição de Paris para Los Angeles também enfrentou alguns obstáculos no início, começando de forma um tanto atrapalhada. Primeiro, o tradicional momento de entrega da bandeira olímpica, onde a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, passou o pavilhão para sua colega americana, Karen Bass. A ginasta Simone Biles também apareceu no palco, limitando-se apenas a segurar a bandeira enquanto Tom Cruise descia de rapel do teto do estádio.
O ator do filme “Missão Impossível”, cercado por atletas, subiu ao palco, pegou a bandeira de Biles e deixou o Stade de France em uma moto.
A atenção então se voltou para os telões, onde Cruise logo desapareceu e a bandeira olímpica foi transportada até pontos icônicos de Los Angeles nas mãos de figuras marcantes do esporte americano, como Michael Johnson, medalhista do atletismo, e Jagger Eaton, que ganhou bronze em Tóquio-2020 e prata em Paris-2024 no skate.
Enquanto isso, Red Hot Chili Peppers, Billie Eilish, Snoop Dogg e Dr. Dre animavam um público reduzido diante de um posto de salva-vidas estilizado em uma praia de Los Angeles. Nesse ponto, o público do Stade de France começava a deixar as arquibancadas.
Como aconteceu na abertura, que foi muito prejudicada pela chuva, a transição entre o ao vivo no estádio e a transmissão nos telões não funcionava corretamente. O espetáculo só voltou ao normal no Stade de France quando Léon Marchand subiu ao palco com a chama olímpica. O balão com a pira olímpica, no fim, era apenas uma decoração.