Com espectáculo, a Copa do Mundo do Catar começou oficialmente neste domingo, 20. Prometeu show olímpico e teve até mesmo horários e data de estreia modificados para atender aos ensejos de país anfitrião. No estádio Al Bayt, a cerimônia durou 30 minutos e contou com projeções, show pirotécnico, e as participações de Morgan Freeman e do influencer catari Ghanim Al Muftah. O primeiro confronto será entre Catar e Equador, válido pelo Grupo A do torneio, às 13 horas. Esse será o único jogo do dia.

O discurso de Morgan Freeman, em meio às duras críticas sobre o desrespeito aos direitos humanos no Catar, foi em tom de incentivo à diversidade e inclusão.

As movimentações começaram com a apresentação do Emir do Catar, Tamim bin Hamad, ao lado do presidente da Fifa, Gianni Infantino. Em seguida, o campeão da Copa de 1998, Marcel Desailly – zagueiro da França – apareceu em campo carregando a taça do Mundial.

Após a contagem regressiva, exibiu-se um vídeo com imagens do Catar e de um tubarão baleia, “nadando” em direção ao estádio, sob a inconfundível narração de Morgan Freeman.

“Dessa terra ouvimos um chamado para o mundo, para reconectar, para retornar apenas por um momento para o que nos agrupa, para o que nos junta nessa jornada do leste para o oeste. Nós nos movemos juntos buscando um objetivo”, diz na narração.

Sob as luzes apagadas no estádio, três camelos estiveram ao centro do campo, assim como mulheres cataris, viajantes e tratadores. O ator Morgan Freeman, antes apenas na narração em áudio, apareceu no centro do campo ao lado do influencer catari Ghanim Al Muftah, que tem síndrome de regressão caudal.

Morgan Freeman pronunciou um discurso sobre inclusão e diversidade, mesmo em meio às duras críticas que o país-sede tem recebido por conta de violações aos direitos humanos e discriminação contra a comunidade LGBTQIAP+.

“Aquilo que nos une é maior do que aquilo que nos divide. Somos uma grande tribo e a Terra é nossa tenda. Juntos, podemos fazer o chamado para todos se juntarem a nós”, falou o ator, do centro do gramado. Em seguida, deu-se início às apresentações culturais, com representações das tradições do país do Oriente Médio. Danças, cantos e tambores marcaram o início da cerimônia.

Freeman e Ghanim saem de cena para a entrada de 100 artistas com bastões de led interagindo com as projeções no campo, ao som dos “cantos da nação”. Em seguida, as 32 bandeiras e camisas das seleções foram mostradas no gramado do estádio.

Nas músicas, ouvia-se uma mistura relembrando as criações que foram temas em outras Copas do Mundo -como The Cup of Life, cantada por Rick Martin, em 1998 na França, além de Waka Waka, de Shakira, da Copa da África em 2010. A cantora recusou o convite para comparecer ao evento.

Em meio as músicas, aparecem também os mascotes de Copa do Mundo que se passaram – entre eles o Fuleco, do Brasil, até a apresentação do mascote para a Copa do Catar: La’eeb. Ele tem o formato dos tradicionais lenços árabes e seu nome significa “jogador super habilidoso”.

No palco ao centro do campo, foi a vez das atrações musicais – mantidas e sigilo divulgadas apenas às vésperas da abertura, no último sábado. Apresentaram-se o cantor da banda sul-coreana de K-Pop BTS e o cantor catari Fahad Al Kubaisi – embaixador oficial desta Copa. Ao fim da apresentação, Morgan Freeman voltou ao centro do campo para discursar:

No último ato da cerimônia, o Emir Tamim bin Hamad al-Thani apareceu em cena mais uma vez. Assinou a abertura e subiu para fazer o discurso.

“Recebemos a todos de braços abertos na Copa do Mundo 2022. Nós trabalhamos e fizemos muitos esforços para garantir o sucesso desta edição.”

“Investimos para o bem de toda a humanidade. Durante 28 dias, vamos acompanhar essa festa de futebol nesse espaço de diálogo e civilização. As pessoas, por mais que sejam de culturas, nacionalidades e orientações diferentes, vão se reunir aqui no Catar. Que beleza juntar todas essas diferenças. Desejo a todas as seleções muito sucesso. Para todos vocês meus desejos de felicidades. Bem-vindos a Doha”, finalizou.

A cerimônia terminou com uma última entrada do mascote La’eeb, show pirotécnico na parte superior do estádio e o acender das luzes no Al Bayt.