*Com informações de Daniel Eric Farias

O Jiu-Jitsu é uma arte marcial que tem suas raízes no Japão, mas ganhou notoriedade mundial através dos mestres e praticantes brasileiros. Também conhecido como “a arte suave”, o Jiu-Jitsu enfatiza a técnica e a habilidade ao invés da força física, permitindo que um indivíduo mais fraco possa se defender de um oponente maior e mais forte.

Proprietário de uma academia em Goiânia, o advogado Ricardo André dos Santos disse que começou no Jiu-Jitsu em 2015 buscando fazer uma atividade física regular. “Quando dei uma pesquisada sobre arte marcial, verifiquei que o Jiu-Jitsu tinha uma história muito interessante iniciada pelos Gracie e é bastante eficaz. Como eu era uma pessoa mais magra, baixa, com uma estrutura corporal mais frágil na época, preferi fazer uma arte marcial que me desse uma confiança maior”, revelou.

Uma das principais características do Jiu-Jitsu é o foco nas técnicas de luta no solo. O objetivo é levar o oponente ao chão e, a partir daí, utilizar uma série de movimentos de alavancas, estrangulamentos e pressões para controlar e finalizar a luta. Ao dominar essas técnicas, um praticante habilidoso pode neutralizar um oponente em qualquer situação de confronto.

O advogado Ricardo André dos Santos é dono de uma academia de Jiu-Jitsu em Goiânia | Foto: LeoIran

“Hoje tem uma abertura muito grande de escolas, inclusive com turmas mistas, femininas, a acessibilidade está maior. O Jiu-Jitsu ficou mais familiar, não só de competição e por isso está tendo um aumento nos últimos anos”, comentou Ricardo dos Santos, que também é professor do esporte e faixa preta.

Além dos aspectos físicos, o Jiu-Jitsu também promove valores como disciplina, respeito, humildade e autoconfiança. Os praticantes aprendem a lidar com a pressão, a tomar decisões rápidas e a se adaptar a diferentes situações. Através da prática constante, desenvolvem-se não apenas habilidades técnicas, mas também um estilo de vida saudável e uma mentalidade equilibrada.

“Sou advogado, então não tenho perfil de competidor. Preciso estar inteiro para trabalhar no outro dia e o Jiu-Jitsu acaba sendo uma válvula de escape para poder fazer atividade física e acabou se tornando também para mim um negócio. Abri essa franquia no Setor Bueno, em conjunto com o professor Maeda, e conseguimos conciliar a prática, o campo empresarial e a profissão mesmo”, afirmou.

Ricardo dos Santos também observa uma crescente da adesão de mulheres ao esporte. De acordo com ele, em um passado não tão distante, alunas não eram 10% do total e hoje já é possível perceber uma taxa de 30%.

“De um tempo para cá, está tendo essa quebra de tabu, que o Jiu-Jitsu é um esporte só masculino, só para quem quer fazer força. Como é um esporte de contato, sempre teve muito essa situação da mulher ficar acanhada, mas o padrão da Gracie Barra previne muito esse tipo de situação para não dar desgaste, acolher e ter um cuidado maior com as mulheres. Está tendo um crescimento exponencial e tende aumentar”, avaliou.

Para Ricardo dos Santos, há um crescimento no número de mulheres que procuram o Jiu-Jitsu | Foto: LeoIran

Treinamento

O treinamento de Jiu-Jitsu é composto por diversas modalidades, incluindo exercícios de aquecimento, técnicas de solo, técnicas de quedas e rolagens, treinos de condicionamento físico e sparring, onde os praticantes têm a oportunidade de aplicar as técnicas aprendidas em situações de luta simuladas. A progressão é marcada pela obtenção de faixas, que vão do branca para o preta, refletindo o conhecimento e a experiência adquiridos ao longo do tempo.

O professor Cleomar Borges Neres, que entrou para o esporte há cerca de 25 anos, sendo 12 de faixa preta, enxerga com bons olhos a prática do Jiu-Jitsu em Goiás. Para ele, o esporte tem crescido no estado e tem espaço para mais adesões.

“Jiu-Jitsu está crescendo muito, há várias equipes boas, professores. Então, hoje tem opção para todo mundo treinar, nas periferias com projeto social. O Jiu-Jitsu é para todos e está fácil para qualquer um treinar, basta procurar uma academia com bons professores”, destacou.

O Jiu-Jitsu também se tornou um esporte competitivo, com torneios e campeonatos em todo o mundo. As competições são divididas por faixas e categorias de peso, proporcionando um ambiente justo para os competidores. Através das competições, os praticantes podem testar suas habilidades, desafiar-se a melhorar e medir seu progresso em relação a outros atletas.

Além dos benefícios físicos e mentais, o Jiu-Jitsu também pode ser utilizado como um método eficaz de defesa pessoal. Os conhecimentos adquiridos na arte marcial podem ser aplicados em situações reais, fornecendo aos praticantes a confiança e a capacidade de se proteger em momentos de perigo.

A engenheira de produção, Julia Marzanatti, e a policial civil, Gisela Lima, são alunas na academia de Ricardo dos Santos em Goiânia | Foto: LeoIran