Tem início nesta sexta-feira, 26, às 14h30 pelo horário de Brasília, os Jogos Olímpicos de Paris. Nesta edição, três modalidades voltam a integrar a lista de esportes praticados depois da inclusão feita nos Jogos Olímpicos de Tóquio de 2020. São eles: a escalada esportiva, o skate e o surfe. Apesar das inclusões, os jogos realizados no Japão não vão contar com três esportes: beisebol/softbol e o karatê. 

Especialistas esportivos consideram que essa mudança do Comitê Olímpico Internacional (COI) é uma tentativa de atrair público mais jovem, com objetivo de alcançar novos engajamentos. Critérios que justificam essa mudança são baseadas em rotatividade das categorias, alcance, popularidade, quantidades de federações nacionais, volume de competições internacionais e potencial atrativo midiático incluindo TV’s e internet.

Neste ano o Breaking faz estreia histórica nos jogos olímpicos e traz a cultura do Hip Hop. Segundo o calendário do evento, as provas da modalidade acontecem entre 9 e 10 de agosto. Serão 14 competidores, sete homens e sete mulheres. Os encontros são formados por quatro grupos de quatro atletas com rodadas de 60 segundos cada. As notas dadas pelos juízes são distribuídas entre cinco critérios avaliados.

A Musicalidade envolve o sincronismo dos movimentos da pessoa acompanhados da música. Também é considerada a interpretação dos ritmos, da batida e da melodia. Na Performance é avaliada a coerência e originalidade que fazem parte do estilo da dança apresentada, incluindo gestos e expressões. Originalidade, os avaliadores se atentam a capacidade do atleta de apresentar os movimentos criativos que mostram o estilo próprio do profissional. Em Técnica os pontos são dados a precisão, qualidade e fluidez na execução dos movimentos. Na Execução é observado a variação e intensidade dos movimentos feitos. 

Não há nenhum brasileiro previsto para as competições de Breaking no Jogos Olímpicos de Paris. Desde 2022, existe em Goiânia a Escola de Breaking de Goiânia (EBG), no Centro de Referência da Juventude, lugar onde atletas podem ingressar gratuitamente e se dedicarem todos os dias ao aperfeiçoamento da prática de dança. Localizada no setor Morais, a escola possui cerca de 50 alunos, divididos entre quatro turmas, sendo duas iniciantes e duas mais experientes. A faixa etária dos atletas varia entre 10 e 35 anos. 

O período de matrículas para Breaking é de 29/07 a 05/08. Entre em contato através do (62) 3932-3905. Acesse @esc.breakinggyn no Instagram para mais informações. As aulas são gratuitas. 

Em entrevista ao Jornal Opção, professores da instituição educadora e cultural compartilham como a prática do Breaking está estabelecida no estado de Goiás. E também como a estreia da modalidade nos Jogos Olímpicos de Paris é importante para o reconhecimento da dança por todos. 

Sobre o impacto local do Breaking alcançar ares olímpicos, Antônio Gomes de Sales (Smith Odélic), arte educador da Escola de Breaking de Goiânia, afirma que a visibilidade internacional influencia positivamente o interesse dos jovens na procura pela dança. 

É muito significativo para história e cultura a inclusão do Breaking nas Olimpíadas.  Veja, através da  Federação Goiana de Breaking e Dança Desportiva com o Projeto Circuito Goiano de Breaking — incluído no Ministério do Esporte — dá uma vantagem para o B-Boy ou B-Girl atleta praticante do Breaking, pontos de ranqueamento. E com esses ranqueamentos conquistados, o B-Boy ou B-Girl poderá adquirir o Bolsa Atleta pelo Breaking como Cultura. Não tínhamos essa vantagem! Com o Bolsa Atleta, patrocínio e a Escola de Breaking de Goiânia, poderemos ter a chance de qualificar um atleta para as Olimpíadas.

Smith Odélic, arte educador Escola de Breaking de Goiânia
Smith Odélic em atividade no Centro de Referência da Juventude em Goiânia

No contexto goiano, as atividades da Escola de Breaking de Goiânia são responsáveis em mostrar aos alunos que a categoria pode ser uma oportunidade de ocupar novos espaços através da dança. Stéfany Triciane (Fanny Wcd), arte educadora e professora de Breaking da EBG, reforça que o reconhecimento internacional da modalidade para as mulheres é de representatividade. Uma vez que durante muito tempo as competições de dança eram majoritariamente masculinas. 

 Costumo afirmar que o Breaking salva vidas. Eu sou uma pessoa que fui alcançada por essa arte muito antes de ser modalidade olímpica. Acredito que com essa visibilidade  a gente consegue alcançar muitas outras vidas. A prática do Breaking é muito saudável, trabalha a musculatura, melhora a respiração, aperfeiçoa o equilíbrio e a percepção. Além disso promove a integração social, uma vez que quem leva o Breaking como atividade profissional é necessário manter hábitos saudáveis que exigem disciplina.

Stéfany Triciane, arte educadora Escola de Breaking de Goiânia
Stéfany Triciane na Semana Estadual da Cultural Hip Hop de Anápolis-Go em 2023

A Canoagem cross também é uma das novidades do Jogos Olímpicos de Paris. A modalidade é uma prática extrema de canoagem slalom, que teve estreia nas olimpíadas em 1972 na cidade de Munique. Nesta nova modalidade quatro atletas competem entre si e largam ao mesmo tempo. Os dois primeiros competidores que alcançarem a chegada se classificam para próxima etapa em provas de mata-mata. Os brasileiros Pepê Gonçalves e Ana Sátila irão representar o país nos Jogos de Paris. 

Pepê Golçalves e Ana Sátila nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 | Fotos: arquivo pessoal, Miriam Jeske/COB respectivamente

Em entrevista ao Jornal Opção, Silvio Quirino, secretário de Turismo e Cultura de Hidrôlândia, contextualiza o cenário de canoagem em Goiás. A prática pelo esporte em Goiânia e região metropolitana iniciaram no Rio Caldas, saída pra Bela Vista e no Rio Dourados, em Hidrolândia.

Silvio Quirino, secretário de Turismo e Cultura de Hidrôlândia-GO

Nós conseguimos num trecho pequeno de mais ou menos 100 metros de pista de canoagem atrair um público significativo. A presença da canoagem cross nas Olimpíadas representa uma modernização dos jogos. A prática da canoagem volta os olhares para importância de preservação da água e do meio-ambiente.

Silvio Quirino, secretário de Turismo e Cultura de Hidrôlândia

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