Prefeito reeleito afirma que o eleitor retribui a boa gestão nos últimos quatro anos na cidade, que é preciso melhorar o que deu certo e corrigir os erros

“O foco tem sido na gestão, sem vaidade ou achar que ter derrotado o PT e o deputado Antônio Gomide nas urnas me deixa em outro patamar”, diz o prefeito reeleito de Anápolis, Roberto Naves (PP) | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

“Eu estarei cada vez mais focado e com cada vez mais vontade de fazer da nossa administração uma gestão mais eficiente, moderna, que realmente tenha como foco cuidar das pessoas.” Reeleito com 61,28% dos votos válidos no segundo turno em Anápolis, o prefeito Roberto Naves (PP) diz que o trabalho realizado nas áreas de saúde e social mudou a cara da gestão na cidade. “Se analisarmos as políticas públicas na área social, o que fizemos em quatro anos ninguém conseguiu fazer nos últimos 16”, destaca.

Naves enfatiza avanços na relação com o terceiro setor em Anápolis, principalmente na rede de voluntariado. “Foi por isto que a primeira-dama Vivian Albernaz criou o programa Voluntário de Coração. Toda pessoa que quer ajudar e tem interesse em participar de um serviço social se cadastra no Portal do Voluntariado, pelo qual o voluntário é direcionado.” O prefeito afirma que a parceria com o governador Ronaldo Caiado (DEM) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pode render ainda mais frutos para a cidade.

Euler de França Belém – É possível fazer uma segunda gestão melhor do que a primeira?
Esperam que o segundo mandato seja sempre pior do que o primeiro. Vamos mudar esta concepção. Faremos um segundo mandato muito melhor do que o primeiro. Na segunda-feira após a eleição, entrei em contato com o professor Carlos Nepomuceno, da UFRJ [Universidade Federal do Rio de Janeiro], que me ensina sobre inovação e tecnologia em gestão pública 4.0. Nepomuceno vem a Anápolis nesta semana para discutirmos a gestão.

Queremos aproveitar tudo que deu certo no primeiro mandato para melhorar estas ações e procurar acertar onde por acaso tenhamos errado. O foco tem sido na gestão, sem vaidade ou achar que ter derrotado o PT e o deputado Antônio Gomide nas urnas me deixa em outro patamar. Quem tem de fazer esta avaliação é a imprensa e a classe política. Eu estarei cada vez mais focado e com cada vez mais vontade de fazer da nossa administração uma gestão mais eficiente, moderna, que realmente tenha como foco cuidar das pessoas.

Quais ações e políticas públicas o sr. acredita que deram certo ao ponto de justificarem 61,28% dos votos válidos no segundo turno?
Quando assumimos em 2017, a prefeitura estava quebrada. Conseguimos colocar a casa em ordem. A prefeitura não fazia repasse às instituições do terceiro setor. Com recursos do governo federal e do município, fazemos mais de R$ 300 mil por mês de repasse para as instituições que cuidam do terceiro setor. Realizamos uma modernização na área social. Criamos o Zap do Social. No período de pandemia, as pessoas em situação de vulnerabilidade podiam fazer a solicitação da cesta básica com preenchimento de cadastro via WhatsApp para receber a cesta em casa sem qualquer tipo de politicagem.

Anápolis se tornou a única cidade do Estado de Goiás com um centro de acolhimento para mulheres vítimas de violência. Se analisarmos as políticas públicas na área social, o que fizemos em quatro anos ninguém conseguiu fazer nos últimos 16. Cuidamos das pessoas em situação de rua e vítimas de violência. Implantamos mais um conselho tutelar, novas unidades do Cras [Centro de Referência de Assistência Social] com busca ativa. Tudo funcionou da forma que tem de funcionar.

Criamos o Natal de Coração. A caravana do Papai Noel percorre os bairros da cidade. É uma ação que não vai aos bairros nobres e que leva o espírito natalino com a caravana do Papai Noel, com o trenzinho da alegria, com apresentação cultural, pipoca, algodão doce, brinquedo e foto. Queremos que as pessoas se sintam parte do município, não só aqueles que vivem no Centro da cidade ou em um bairro mais nobre.

Foi no social também que criamos o programa Graduação. É a primeira bolsa universitária municipal. Inclusive com bolsa integral para o curso de medicina acima de R$ 7 mil. Não temos um teto de gasto estabelecido para o Graduação. O valor da bolsa depende do curso. O aluno passa por um processo de até quatro fases no qual faz o cadastro, é avaliado por uma comissão e recebe uma visita para verificar se os dados fornecidos ao município são verdadeiros. O Graduação paga de 50% a 100% da mensalidade para que o estudante não abandone a universidade. Com isto, a taxa de evasão da universidade para quem mora na cidade é praticamente zero.

Criamos o Arraiana, que é o maior evento social do Estado de Goiás. São cinco dias de shows com entrada a um quilo de alimento não perecível. Em 2018 e 2019, Anápolis arrecadou mais de 160 toneladas de alimentos que foram utilizados para atender as pessoas carentes. Todo o evento é bancado pela prefeitura, mas as barracas que exploram comercialmente o Arraiana, que recebe cerca de 20 mil pessoas por dia, são escolhidas por chamamento público. Destinamos as barracas às instituições do terceiro setor: Rotary, maçonaria, abrigo dos velhos, lar das crianças, quem cuida de pessoas acamadas. Se estas instituições conseguem explorar economicamente o evento, a prefeitura as ajuda mais uma vez.

Augusto Diniz – Por que da aposta tão grande no terceiro setor?
O poder público é limitado. Não adianta achar que iremos fazer um trabalho social na ponta com a mesma eficiência do terceiro setor. Não iremos. Nunca foi feito com a mesma eficiência. Porque o funcionário público, seja concursado ou comissionado, tem hora para começar o trabalho e hora para terminar. O voluntário não. O voluntário não tem hora para terminar, só para começar. Porque faz por prazer. O voluntário encara aquele trabalho como uma missão.

Foi por isto que a primeira-dama Vivian Albernaz criou o programa Voluntário de Coração. Toda pessoa que quer ajudar e tem interesse em participar de um serviço social se cadastra no Portal do Voluntariado, pelo qual o voluntário é direcionado. Imaginemos que temos um pedreiro que quer tirar um dia da semana para ajudar uma instituição de caridade. Conseguimos direcionar aquele pedreiro para a instituição que precisa do trabalho voluntário daquele profissional. Um escritor que queira trabalhar com crianças. O programa aponta em qual instituição aquele trabalho se encaixa. Com o Portal do Voluntariado, a prefeitura consegue fazer a ponte entre o voluntário e a instituição.

Muitas pessoas querem ajudar, fazer diferente, cuidar de outras pessoas e transformarem a vida de uma cidade. Só que muitas não sabem como. O Voluntário de Coração lhe diz como. Você é um jornalista e quer cuidar de um idoso acamado no contraturno. Conseguimos direcionar a sua vontade de fazer um trabalho voluntário com a necessidade de determinada instituição. O Voluntário de Coração foi um grande diferencial na área social. Mas a grande bandeira da nossa reeleição não foi o social. A grande bandeira foi a área da saúde. O que fizemos em Anápolis foi uma grande revolução.

Euler de França Belém – O problema da saúde em Anápolis é histórico.
É um problema histórico em todos os municípios. Quando disse que iria reformular toda a saúde de Anápolis, eu escutava “você está ficando doido”, “não vai dar certo” e “ninguém conseguiu”. A equipe de marketing dizia: “Não faça isto. Ninguém vai reconhecer porque você tenta consertar de um lado, mas do outro lado alguns veículos de comunicação só irão mostrar o que deu errado”. Mesmo assim acreditados.

Nos últimos quatro anos, mesmo diante de crise econômica e pandemia, Anápolis é a única cidade do Estado e a terceira do País em que conseguimos montar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) pediátrica. O atendimento pediátrico em Anápolis é melhor do que o da iniciativa privada no Estado de Goiás. Criamos o Zap da Saúde. As pessoas pararam de acordar às 4 da manhã para ir a um posto de saúde ou à regulação tentar marcar um exame, uma consulta ou uma cirurgia. Você consegue fazer agora na palma da sua mão através do WhatsApp.

Algo que me incomodava muito era posto de saúde abrir às 7 e fechar às 11 horas e abrir às 13 e fechar às 17 horas. Na hora que o pai ou a mãe trabalhador chega em casa e vê que o filho está com febre ou tem uma dor de dente, o posto de saúde está fechado. Porque funciona em horários nos quais a grande massa de pessoas está no trabalho. Criamos a primeira Unidade Básica de Saúde (UBS) de horário estendido do Brasil, a unidade Parque Iracema. Fizemos mais cinco unidades que abrem às 17 e fecham às 22 horas.

Como resultado, desafogamos o atendimento na UPA. Não precisa mais todo mundo procurar atendimento na UPA. Para trocar uma receita, se estiver com dor de cabeça ou quebrar um dente, o paciente não precisa mais ir até a UPA. Através das UBSs de horário estendido, conseguimos desafogar todo o sistema. E conseguimos oferecer atendimento mais perto da casa da população. Não era uma medida que obedecia aos protocolos do Ministério da Saúde. Um ano depois de colocada em funcionamento, a medida virou um programa nacional do Ministério da Saúde. A primeira unidade foi criada em Anápolis no Parque Iracema.

Compramos aparelhos de mamografia. Anápolis zerou a fila de exames de mamografia. Precisamos fazer campanha para incentivar as mulheres a fazerem a mamografia. Se você marcar agora, seu exame será feito amanhã. Adquirimos aparelhos de raio-X. Fizemos toda a estruturação necessária na saúde. Iremos inaugurar em fevereiro a primeira UPA geriátrica do Brasil. Será uma unidade de atendimento exclusivo às pessoas da terceira idade e que necessitam de um atendimento diferenciado.

O Sistema Único de Saúde (SUS) é um sistema de saúde fantástico. Mas precisamos fazer alguns ajustes para que o SUS tenha a cara do que ocorre na iniciativa privada. Se você tem mais de 70 anos, você procura um geriatra. Se seu filho tem menos de 10 anos, você vai leva-lo ao pediatra. Começamos a definir polos específicos na estrutura do SUS que possam ter um trabalho mais específico. Com um trabalho mais específico é possível ofertar um serviço com mais qualidade.

Quando a pandemia da Covid-19 chegou, o Brasil inteiro bateu cabeça. Para nós foi mais tranquilo. Pegamos as cinco UBSs e horário estendido e transformamos em unidades de atendimento à Covid-19. A partir do Zap da Saúde, que era um meio de comunicação extremamente simples com a população, criamos o Zap do Corona, o que nos possibilitou ofertar o serviço de telemedicina. Quando a pandemia atingiu o Brasil, todo mundo começou a comprar respirador.

Anápolis já contava com 16 respiradores na caixa. Já estava prevista a ampliação do número de leitos de UTI na cidade. Conseguimos colocar 50 leitos de UTI para funcionar e 80 leitos de enfermaria. A taxa de ocupação máxima que atingimos em Anápolis foi de 80%. Com um detalhe: criamos uma rede própria para atender o anapolino. Não usamos leito do Estado. 100% dos anapolinos foram atendidos da rede do município. Quem precisou foi atendido na nossa rede.

“Queremos aproveitar tudo que deu certo no primeiro mandato para melhorar estas ações e procurar acertar onde por acaso tenhamos errado”

“Eu estarei cada vez mais focado e com cada vez mais vontade de fazer da nossa administração uma gestão mais eficiente, moderna, que realmente tenha como foco cuidar das pessoas” | Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção

Augusto Diniz – Qual a preocupação Anápolis tem com o que tem sido chamado de segunda onda da Covid-19 no Brasil?
Sou farmacêutico bioquímico. Como tivemos uma primeira onda no Brasil com zero imunidade de rebanho, cientificamente é quase impossível ter uma segunda onda do tamanho da primeira. Se conseguimos enfrentar a primeira onda com atendimento necessário às pessoas que tiveram Covid-19 e ao mesmo tempo possibilitamos que o pai de família pudesse trabalhar, enfrentaremos a segunda onda da mesma forma.

Anápolis foi a cidade do Estado de Goiás que passou menos tempo fechada. Em 15 dias estruturamos a saúde e reabrimos a cidade. Mesmo no período de pandemia, os dados do Caged [Cadastro Geral de Empregados e Desempregados] mostram que Anápolis teve um salto positivo, com geração de emprego, à frente de Goiânia e Aparecida de Goiânia. Só perdemos para Cristalina pelo boom do agronegócio naquele período. Conseguimos fazer o equilíbrio entre o combate à pandemia e a manutenção da economia. Vamos manter a mesma seriedade, a mesma determinação, para que possamos enfrentar a possível segunda onda.

A segunda onda deve chegar a Goiás a partir do dia 15 de janeiro. Estamos aproximadamente 90 dias atrás do que ocorre em São Paulo na pandemia. Buscamos alternativas para que possamos ter a vacina contra a Covid-19 o quanto antes.

Euler de França Belém – Anápolis irá buscar uma vacina?
Estamos trabalhando. O presidente estadual do Progressistas, secretário Alexandre Baldy, verifica a possibilidade de Anápolis adquirir a vacina Coronavac junto ao governo de São Paulo para termos acesso às doses com mais rapidez. Também trabalhamos junto ao governador Ronaldo Caiado (DEM), que tem negociado com o secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, a busca por outra vacina que não seja a chinesa.

Augusto Diniz – Como o sr. avalia a postura do Ministério da Saúde, que ainda não apresentou qual será o plano emergencial de vacinação contra a Covid-19?
O Brasil é exemplo de imunização para o mundo. Sem tem uma coisa que funciona, e funciona muito bem, neste País são as campanhas de imunização. Muita gente cobra um plano de imunização por parte do Ministério da Saúde, mas todo ano é feito um plano. Todo ano temos a vacina da gripe e várias vacinas que são utilizadas para realizar a imunização em massa. O modus operandi já existe. O Ministério da Saúde irá fazer adequações. Não temos por que cobrar do ministro Eduardo Pazuello algo que já existe. Até que se tenha uma vacina aprovada em todos os estágios para que o ministério possa comprar, Pazuello tem de ser cauteloso.

Concordo com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quando diz que precisamos de uma vacina segura. Precisamos de uma vacina na qual tenhamos a certeza de que irá cumprir seu objetivo de fazer a imunização em massa. O Ministério da Saúde tem o dinheiro e tem toda a estrutura de imunização descentralizada para todos os municípios a partir do momento em que tivermos uma vacina. A dificuldade que as pessoas veem neste processo eu não consigo enxergar. Não vejo desta forma porque se tem uma coisa que funciona neste País e funciona muito bem é a imunização.

Já enfrentamos quantas crises? Paralisia infantil, gripe H1N1 e outras doenças. Não vejo problema. O problema que temos é qual o momento em que a vacina estará realmente pronta, com 100% de segurança e eficácia, para que possamos usar.

Euler de França Belém – O sr. irá se vacinar?
Na primeira dose que puder. Não disse que irei furar fila. Mas no momento em que tiver condição de tomar, com certeza.

Augusto Diniz – O movimento de negociação junto com o presidente do Progressistas para comprar a vacina de São Paulo é uma tentativa de antecipar uma ação tardia do Ministério da Saúde?
Sou prefeito de Anápolis. Fui reeleito. Trabalharei pela reeleição do governador Ronaldo Caiado e do presidente Jair Bolsonaro. Não tenho duvida quanto a isto. Mas a primeira coisa que disse é que sou prefeito de Anápolis, então irei cuidar do meu povo. Para cuidar do meu povo, buscarei sempre estar na vanguarda de qualquer movimento. Seja na vanguarda da vacinação, como foi na recepção dos brasileiros e suas famílias que vieram da China – que outros municípios não tiveram a mesma coragem –, não tenho dificuldade.

Não entro em disputa política no nível federal. Nem tenho motivo por ter meu lado, que é o do presidente Jair Bolsonaro. Meu governador é Ronaldo Caiado. Mas, acima de tudo, fui eleito com os votos das pessoas de Anápolis. É por isto que não tenho obrigação qualquer em concordar com decreto de A ou B. Farei sempre o que for melhor para a minha cidade. Tenho certeza de que o governador fará sempre o que for melhor para o Estado. E o presidente para o País.

“O diferencial foi enfrentar a crise econômica, enfrentar a crise política e moral, enfrentar a pandemia e mesmo assim conseguir avançar”

“O apoio do presidente Jair Bolsonaro foi fundamental. O apoio do governador Ronaldo Caiado foi fundamental. O apoio das instituições religiosas foi fundamental. Mas tudo isto precisa ser somado ao candidato” | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Euler de França Belém – O sr. falou sobre o que fará na saúde. E o que o sr. pretende fazer na educação?
Falei sobre o que fizemos na saúde. Ainda faremos a UPA geriátrica e o Hospital Municipal. Podemos avançar mais na educação. Fomos a segunda cidade do Centro-Oeste que mais investiu em educação. Vamos continuar na mesma linha. Teremos grandes desafios. As pessoas estão muito preocupadas com o retorno das aulas. Estou muito preocupado em restabelecer o vínculo com o aluno. Tem muita gente preocupada com o conteúdo. Continuo muito preocupado em restabelecer o vínculo com o aluno.

Viemos de um período de nove meses no qual o aluno perdeu o convívio escolar, a prática, o costume. O estudante perdeu o vínculo com a escola. Não será mais a mesma coisa colocar o aluno na sala de aula. É preciso preparar o ambiente e ter professores qualificados e preparados para que possamos acolher este aluno. Se acharmos que iremos usar o ano de 2021 para recuperar o ano de 2020, será o caos da educação. No primeiro momento, precisamos estar preocupados com o aluno que não quer voltar à escola. É um aluno que perdeu o costume de ir ao colégio e não quer ir mais.

O aluno acha que consegue resolver tudo do celular, do tablet ou do computador. Há necessidade de se fazer campanhas para conscientizar os pais e a população da necessidade de restabelecer o vínculo. Quando conseguirmos restabelecer o vínculo e trouxermos a criança e o adolescente para a escola, aí sim será a hora de nos preocuparmos com recuperação de conteúdo. A recuperação de conteúdo é o menos importante. Não conseguiremos recuperar um ano de conteúdo no ano letivo de 2021. Temos de respeitar o timing e a capacidade de absorção de conteúdo de cada aluno.

Trabalhamos para que possamos investir cada vez mais na educação com a construção de quadras, com reforma das escolas, instalação de ar condicionado em todas as salas, para que o ambiente seja o mais agradável possível para o aluno restabelecer o vínculo.

Euler de França Belém – A Prefeitura de Anápolis irá colocar ar condicionado nas salas de aula?
Já colocamos em mais de 60% das salas. O aluno irá perceber que o ambiente está mais tranquilo. São 14 quadras cobertas em construção nas escolas. Trabalhamos para reformar várias escolas com problemas no telhado. Precisamos criar um ambiente novo e mais propício para o aluno se sentir realmente confortável. Para que o aluno sinta prazer em ir para a escola. É uma preocupação que temos e trabalhamos para garantir o ambiente adequado.

A segunda preocupação é resgatar o conteúdo que foi perdido em 2020 e diluí-lo nos próximos dois a três anos. Não adianta ter pressa na educação, principalmente quando se trabalha com alunos de faixa etária abaixo de 15 anos. É preciso respeitar cada ser humano com a sua individualidade. Cada um tem um potencial de aprendizado diferente. É uma preocupação que tenho como educador e que já estamos trabalhando em Anápolis.

Euler de França Belém – Como está a situação dos CMEIs [Centros Municipais de Educação Infantil] e creches durante a pandemia?
Os CMEIs e creches não estão funcionando. O que tem ocorrido é a mãe deixar o filho com o avô ou a avó. É realmente muito complexo colocar os CMEIs para funcionar, principalmente com a possível chegada da segunda onda.

Euler de França Belém – Propostas como o funcionamento dos CMEIs no período de férias escolares e funcionar com horário estendido são possíveis de serem adotadas em Anápolis?
Muitas questões são possíveis de se avançar para CMEIs e creches. Temos uma proposta de criar uma creche noturna para verificar se realmente existe a demanda. Como educadores, temos de tomar cuidado para garantir o mínimo de convivência entre a mãe, o pai e o filho. Senão podemos criar um problema social. É interessante ter a creche que funcione de 7 às 22 horas. Mas a criança ficará com o cuidador todos os dias de 7 às 22? E o vínculo? Qual será a estruturação desta família?

Ter a creche à noite para atender crianças de mães que trabalham naquele turno é uma possibilidade. No período em que a mãe está no trabalho, a criança está na escola. Estender o horário para atender a necessidade é aceitável. O que não podemos é terceirizar o vínculo familiar. É o que precisamos tomar cuidado.

Augusto Diniz – O ministro da Educação, Milton Ribeiro, tem insistido nas últimas semanas que chegou a hora de retomar as atividades presenciais na educação. Qual é o momento que Anápolis vive em relação às atividades presenciais? Existe um planejamento para retomar a rotina escolar?
Concordo com o ministro de que precisamos retomar as atividades presenciais. Mas o momento da retomada será definido principalmente pela imprensa e pela política. Retomar com insegurança não dá. E a imprensa é fundamental para que possamos comunicar e passar a segurança. Enquanto estivermos neste clima de divisão… uns acreditam que está no momento de retomar, outros dizem que o momento não é este. Vivemos um clima de insegurança. O clima de insegurança é o pior que podemos ter para retomar o vínculo do aluno com a escola.

“A grande bandeira foi a área da saúde. O que fizemos em Anápolis foi uma grande revolução”

“Quando disse que iria reformular toda a saúde de Anápolis, eu escutava “você está ficando doido”, “não vai dar certo” e “ninguém conseguiu” | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Euler de França Belém – A sensação de segurança não virá só com a vacinação?
Se o clima de segurança só vier com a vacinação, só teremos aulas presencias quando houver vacinação. Não tem qualquer vacina no mundo em desenvolvimento para as crianças.

Euler de França Belém – As crianças não podem tomar vacina contra a Covid-19?
Nenhuma foi testada em criança. É uma discussão que precisa começar a ocorrer. A primeira dúvida é se a vacina desenvolvida para idosos poderá ser aplicada em crianças. Se a mesma vacina para idoso puder ser dada para criança na mesma dose, com a vacina resolvemos o problema. E se a vacina não puder ser aplicada em criança? Vamos esperar quantos anos para poder retomar as atividades presenciais?

Há problemas que precisamos enfrentar. E não temos vacina em desenvolvimento para criança. Não temos crianças como voluntárias de testes. Então nunca voltaremos? Está na hora de os líderes políticos, classistas e da imprensa tentarem falar a mesma língua. Estamos brincando com o futuro de uma geração inteira. Voltar hoje, do jeito que está, não adianta. A própria insegurança é um motivo para a criança não ir à escola. E não voltará jamais a ter vínculo com a escola.

Patrícia Moraes Machado – O psicológico da criança está abalado.
A criança está abalada. O pai está abalado. A mãe está abalada. Um serviço volta e outro não. É uma confusão. Quando teremos vacina para as crianças? As autoridades sanitárias precisam se pronunciar sobre a relação da Covid-19 com as crianças, se teremos ou não vacina para as crianças. São questões que precisam ser discutidas. Não é simplesmente dizer “vamos voltar porque tem vacina”. Mas iremos vacinar os adultos. As crianças irão receber a mesma dose? Será uma dose mais diluída? Quem tem pesquisado esta questão?

Eu defendo que é preciso retomar as atividades presenciais. Janeiro ou fevereiro seria o momento da volta às escolas, com ou sem segunda onda. Só que precisamos passar tranquilidade e segurança para as famílias. Precisamos falar francamente. O que está fechado no Brasil? Nada. O pai sai, tem contato com o vírus e volta para casa. As crianças estão expostas da mesma forma.

Patrícia Moraes Machado – As festas voltaram.
Bares, restaurantes e trabalho. Está todo mundo na rua. Nós estamos aqui trabalhando. Qual a diferença para as entrevistas anteriores? A máscara. Se o problema for uso de máscara, temos de organizar para que as crianças possam usar máscara. Se todo mundo pode trabalhar, por que a criança não pode ter o direito de estudar?

Euler de França Belém – Quais são as ações que o sr. pretende adotar para incentivar a geração e melhoria do emprego, da renda e da redução das desigualdades?
Terminaremos de implantar o primeiro Distrito Agroindustrial Municipal de Anápolis, que está em fase de permuta. Será instalado na Região Norte da cidade para atuarmos também na mobilidade urbana e no trânsito. Inauguramos o Ceitec, que é o Centro de Empreendedorismo e Inovação Tecnológica. Várias pessoas não conseguem entrar no mercado de trabalho por simples detalhes. A pessoa é um profissional liberar recém-formado em Arquitetura, mas não tem uma sala atender o cliente e não tem um computador com impressora para imprimir o projeto. A prefeitura irá ofertar estes espaços através dos coworkings. Em janeiro já teremos o primeiro coworking público em Anápolis no Ceitec.

Muitos jovens, como eu quando cheguei em Anápolis, que querem empreender e criar algo. Notamos que existem muitas políticas públicas para ofertar cursos de formação para a busca do emprego. Temos parcerias com o Sesc e com o Sesi, contamos com o Espaço da Oportunidade, que oferece cursos para pessoas que querem se qualificar e ter uma oportunidade de trabalho e um salário melhor.

Mas uma coisa que não é preocupação de grande parte dos gestores é a parcela da população que não quer um emprego. A pessoa quer empreender. É por isto que teremos as primeiras startups e as primeiras incubadoras para que a prefeitura possa dar aquele empurrão que a pessoa precisa. Quando fui abrir o primeiro colégio, eu não tive apoio de ninguém. A pessoa que quer empreender no nosso País não tem apoio. Se você quiser montar um jornal hoje, que apoio você tem?

É uma mentalidade muito clara nos países desenvolvidos europeus e principalmente nos Estados Unidos. O jovem precisa ter mais oportunidade. Se você quer arrumar um emprego, a prefeitura oferece qualificação através dos cursos do Espaço da Oportunidade. Através do Sine [antigo Sistema Nacional do Emprego, agora Trabalha Brasil], a pessoa faz a ponte e encontra o emprego. Se você não quer um emprego, é um profissional liberal formado e precisa de um espaço para começar o seu negócio para trabalhar como advogado, arquiteto, engenheiro, psicólogo, a prefeitura, através do coworking, dará a oportunidade a estas pessoas de trabalhar.

E se você é um gamer: quem lhe apoia hoje? Se você quer empreender, criar algo diferente, não existe uma política pública para lhe apoiar. O que é pior. Muitas vezes os empreendedores são marginalizados no nosso País com excesso de carga tributária. A confusão é enorme para conseguir empreender. Nós iremos ter um olhar diferente para o empreendedorismo.

Instalaremos o Distrito Agroindustrial Municipal. Trabalhamos para ampliar o Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia) junto com o governador. Junto com o ministro Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, o Centro de Convenções irá se transformar no maior centro tecnológico de linhas férreas do Brasil. Será anunciado em janeiro. Trabalhamos em parceria com Sesi e Senac para qualificar a mão de obra que queira trabalhar na indústria e no comércio fortes de Anápolis. Precisamos pensar no profissional liberal com o coworking e no empreendedor que quer começar o seu negócio por meio das startups e incubadoras.

“Trabalhamos com o auxílio como algo temporário. Não podemos ter um auxílio emergencial que seja infinito”

Prefeito reeleito de Anápolis, Roberto Naves (PP), em entrevista aos jornalistas Euler de França Belém, Augusto Diniz e Patrícia Moraes Machado: “Seria a assinatura de incompetência do poder público. O poder público não tem de dar só o auxílio” | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Euler de França Belém – O economista Alexandre Schwartsman diz que mais de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro vem do setor de serviços, mas que o assunto não é discutido nas campanhas. Qual é o peso dos serviços na economia de Anápolis? O que o sr. propõe para o setor?
Anápolis tem uma característica um pouco diferente. A industrialização é muito forte, principalmente com as indústrias farmoquímicas. Em uma cidade com 400 mil habitantes, naturalmente os serviços são muito fortes. O serviço dos profissionais liberais é muito forte. O setor de serviços de Anápolis está muito ligado a serviços básicos ou terceirizados para atender a indústria. Há uma gama enorme de serviços terceirizados para atender o Daia.

Os serviços estão diretamente ligados ao município e não ao Estado. O setor de serviços não paga ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços], mas ISSQN [Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza]. Ao falar na criação do coworking e das startups, o pensamento é exclusivamente no setor de serviços.

A pessoa está no ensino médio e acha que o maior desafio da vida é o vestibular. Presta o vestibular e descobre que não era. O maior desafio será conseguir trabalhar para formar. Depois de formado, a pessoas descobre que nada daquilo era desafio. O grande desafio é arrumar uma vaga no mercado na área de formação, principalmente na área de serviços.

Temos uma tabela de ISSQN, um programa para o setor de serviços chamado Mais Empregos Menos Impostos, que colocaremos para funcionar em 2021. A proposta é aquecer os serviços. Não é voltado para a indústria, mas para o setor de serviços. Vamos imaginar que uma empresa tinha 15 funcionários antes da pandemia. Em 2021, quando a empresa contratar o 16º funcionário, a prefeitura irá abater parte do salário em impostos. Forço a empresa a manter o mesmo número de funcionários do início da pandemia para nova vaga de trabalho ser revertida em desconto nos impostos municipais para ajudar a pagar o salário.

É uma medida que dá a possibilidade de aquecer o setor de serviços. Com mais empregos, o número de consumidores aumenta. Circula mais dinheiro. O setor de serviços depende desta engrenagem.

Euler de França Belém – Se um empresário de qualquer outra parte do Brasil ler esta entrevista e quiser conhecer o novo distrito agroindustrial, qual será o foco de atuação deste polo em Anápolis?
Um empresário que estiver lendo esta entrevista e tiver uma empresa limpa de tecnologia, o destino será o distrito municipal. Se for uma indústria pesada, a casa desta fábrica será o Daia. Temos área tanto no Daia como temos condição de destinar o terreno no distrito municipal. O novo distrito é ecologicamente correto. Anápolis é a única cidade do Estado que tem Uso do Solo e alvará de construção 100% on-line. O empresário consegue aprovar o projeto de construção sem precisar vir a Anápolis. Direto da China, por exemplo, sem pisar na cidade. Da mesma forma, é possível tirar o Uso do Solo definitivo para poder construir sem precisar vir a Anápolis.

Com o novo contrato assinado com a Saneago, o maior desafio que teremos – e iremos conseguir alcançar – será unificar na certidão de Uso do Solo à Análise de Viabilidade Técnica Operacional (AVTO), ao Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) e ao Relatório de Impacto de Trânsito (RIT). Para comprar uma área, a pessoa retira uma certidão de Uso do Solo que diz que está autorizado a construir naquele local. Mas se a Saneago disser que não tem viabilidade de água, não pode mais construir o prédio. Quando a pessoa comprou podia, agora não pode mais. A pessoa compra a área e o Uso de Solo diz que pode construir um prédio, mas se o EIV não autorizar a obra não sai do lugar.

Precisamos dar mais segurança para que o empreendedor possa investir em Anápolis. O que pode ser feito com a redução da burocracia burra. Se você tem um documento chamado Uso do Solo, precisamos passar a fazer um estudo de impacto ambiental, um estudo de trânsito e um estudo de viabilidade no que diz respeito à água prévia. Na matriz do imóvel, no Uso do Solo, todos os estudos virão acoplados.

Fizemos georreferenciamento em toda a cidade. Vamos mapear a cidade na viabilidade de água. Está em andamento o mapeamento da viabilidade do trânsito por meio do Plano de Mobilidade Urbana. E aí o empresário precisará de um único documento, que é o que ocorre em outros países. Por isto é muito menos burocrático. Porque consegue agrupar uma série de autorizações em um único documento. Não justificar ter de tirar o Uso do Solo, depois a AVTO não autoriza a obra, o impacto ambiental libera, o de trânsito diz que não pode. Pode ou não pode?

“Anápolis é a única cidade do Estado e a terceira do País em que conseguimos montar uma UPA pediátrica”

“O atendimento pediátrico em Anápolis é melhor do que o da iniciativa privada no Estado de Goiás” | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Augusto Diniz – Um problema antigo de Anápolis é a distribuição de água. O que mudou no novo contrato com a Saneago? O que a prefeitura espera que mude no serviço? Como a gestão municipal passará a acompanhar o trabalho da Saneago?
O contrato anterior era um contrato de concessão, que dava o direito de explorar, mas não obrigava a Saneago a fazer. O novo contrato é um contrato de programa. A prefeitura contrata a Saneago para executar um cronograma. É diferente. A Saneago não tem mais a concessão da água. A empresa é contratada pela prefeitura para executar um cronograma. Muda radicalmente.

Em janeiro iremos instituir a Agência de Regulação do Município, que ficará responsável por fiscalizar e cuidar dos contratos. Sejam contratos de transporte coletivo ou da Saneago para acompanhar de perto a execução.

Euler de França Belém – Não irá faltar água em 2021?
É uma pergunta muito genérica. Se você perguntar se não vai faltar água bruta, posso responder. Só que faltar água não depende só da água. As duas vezes em que faltou água em Anápolis no ano de 2020, o problema foi falta de energia. Como você garante que um poste não irá cair? Como você garante que um raio não irá cair? O que podemos garantir, e neste ano foi assim, é de que Anápolis não irá sofrer uma crise hídrica por falta de água bruta.

Quando faltou água em Anápolis em 2020 – mesmo assim faltou muito menos do que em anos anteriores –, faltou por problemas elétricos. Uma vez um poste caiu e faltou água. Sem energia não tem como bombear água. Trabalhamos para exigir que a Enel troque todos os postes, todos os cabeamentos, modernize e instale uma miniusina geradora no sistema do Rio Piancó. Um problema será reduzido, que é a falta de água por falta de energia. A Saneago está com o estudo ambiental pronto para fazer a construção da barragem. Juntamente com a barragem, a transposição que fizemos do Rio Capivari para o Piancó. É uma obra que me dá a tranquilidade de dizer que não irá faltar água bruta.

No cronograma de trabalho, é preciso dar manutenção na rede. Se o cano estoura também falta água. O faltar água é muito amplo. O trabalho tem sido muito árduo. Temos feito os investimentos para que não falte água bruta e água tratada. Temos feito os investimentos para trocar as tubulações mais antigas. E cobramos os investimentos da Enel para que não falte energia. Em 2020 não faltou água bruta em Anápolis. Não faltou água tratada. Mas a água não chegou à torneira do anapolino, que tem razão em ficar bravo. Só que não chega por causa da energia.

Augusto Diniz – Como está a relação da prefeitura com o Enel? O que precisa melhorar no fornecimento de energia em Anápolis?
Euler de França Belém – O presidente da Sony disse à revista Veja que a dificuldade de instalar uma fábrica no Brasil é a insegurança de energia elétrica. Como o Daia lida com a instabilidade no fornecimento de eletricidade?
A Enel ampliou o fornecimento de energia com a criação da subestação do Daia. Desde a inauguração da subestação, a Enel garantiu a carga de energia necessária para que as empresas possam funcionar. Precisa ampliar cada vez mais. Para melhorar o fornecimento de energia, trocamos cerca de 50% das lâmpadas da cidade por lâmpadas de LED. Gera uma economia para o município e alivia a carga de energia.

A Enel encontrou uma estrutura muito antiga, totalmente defasada. O que a Enel precisa fazer é que eu e o governador temos cobrado: investir uma quantidade de dinheiro maior em curto prazo de tempo. Porque a população não aguenta esperar. Trabalhamos para que isto ocorra. Conversei sobre este assunto com o governador. O investimento que a Enel tem feito em Anápolis pode ser realizado com maior volume. Nós gestores queremos que o investimento seja feito no menor tempo possível para que possamos ofertar um serviço de qualidade para a população. Precisamos avançar no que diz respeito à Enel.

Euler de França Belém – A criação da Zona Franca foi abandonada?
Ainda existe a discussão sobre a criação da Zona Franca do Daia. Existia a possibilidade. Não sei em que situação está o assunto. Com o aeroporto de cargas, a plataforma logística e as linhas férreas, Anápolis tem todas condições e características para que isto ocorra.

Augusto Diniz – O sr. disse que em janeiro será anunciado o centro de desenvolvimento de linhas férreas. O que já está definido?
A área da ferrovia Norte-Sul que passa ao lado do Centro de Convenções irá receber diversas empresas, inclusive a Rumo Logística, de desenvolvimento de tecnologia. Várias empresas do ramo de linhas férreas se instalarão no local e poderão utilizar tanto parte da estrutura do Centro de Convenções como o pátio de manobra e a ferrovia Norte-Sul. Aquela área será um grande complexo de desenvolvimento tecnológico de linhas férreas.

Augusto Diniz – Como estão as obras do Centro de Convenções e da ferrovia Norte-Sul?
O Centro de Convenções está pronto. A parte do governo federal diz respeito às empesas que virão. Será feito um pátio de manobra de trilho para poder fazer os testes, que aproveita parte da ferrovia Norte-Sul.

“Que a Vanuza possa fazer com que Porangatu cresça cada vez mais. O que a prefeita precisar, Vanuza pode contar comigo”

“A primeira casa de Porangatu que teve uma antena parabólica foi a de Eronildo e Vanuza Valadares. Era lá que eu assistia aos jogos do Vascão” | Foto: Reprodução/Facebook

Euler de França Belém – E como ficou a gestão do Centro de Convenções?
A gestão está com o governo do Estado.

Euler de França Belém – Recebeu algum evento?
Sim. Inclusive a minha posse, dos vereadores e dos secretários será no Centro de Convenções.

Euler de França Belém – Como estão as obras do aeroporto de cargas?
Estive com o presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Pedro Sales, e a promotora de Justiça Sandra Mara Garbelini na quinta-feira, 3. Dra. Sandra fez as últimas recomendações referentes ao Anel Viário e o aeroporto de cargas. Pedro disse que está em fase de correção dos projetos. A erosão que atingiu parte da pista chegava ao Anel Viário. As correções estão em andamento para poder licitar.

Euler de França Belém – O Porto Seco está em funcionamento?
Normalmente. O Porto Seco é uma concessão do governo federal e sempre funcionou muito bem.

Augusto Diniz – O sr. parece citar com orgulho o programa Natal de Coração. No primeiro turno, o sr. disse que ainda não estava definido como seria o Natal de Coração neste ano.
Não tivemos como fazer por causa da Covid-19. Não faremos o projeto itinerante para evitar aglomerações. Não temos como controlar. Quando chegamos com a caravana nos bairros mais afastados, não é possível evitar a aglomeração. Para proteger as pessoas, não fizemos o Arraiana e não faremos o Natal de Coração. Iremos entregar os brinquedos em uma parceria da prefeitura com a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) através da Secretaria Municipal de Educação.

Augusto Diniz – O sr. citou por várias vezes a sua proximidade com o governador Ronaldo Caiado. No final do segundo turno, Caiado decidiu estar no final da apuração em Anápolis com o sr. para comemorar a vitória. Como o sr. recebeu este gesto? O que o sr. e o governador já conversaram depois do dia da eleição sobre o trabalho a ser feito até 2022?
O governador Ronaldo Caiado é uma pessoa muito direta. Da mesma forma que eu sou. Nos respeitamos muito. Tenho um carinho muito grande pelo governador, que tem um carinho muito grande por mim. Caiado tem um único objetivo, que é fazer com que Anápolis possa ser parte de um Estado cada vez melhor. E o meu objetivo é fazer de Anápolis a melhor cidade do Estado de Goiás. Nossos objetivos se cruzam.

Com muita tranquilidade e muito respeito, o que eu preciso o governador atende na hora. Aquilo que o governador precisa, Caiado sabe que pode ligar e eu atenderei na hora. É uma amizade que se consolida cada vez mais. E discutimos muito política e gestão, o que tem sido muito importante para Anápolis e para o Estado. Algo que fica em segundo plano, mas não menos importante, é o fato de ser o prefeito da maior cidade na base do governador. O Progressistas é o maior partido da base de Ronaldo Caiado. Vamos trabalhar para montar uma chapa, que hoje tem definido o candidato a governador, com vice-governador e senador extremamente competitiva para que Goiás possa continuar a se desenvolver.

Euler de França Belém – O Progressistas irá pleitear a vaga de candidato a vice-governador ou ao Senado?
Não sabemos o que iremos pleitear. Uma coisa é certa: não existe chapa majoritária sem o Progressistas. Pelo tamanho do partido, pelo tempo de TV, pelas mais de 30 prefeituras, mas principalmente pela relação de confiança que temos com o governador Ronaldo Caiado. Somos um partido que estamos na base, temos dado todo suporte ao governador. Única coisa que não discutimos é quem é nosso candidato a governador. O restante está em discussão. Com certeza com o Progressistas participando do processo.

Patrícia Moraes Machado – Como prefeito, o sr. teve proximidade com a gestão tucana e com o governo Ronaldo Caiado. Qual é a grande diferença das duas administrações?
No início da minha gestão como prefeito, o governador era Marconi Perillo (PSDB), depois José Eliton (PSDB) no final do governo estadual. Era final de governo. A estrutura já estava montada. A engrenagem já girava da forma com que o PSDB administrava. Avaliar a gestão Ronaldo Caiado é diferente. O governador pegou uma estrutura, precisou desmontar, limpar e passar graxa. Agora que a estrutura começa a girar.

Me identifico com Ronaldo Caiado justamente por isto. Peguei um final de governo de oito anos do PT e tive de organizar a máquina para depois de quatro anos conseguir disputar uma reeleição. Ronaldo Caiado da mesma forma. O governo vinha de 20 anos do PSDB. Precisou desmontar a máquina e construir a sua história. São dois caminhos muito parecidos a minha gestão em Anápolis e o governo de Caiado. A afinidade que temos tem muita ligação com esta questão.

“Buscamos alternativas para que possamos ter a vacina contra a Covid-19 o quanto antes”

“O presidente estadual do Progressistas, secretário Alexandre Baldy, verifica a possibilidade de Anápolis adquirir a vacina Coronavac junto ao governo de São Paulo para termos acesso às doses com mais rapidez” | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Patrícia Moraes Machado – E a diferença de relação política?
Existe uma amizade pessoal com o governador Ronaldo Caiado. Eu não tinha a mesma amizade com os outros dois governadores. A relação de proximidade que temos eu, Caiado, dona Gracinha e Vivian existe. Com certeza é algo soma muito para Anápolis.

Augusto Diniz – O antipetismo esteve muito presente na eleição em Anápolis. O presidente Jair Bolsonaro gravou dois vídeos nos quais pedia para o eleitor da cidade derrotar o PT. Além da avaliação da gestão, qual foi o peso da participação de Bolsonaro na campanha em Anápolis?
Tudo que vem durante o período eleitoral soma. Tínhamos nove candidatos. Se isto somou para mim é porque eu tive meu diferencial. Poderia ter somado para outros. O diferencial foi o trabalho de quatro anos. O diferencial foi a família. O diferencial foi terminar o mandato sem um processo por improbidade administrativa.

O diferencial foi ser o único prefeito de Anápolis a ter conta aprovada pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO) sem ressalva. O diferencial foi enfrentar a crise econômica, enfrentar a crise política e moral, enfrentar a pandemia e mesmo assim conseguir avançar. Anápolis é a única cidade que tem uma força tática municipal, uma UPA pediátrica, que tem um programa de bolsa universitária municipal, que teve Arraiana, que teve Natal de Coração, que asfaltou os bairros.

A forma com o que fazemos política foi o diferencial. O apoio do presidente Jair Bolsonaro foi fundamental. O apoio do governador Ronaldo Caiado foi fundamental. O apoio das instituições religiosas foi fundamental. Mas tudo isto precisa ser somado ao candidato. A somatória foi vitoriosa. Mas foi preciso ter feito o dever de casa e ter trabalhado bastante durante quatro anos para que todos os outros aspectos pudessem somar neste momento.

Euler de França Belém – Havia um reconhecimento muito grande ao Roberto Naves gestor. A aprovação impressionava. Mas, ao mesmo tempo, não consideravam o sr. um político. Na eleição houve um reconhecimento político.
Era uma dúvida. Não sabíamos se isto ocorreria. Foi um risco precisamos correr.

Euler de França Belém – O sr. tinha uma aprovação alta como gestor, mas não era reconhecido como político. Houve um casamento das duas imagens.
A grande vitória foi conseguir mostrar que o político pode ser um grande gestor porque a população está esclarecida ao ponto de fazer o reconhecimento e a ligação entre o gestor e o candidato. O que me dá mais orgulho da vitória é ter conseguido mostrar que através da gestão é possível ser reconhecido como político.

Augusto Diniz – O sr. saiu das urnas com maioria na Câmara. 16 dos 23 eleitos são da sua base. É possível aumentar a quantidade de vereadores que caminharão ao lado da gestão municipal?
Irei atuar como trabalhei no primeiro mandato. Não tenho dificuldade em conversar com qualquer vereador. A oposição tem de ocorrer de acordo com o assunto. Se a pessoa pensa diferente do que encaminhamos, o vereador não tem dificuldade em fazer oposição, seja da minha base ou não. Sempre respeitei muito isto. Da mesma forma como procuramos conversar antes com os vereadores.

Elegemos 16 da nossa coligação. Faltam sete. Eu quero os sete comigo. Quero contar com os 23. Foi assim que trabalhamos neste mandato. Muitas votações ficaram 23 a 0. Por isto é importante ter bons projetos, buscar o diálogo com o Legislativo o tempo inteiro. Porque desta forma não é preciso pensar em quem é ou não da base. Os projetos precisam ser bons para a cidade. Se o projeto é bom para a cidade, até o vereador que quer fazer oposição é obrigado a votar a favor para não ficar em uma sinuca de bico. É assim que trabalhamos.

Se eu puder trazer os sete para a base para pensarmos Anápolis e avançar cada vez mais, não tenho dificuldade alguma.

“A próxima eleição que irei disputar será em 2026. E trabalharei diuturnamente para ser o sucessor do governador Ronaldo Caiado”

“O político Roberto Naves em 2022 será prefeito de Anápolis. Se Deus quiser, tiver saúde e estiver vivo, em 2023 também. Assim como em 2024 serei prefeito de Anápolis” | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Augusto Diniz – Como o sr. avalia a gestão do vereador Leandro Ribeiro (PP) à frente da Câmara? O sr. defende que o parlamentar continue como presidente do Legislativo de Anápolis?
Uma pessoa que foi secretário de Desenvolvimento Econômico no primeiro mandato. Ocupou a maior secretaria do Estado de Goiás no governo José Eliton, que era a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Agricultura e Tecnologia. Uma pessoa extremamente competente, que fez um trabalho com presidente da Câmara nos últimos dois anos. Isto tudo oferece musculatura e mostra que é uma pessoa capacitada. A presidência da Câmara é uma decisão interna dos vereadores. Mas é uma pessoa que respeito muito e que tem todas as características para continuar à frente da Câmara.

Augusto Diniz – O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse mais de uma vez que o auxílio emergencial irá acabar no dia 1º de janeiro. O que Anápolis terá de fazer para que os beneficiários do programa federal não fiquem desassistidos?
As que vivem basicamente do auxílio emergencial contam com o auxílio da prefeitura. 100% dos beneficiários estão no nosso cadastro. Temos uma busca ativa. Da mesma forma que já compramos mais de 100 mil cestas básicas para atender estas pessoas. Vamos continuar a avançar na busca de novas empresas para ter novas vagas de emprego e dar oportunidade de trabalho. Trabalhamos com o auxílio como algo temporário.

Não podemos ter um auxílio emergencial que seja infinito. Seria a assinatura de incompetência do poder público. O poder público não tem de dar só o auxílio. Tem de dar o auxílio para quem precisa, mas também tem de atuar para tentar colocar esta pessoa no mercado de trabalho. E é o que continuaremos a fazer.

Euler de França Belém – Anápolis conta com uma rede de proteção social.
Temos uma rede de proteção social que funciona com as crianças, com os pais, em todos os sentidos.

Augusto Diniz – Quem será o político Roberto Naves em 2022? Concorrerá a qual cargo?
O político Roberto Naves em 2022 será prefeito de Anápolis. Se Deus quiser, tiver saúde e estiver vivo, em 2023 também. Assim como em 2024 serei prefeito de Anápolis. A próxima eleição que disputarei será só em 2026.

Euler de França Belém – Para?
Não tenho dificuldade em responder. A próxima eleição que irei disputar será em 2026. E trabalharei diuturnamente para ser o sucessor do governador Ronaldo Caiado.

Euler de França Belém – Rio Verde saiu na frente pela corrida da tecnologia 5G.
Fiquei com ciúmes. Por que o governador não trouxe o 5G para Anápolis (brinca).

Euler de França Belém – O sr. trabalha na busca pelo 5G para Anápolis?
Tenho um jantar marcado com os prefeitos Paulo do Vale (DEM), de Rio Verde, Adib Elias (Podemos), de Catalão, Renato de Castro (MDB), de Goianésia, e o secretário estadual de Governo Ernesto Roller. Quero saber como tem funcionado a tecnologia 5G.

Euler de França Belém – A prefeita eleita de Porangatu, Vanuza Valadares (Podemos), disse que presidir a Ceasa [Centrais de Abastecimento do Estado de Goiás] é administrar uma prefeitura. A quantidade de gente que passa pela Ceasa é maior do que o total de habitantes de 50% dos municípios goianos. Anápolis precisa ter uma Ceasa?
Vamos tirar do local em que funciona hoje. Na Ceasa de Anápolis temos o Banco de Alimentos, que é coordenado pela primeira-dama. Separamos as verduras. Além das cestas básicas que entregamos com alimentos não perecíveis, entregamos diariamente cestas com frutas e verduras para famílias que estão em situação de vulnerabilidade. Estamos com um chamamento aberto para tirar a Ceasa da Região Central da cidade e levar para um local que possa ser ampliado.

A Ceasa de Goiânia está no limite, não consegue ampliar e não consegue atender todo o Estado. Temos sentido um aumento muito grande do fluxo de comércio de frutas e verduras na Ceasa de Anápolis. O que pretendemos fazer é levar a Ceasa para um local em que a atividade possa crescer cada vez mais e possamos ser o grande entreposto de Brasília, Região Norte e Região Sul. Aproveitar a posição geográfica da cidade.

“As pessoas estão muito preocupadas com o retorno das aulas. Estou muito preocupado em restabelecer o vínculo com o aluno”

“Tem muita gente preocupada com o conteúdo. Continuo muito preocupado em restabelecer o vínculo com o aluno” | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

Euler de França Belém – Por ter nascido em Porangatu, o sr. sabe que Anápolis faz parte da Grande Porangatu. Como o sr. avalia a eleição da Vanuza Valadares na cidade?
Torço para que a Vanuza possa fazer um grande trabalho. Que a Vanuza possa fazer com que Porangatu cresça cada vez mais. O que a prefeita precisar, Vanuza pode contar comigo em Anápolis nas áreas de gestão, tecnologia ou qualquer ajuda. Será um prazer muito grande poder ajudar Porangatu. A relação que tenho com Porangatu é muito boa.

Cresci assistindo à televisão na casa do ex-prefeito Eronildo Valadares e da Vanuza. A primeira casa de Porangatu que teve uma antena parabólica foi a dos Valadares. Era lá que eu assistia aos jogos do Vascão. Eronildo é vascaíno. Tenho um carinho grande pelo Eronildo e pela Vanuza. O que a prefeita precisar estarei à disposição. Torço para que a gestão da Vanuza dê muito certo.

Euler de França Belém – Quais empresas protocolo de intenções para se instalar em Anápolis nos próximos anos?
O maior investimento que será feito em Anápolis nos próximos anos é da Chery, com R$ 1,5 bilhão em cinco anos e 2 mil novos postos de trabalho. A grande empresa que deve investir cada vez mais na cidade é a indústria automotiva da Chery. É um investimento de aproximadamente R$ 300 milhões por ano de uma só empresa. Difícil que outra empresa consiga bater a geração de empregos diretos que a Chery e o volume de investimentos em Anápolis nos próximos cinco anos.

Euler de França Belém – O polo farmoquímico será ampliado?
Estivemos em São Paulo e visitamos empresas de embalagens e farmacêuticas. Há algumas manifestações de interesse, como de uma farmacêutica argentina. Algumas questões estão encaminhadas.

Euler de França Belém – A Pfizer saiu de Anápolis?
A Pfizer tinha comprado a Teuto. Houve um problema na negociação e a Pfizer devolveu o controle acionário à família do Walterci de Melo, fundador da Teuto. Continua em operação com Teuto. As farmacêuticas que não param de crescer são a Teuto, a Hypermarcas e a Geolab, que tem crescido muito. Está em andamento uma ampliação muito grande da Vitamedic, do Grupo José Alves. A empresa comprou uma área em um leilão da prefeitura e irá ampliar a Vitamedic.

Euler de França Belém – A fábrica de aviões será instalada em Anápolis?
Nunca cheguei a tratar da fábrica de aviões. É uma conversa muito antiga. Temos uma conversa encaminhada sobre a vinda de uma fábrica de armas.

Augusto Diniz – Qual é a fabricante de armas que negocia a instalação em Anápolis?
Era a Caracal Brasil. Mas não sei se mudou, porque é um CEO brasileiro que busca a marca em outros países para produzir no Brasil.

Patrícia Moraes Machado – Uma característica do sr. e do governador na gestão é a presença da primeira-dama nas ações da administração. O sr. e Ronaldo Caiado sempre estão acompanhados cada um de sua esposa nas ações de governo.
A presença da dona Gracinha e da Vivian é muito grande.

Patrícia Moraes Machado – O que a presença da esposa muda na gestão?
Muda muita coisa. Traz mais tranquilidade e confiança. Tem um peso diferente contar com a esposa ao lado. Se você tem uma família equilibrada, um relacionamento seguro, naturalmente o gestor tem mais tranquilidade para pensar os problemas que não são seus. É muito importante. Principalmente na vida de um político. A política das antigas tinha funcionava da seguinte forma: entrou na política, destrói o casamento. Mostramos que não precisa ser assim. Não existe esta regra. Você pode entrar na política, fortalecer o casamento e usar isto para trabalhar cada vez mais em prol da população.

Patrícia Moraes Machado – Traz humanização do pensamento?
Bastante. Quando o homem passa para o lado 100% racional, contar com a esposa do lado é garantir que o lado emocional sempre tenha o seu espaço.

Euler de França Belém – O sr. é religioso?
Muito. Sou católico carismático praticante assíduo. Durante a campanha à noite, eu visitava de três a quatro igrejas por dia. Eu e Vivian assistíamos à missa e depois passávamos em dois a três cultos para receber orações.

Augusto Diniz – Qual foi a diferença em contar com o apoio das igrejas na campanha?
Anápolis é uma cidade em que 90% da população é cristã.

Augusto Diniz – Parte dos religiosos chegou a fazer campanha contra o deputado Antônio Gomide.
Nunca entrei para o lado do extremismo. Tenho a minha família, o trabalho social que presto, até mesmo com as igrejas, e fico feliz em poder ser o representante. Para alguém se tornar representante das igrejas, sejam elas católicas ou evangélicas, as pessoas têm de ver em você aquilo que a igreja prega. Precisam ver em você um bom pai, um bom marido, um homem responsável. Tudo isto pesa na hora em que as igrejas escolhem um lado. Fiquei feliz por ter sido escolhido.

“Existe uma amizade pessoal com o governador Ronaldo Caiado”

“Eu não tinha a mesma amizade com os outros dois governadores” | Foto: Reprodução/Facebook