“Quero ser um vice-governador presente e trabalhador”
14 outubro 2018 às 00h01

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Presidente estadual do Pros diz que o partido se tornou o quarto maior de Goiás após as eleições

Eleito deputado estadual pela primeira vez em 2010, Lincoln Tejota (Pros) cumpre atualmente seu segundo mandato e, em julho, foi convidado para ser vice-governador na chapa de Ronaldo Caiado (DEM), que venceu as eleições já no primeiro turno.
O rompimento com a atual base governista gerou polêmica, mas Lincoln Tejota não quer olhar para trás. O agora vice-governador eleito, que pretende participar ativamente da transição de governo, diz que o projeto é de unificação e a sua proximidade com o Poder Legislativo deve ajudá-lo na composição de maioria na Assembleia Legislativa a partir do ano que vem.
Nesta entrevista ao Jornal Opção, o parlamentar afirma estar preparado para assumir a função que Ronaldo Caiado achar mais importante. “Quero ser um vice presente, trabalhador, que sabe o seu lugar, pronto para servir em qualquer função e em qualquer lugar que o governador queira”, ressalta.
Lincoln Tejota não descarta a possibilidade de ser candidato a prefeito de Goiânia em 2020 — o seu nome costuma ser ventilado com frequência. Contudo, frisa que ainda não é o momento adequado para este tipo de discussão.
Presidente estadual do Pros — que elegeu três deputados estaduais (Cairo Salim, Rubens Marques e Vinicius Cirqueira) e tem a primeira suplência de deputado federal (Dona Cida), Lincoln Tejota rejeita apoio ao presidenciável petista Fernando Haddad — nacionalmente, Pros e PT caminham juntos. “Eu, Lincoln Tejota, não tenho a intenção de apoiar o PT”, frisa. “Respeito a decisão partidária, mas tenho posição aqui em Goiás.”
Qual será o seu papel como vice-governador durante a gestão de Ronaldo Caiado? O sr. deve assumir alguma secretaria?
Quero fazer como Marco Maciel [vice-presidente de Fernando Henrique Cardoso de 1995 a 2002]. Quero ser o mesmo vice que ele foi. Um vice presente, trabalhador, que sabe o seu lugar, pronto para servir em qualquer função e em qualquer lugar que o governador queira. Tenho a confiança do Ronaldo Caiado. Afinal, fui escolhido e convidado para ser o vice dele. Tenho também a confiança da população do Estado, que aprovou o nosso projeto e me elegeu como vice. Estou pronto para ocupar a função que o governador achar importante. Não tenho apego por espaço. Tenho apego por resultados.
A sua saída da base governista gerou muita polêmica. Agora, com um novo governo eleito, o sr. acredita que outros nomes podem deixar o grupo e aderir a Ronaldo Caiado?
Esse é um processo natural. Um prefeito inteligente não faz oposição ao governo do Estado. Isso é, no mínimo, burrice. Sabemos que os prefeitos precisam do governador. O que queremos é um projeto é de unificação, de entender que a política precisa evoluir. Política tem que ser feito para os goianos, para o nosso povo ter uma saúde de qualidade, uma segurança de qualidade, ter um imposto tão caro que o povo paga devolvido como benefício. Nosso objetivo é esse. Sem olhar para trás. Eu fiz parte desse grupo, dei a minha contribuição e ajudei o Estado. Eles também ajudaram, mas agora é hora de olhar para frente. Motorista que só olha o retrovisor bate o carro.
Qual é a avaliação que o sr. faz do desempenho do Pros nestas eleições, que elegeu um vice-governador, três deputados estaduais e tem a primeira suplência de deputado federal?
Avalio que o Pros saiu de um partido nanico para se tornar o quarto maior de Goiás. O partido se agigantou. Obtivemos mais de 39 mil votos para deputado federal e mais de 191 mil votos para deputado estadual e pudemos eleger três representantes para a Assembleia Legislativa. Hoje, temos uma das maiores bancadas da Casa, ficando atrás apenas do DEM e do PSDB [com quatro e seis deputados estaduais, respectivamente]. Isso se deve ao nosso trabalho, ao trabalho do nosso presidente nacional [Eurípedes Júnior] e dos demais membros, mas, principalmente, à atenção que eu demos para o partido neste momento.
O seu nome costuma ser ventilado como um possível candidato a prefeito de Goiânia em 2020. O sr. pensa nisso?
Não. Até o presente momento, quero participar da transição do governo, ver o que o Estado precisa e discutir os problemas. Vamos deixar para debater isso no momento certo. Se for da vontade do povo e da vontade do governador, o meu nome está à disposição, mas eu particularmente não tenho trabalhado com esse intuito.
Nacionalmente, o Pros, partido que o sr. preside em Goiás, apoia o PT, mas Ronaldo Caiado está com Jair Bolsonaro, do PSL. Se o candidato a presidente petista, Fernando Haddad, vencer, o sr. pode se tornar uma elo entre o Estado e a União?
Não sei. Eu, Lincoln Tejota, não tenho a intenção de apoiar o PT. Respeito a decisão partidária, mas tenho posição aqui em Goiás. Apesar de termos um bom PT goiano, que deveria ser referência para o Brasil, com nomes como o deputado federal Rubens Otoni e os deputados estaduais Delegada Adriana Accorsi e Luis Cesar Bueno, não compartilho dos pensamentos que o PT nacional tem. Respeito a posição do meu partido e me reservo ao direito, como ente político e cidadão que sou, de manter a minha opinião.