Leandro Vilela: “Não tenho o direito e não vou desonrar o legado de Maguito Vilela”

21 julho 2024 às 00h00

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Leandro Vilela Veloso tem 48 anos, é empresário e produtor rural. Foi vereador pelo município de Jataí, diretor de Operações do Detran-GO e deputado federal por três mandatos. Hoje, o emedebista é pré-candidato à Prefeitura de Aparecida de Goiânia e a aposta da base governista nas eleições municipais da cidade. Nesta entrevista, ele relata como se propõe a ser um portador do legado de Maguito Vilela, do qual é sobrinho e um “filho adotivo”. Para o pré-candidato, há a Aparecida antes de Maguito – uma “cidade dormitório” – e depois de Maguito, uma “cidade em pleno desenvolvimento”, e seu desafio seria levar o município de volta a grandes patamares.
Vilela afirma estar em uma boa fase de sua vida pessoal e política, e que está pronto para assumir o município aparecidense, com o apoio do ex-prefeito Gustavo Mendanha, nome que entrou de cabeça em sua pré-campanha e que tem atuado como braço direito nas articulações políticas. O emedebista também fala dos pontos de atrito com seu maior adversário político hoje, Professor Alcides, pré-candidato do PL, mas o qual destacou que vai procurar para a abertura do diálogo após as eleições, independente do resultado.
Ton Paulo – O senhor foi escolhido pré-candidato apoiado pelo governo à Prefeitura de Aparecida de Goiânia. Como foi a conversa que levou a essa decisão?
Eu estava fora da vida pública há nove anos e meio, e evitei fazer qualquer entrevista. Por quê? Para que amanhã ou depois não gerasse especulação de que eu coloquei meu nome, que eu tentei me inserir, que eu forcei a barra, que eu não fui decente. Existem alguns princípios para mim que são extremamente importantes, e e esse é um deles: ser decente, ser correto, tratar as coisas com verdade de frente. Eu mesmo respondo por mim, não preciso de ninguém vir dar resposta para mim de qualquer fato que aconteça, né?
Quero discorrer aqui para vocês entenderem, para chegar na sua pergunta. O Maguito Vilela foi chamado de foraesteiro, assim como eu sou chamado hoje. Ele foi, disputou as eleições, venceu as eleições, dia 1º de janeiro de 2009 toma posse como prefeito eleito, eu estava com ele na posse. Da posse fomos à Prefeitura [de Aparecida], aquela casa na esquina ali no Centro. Uma casa canhada, pequena, que jamais representava o tamanho da cidade, mas não é pela casa, é pela capacidade de apresentação de gestão do município.
Fomos ao gabinete, fomos na Seinfra. Chegamos lá, tudo sucateado. Era maquinário sem pneu, sem roda, sem bateria, sem motor, tudo no estaleiro, nada funcionando. A cidade estava tomada pelo mato. Aparecida só tinha 20% das suas ruas habitadas pavimentadas. Uma cidade de 500 mil habitants, à época, não tinha um hospital público. Desde a sua emancipação política, só tinha nove unidades básicas de saúde, ou postos de saúde, que eram casas, inclusive, alugadas, não eram nem do município. Aparecida só tinha nove Cmeis, nove creches, à época.
Então, essa era a cidade que estava colocada para o desafio do Maguito governar. E o que ocorreu? Eu já era deputado federal à época. Não tinha sido votado por Aparecida, mas o nosso gabinete em Brasília se tornou a casa de Aparecida em busca de obras, de investimentos, de recursos que foram fundamentais nesse processo de transformação da cidade. Buscamos a pavimentação de dezenas e dezenas de bairros, foram mais de 115 bairros pavimentados pelo Maguito, e nós buscamos muitos recursos à época para ajudá-lo nessa missão.

Nós conseguimos, de uma vez só, a construção de 28 UBSs [Unidade Básica de Saúde] e postos de saúde. Nós conseguimos, junto com o Maguito, os recursos para a construção do Hmap [Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia]. Depois, veio o prefeito Gustavo Mendanha, que fez uma gestão espetacular. Modernizou, inovou.
O Gustavo veio com a cidade inteligente, veio embelezando, urbanizando mais a cidade com flores, veio com obras estruturantes como os eixos que ele construiu, com mais unidades UBS, com mais Cmeis, enfim. Ele equipou, mobiliou e colocou em funcionamento o Hmap, que hoje é gerido pelo Albert Einstein, foi o primeiro hospital público a ser gerido pelo Albert Einstein, que é um dos melhores do Brasil, um dos melhores do mundo, elevando, então, a cidade de Aparecida a essa categoria.
Conseguimos a construção de três UPAs, que estão lá em funcionamento. O Maguito pleiteou um empréstimo no CAF [Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe], e nós fomos ajudar na liberação, pra quê? Pra construir os eixos estruturantes. São eixos que integraram a cidade. Fizeram a ligação de diversos bairros que não se comunicavam, não se integravam. Você tinha que dar uma volta grande pra ir de um lugar pra outro. A própria Avenida da Paz, que tem esse nome para selar, naquela época, a paz com o governo do Estado. Maguito sempre foi muito conciliador
Mas por que é que eu estou dizendo para vocês tudo isso aqui? Essa é a minha história com Aparecida. Depois, eu recebi mais de 20 mil votos em Aparecida na minha reeleição para o terceiro mandato de deputado federal. E foi um reconhecimento, é claro, daquilo que nós ajudamos, construímos, participamos ativamente. Gustavo [Mendanha] era vereador à época.
Colocaram o meu nome, saiu uma avaliação positiva, interessante, tanto na pesquisa quanti quanto quali. O governador me chamou e me perguntou quantos anos eu tinha. E disse ’48 anos’. E ele respondeu ‘Você, com 48 anos, está dizendo que vai parar [na política]? Eu, com 73, acabei de abrir o peito, tirar o coração, pôr o coração, fazer uma cirurgia, passar por tudo isso, estou aqui defendendo Goiás como nunca, trabalhando desse tanto que eu estou trabalhando. Não. Isso aqui não é um convite, é uma missão’. E missão é diferente. Eu assmi a missão, missão não se discute.
Eu me sinto, nesse momento, em uma fase boa da minha vida, me sinto preparado, me sinto em condições de participar do processo com grandeza. É por isso que eu aceitei esse desafio, foi assim que se deu [a entrada no jogo politico]. E eu quero dizer sobre essa questão de forasteiro: Gustavo não nasceu em Aparecida, Vilmar Mariano não nasceu em Aparecida, Admir [Menezes] não nasceu em Aparecida, Professor Alcides não nasceu em Aparecida, porque Aparecida é uma cidade de imigrantes, de pessoas que vieram das mais longínquas regiões desse nosso país para vir aqui criar essa cidade maravilhosa, essa cidade grande, com 600 mil habitantes hoje. Então, todos nós somos forasteiros? Até porque, há pouco tempo, Aparecida não tinha maternidade.
Então, as pessoas nasciam em Goiânia, muitos vieram do Maranhão, do Tocantins, do Pará, da Bahia e de outros estados para construir essa grande cidade. Essa discussão é miúda, é pequena, ela é mesquinha. Eu estou colocando o meu nome para construir a Aparecida que nós queremos, que nós desejamos, é a Aparecida de Maguito, de Gustavo. Daqui para frente, é a Aparecida que vai dar certo, que dá certo, e vai dar certo conosco no governo, porque nós vamos trabalhar para transformar essa cidade na melhor cidade desse Estado para se viver.
Eu tenho o apoio, a parceria desse governador, Ronaldo Caiado, que é o governador mais bem avaliado do país, justamente por conduzir o governo com mãos firmes. E é assim que nós vamos conduzir Aparecida. O Gustavo [Mendanha], que será nosso parceiro, está disposto a colaborar e participar, e eu preciso dele ativamente todos os dias, ele não vai ter folga não.
Italo Wolff – O senhor mencionou o atual prefeito, Vilmar. Como está o diálogo com ele, para garantir esse apoio?
Na realidade, não houve uma cisão no grupo. Houve uma definição em função de um projeto, inclusive que foi conversado e acordado com ele, que ele mesmo se manifestou quando, se não tivesse em condições, aceitaria e estaria conosco no projeto. Eu fui decente, fui correto, fui leal o tempo inteiro com ele. Espero que seja comigo também, da mesma forma.
Espero que ele tenha, e tenho certeza que ele terá, a grandeza de pensar que os interesses da cidade e da sociedade se sobrepõem e são muito mais importantes, e precisam ser, do que interesses pessoais, de projetos políticos pessoais. Não é um projeto político pessoal.
Ton Paulo – Qual é a sinalização dele, do Vilmar Mariano, até agora? Ele pode apoiá-lo?
Olha, eu não posso dizer. Já conversei com ele pessoalmente duas vezes, por telefone e outras, vários interlocutores tentando nesse processo aí. Agora, a decisão é dele. E nós respeitamos. Eu quero e espero que ele mantenha a unidade de um grupo que começou lá com o Maguito, volto a repetir, que veio com o Gustavo Mendanha e que está colocado, até porque ele era vice do Gustavo, foi alçado pelo Gustavo para ser vice.
O que nós precisamos é que ele seja realmente, e tenha o entendimento de um homem grande, de um estadista, de um homem que coloque os interesses da cidade, da população, acima de qualquer outro interesse.
Euler França de Belém – A base política do Vilmar é a mesma sua. Essa base já está com o senhor?
Eu posso dizer que a grande maioria dela está conosco. Não posso falar em números, mas mais de 70% dela está com a gente. Essa base, eu volto a dizer, começou lá com o Maguito, quando Aparecida, e vocês sabem disso tanto quanto eu, era conhecida como uma ‘cidade dormitório’.
Então, o que nós precisamos é a Aparecida que dá certo. Agora, eu preciso entender os números do município, saber como estão, como é que está a situação lá, porque eu não tenho esses dados reais ainda, estou pedindo esses levantamentos todos para saber.
Ton Paulo – Mas com base no que o senhor já tem, quais são hoje as principais prioridades de Aparecida de Goiânia?
Temos lá alguns desafios. Nós precisamos terminar a pavimentação urbana da cidade, fazendo com que todas as ruas habitadas sejam pavimentadas, chegaremos a 100% das ruas habitadas pavimentadas. Esse é um grande anseio daqueles que não têm ainda, porque aqueles bairros pavimentados que já têm, está todo mundo feliz. Mas os que não têm, nós temos que levar isso.
Nós temos que enxergar, também, que na época quando o Maguito assumiu, Aparecida só tinha 50% de água tratada.Olha só, 50% da população não tinha água tratada. Isso é saúde pública. Hoje tem 93% de água tratada e vamos chegar a 100%, precisamos chegar. Naquela época só tinha 15% de rede de esgoto. Hoje tem 73% e vai ser universalizado com 100%.
Nós temos outros desafios grandes. Você sabe quantas crianças nós temos hoje fora das creches, do Cmeis, aguardando por uma vaga? Mais de 8 mil. Essas mães que não têm onde deixar os seus filhos, bem cuidados, para poder ir trabalhar tranquilas. Então nós precisamos de enfrentar esse desafio. Como é que nós vamos deixar essas crianças desse jeito?
Quero dizer sobre essa questão de forasteiro: Gustavo não nasceu em Aparecida, Vilmar Mariano não nasceu em Aparecida, Admir [Menezes] não nasceu em Aparecida, Professor Alcides não nasceu em Aparecida, porque Aparecida é uma cidade de imigrantes, de pessoas que vieram das mais longínquas regiões desse nosso país
E eu já pensei, porque se for fazer pela Prefeitura, nós vamos ter dificuldade porque vamos estourar o teto de gasto com funcionalismo. Então o que é que nós vamos fazer? Vamos criar um programa com vouchers para que a Prefeitura possa pagar pelo serviço prestado, à rede privada. Fazer convênios com as igrejas, seja ela católica, espírita ou evangélica, de todas as crenças, fazer com as entidades de classe, com empresariado, com os segmentos todos, para que nós possamos atender essas crianças e essas mães de família mesmo.
Hoje, o Parque Industrial de Aparecida, que é muito grande, e o Gustavo sabe disso, muito mais do que eu, qualquer empresa que você for em Aparecida hoje tem, lá, demanda por mão de obra pra trabalhar, e essas mães não têm como ir trabalhar porque não têm onde deixar seus filhos.
Então, o que eu quero dizer é o seguinte: em Aparecida ainda tem muito para se fazer. Eu tenho disposição, tenho saúde, estou numa fase boa da minha vida que eu posso dedicar o meu tempo integralmente a esse projeto de governar. Gustavo Mendanha estará ao nosso lado 24 horas ligado, antenado, por tudo que ele dedicou, dedica e representa para a cidade. Eu não tenho o direito de desonrar o legado do Maguito.
Italo Wolff – Fale um pouco sobre sua ligação com Maguito Vilela.
A minha história com o Maguito é de pai com filho, eu sempre fui muito ligado a ele desde criança, desde os 10 anos de idade, ele já era deputado estadual, nós andávamos juntos e percorríamos as ruas da cidade, de toda a região, eu viajava com ele. E ele gostava muito de mim e eu dele naquela coisa ali, que naquela época eu fazia política de outro modo, tinha ranchão, tinha música, tinha dança, tinha comida, umas farofas de carne gostosa.
Bom, aí aos 14 anos eu perdi meu pai, João Bosco Veloso. Ele teve um infarto fulminante. Foi uma fase difícil de vida, como todos passam, né? E, naquele momento, o Maguito sempre foi um homem de coração muito grande, me acolheu praticamente como filho. E eu estou na vida política por causa desse relacionamento, dessa convivência com ele no dia a dia.
Eu não tenho o direito de desonrar o legado dele, o nome, a história dele, a história que o Gustavo construiu e que vai ser relembrada sempre com muito carinho, com muita atenção. Tanto que o Gustavo foi releito com 98% dos votos, foi um fato inédito, histórico no Brasil, um prefeito com 98% dos votos.
Então, por tudo que ele representa para a cidade, e eu preciso muito dele ao meu lado, já disse para ele.
Ton Paulo – Há outras propostas que o senhor já considera para a cidade, caso seja eleito?
Nós precisamos substituir ainda 90% da eliminação pública de Aparecida por LED, moderna, que vai trazer economicidade, segurança, embelezamento para a cidade. Eu quero criar as garagens regionais com as máquinas e equipamentos, ficando nas regiões da cidade para evitar deslocar. Uma máquina sai lá do Centro hoje, para ir para a região aqui, um exemplo, do Parque Trindade, ou Jardim Olímpico. É duas horas para vir, duas horas para voltar rodando, vai para o Garavelo ou Madre Germana, são quatro horas perdidas no dia.
Então, as garagens têm que ser regionais, a cidade cresceu demais, muito espalhada. Nós precisamos fazer isso, e nós vamos fazer isso. Outra coisa que nós precisamos fazer é ter os ecopontos. O que é o ecoponto? É um lugar de descarte desses resíduos de construção, de fundo de quintal, que hoje, infelizmente, às vezes é depositado nos canteiros, nas esquinas, nas calçadas, nas ruas. Tira o embelezamento da cidade. Nós temos que limpar isso, ter um lugar de colocar e depois a Prefeitura dá a destinação correta para essa situação.
Já estamos conversando também, vai ter uma novidade. O Gustavo está construindo isso, com a gente conversando, que é a ampliação do Hmap, já tem que ser ampliado. Ampliar a rede de atendimento, a saúde pública também. As escolas também precisam ser melhoradas, precisam ser adaptadas com um novo padrão, padrão que o governador Ronaldo Caiado tem feito nas escolas do nosso Estado.
Na segurança pública, nós precisamos de integrar as forças de segurança pública, reativando o projeto Cidade Inteligente, que já tem o centro de monitoramento, de inteligência com as câmaras. Nós precisamos avançar ampliando esse sistema para poder unificar as ações das forças de segurança pública, Polícia Militar, Polícia Civil, a Guarda Municipal, que é extremamente valorosa, Polícia Penal, Corpo de bombeiros, a PRF, que a rodovia federal passa na cidade, e a PF, no combate ao tráfico de drogas, que é um problema que temos hoje também.
O que nós precisamos é que ele [Vilmar Mariano] tenha o entendimento de um homem grande, de um estadista, de um homem que coloque os interesses da cidade, da população, acima de qualquer outro interesse.
São ações que demandam esforço, trabalho, busca de investimentos, busca de parcerias, e por isso é imprescindível a relação que nós temos com o governador Ronaldo Caiado, com o vice-governador Daniel Vilela, com a primeira-dama Dona Gracinha, com o Gustavo Mendanha, no esforço coletivo, e buscar também no governo federal esses recursos para superar os desafios.
Italo Wolff – O senhor traz de volta o legado do Maguito, mas o Maguito fez uma campanha de renovação quando ele apareceu. Não é o caso do senhor, que é de continuidade do legado, da história dele e do Gustavo.
É de continuidade desse processo de Aparecida antes de Maguito, que era uma cidade dormitório, a Aparecida pós-Maguito, que é uma cidade desenvolvendo, gerando emprego, gerando renda, qualidade de vida, e o diferencial nas práticas políticas e de gestão da cidade. Essa é a verdade. Boas práticas da política e da gestão. Esse é o grande diferencial que foi implantado.
É uma inovação continuada. Não é porque é no mesmo grupo que não pode ter renovação. Nós precisamos inovar também.

Italo Wolff – Sobre o projeto Cidade Inteligente, ele foi desativado?
Não, não foi desativado, ele está a passos lentos, vamos dizer assim. Nós vamos acelerar e ampliar a implantação desse projeto, que é um projeto audacioso, ousado, e é um projeto que traz qualidade de vida e modernidade à cidade e à população.
Euler França de Belém – O grande projeto social de um governo, geralmente, é a educação. Você vai trabalhar bem isso?
Muito. Precisamos de um upgrade na educação do município. É isso que o governador está fazendo aqui em Goiás, é investimento que transforma a vida das pessoas. E como transformamos a vida das pessoas? Com educação. É o sujeito sendo independente, total, com a sua qualificação, estando preparado para um mercado de trabalho, estando preparado com grandeza para exercer as suas funções. É a sua independência total.
Esse é o mais importante, a independência, principalmente aí, das nossas juventudes, de toda a sociedade.
Euler França de Belém – E quanto à qualificação do mão de obra?
Nós precisamos fazer isso, precisamos dar oportunidade com esses cursos profissionalizantes. Nós temos a UFG, que foi para lá também, que é extremamente importante, um campus que à época foi com Maguito e com Gustavo. O Senai, que está lá, Sebrae, Senac. Precisamos fazer um convênio para promovermos os cursos de qualificação. Isso nós vamos fazer. Precisa não só para toda a sociedade, bem como para os servidores locais, para que eles também possam crescer na sua atividade.
Outro ponto importante, que nós precisamos fazer, é desburocratizar a máquina. Tudo nós precisamos fazer, que eu disse aqui, é muita coisa ainda. Qual que é a receita do bolo? É fazer receita. Sem receita, como é que você faz investimento para superar esses desafios? Só tem uma forma. É com a industrialização, é expandindo o nosso Parque Industrial, atraindo e trazendo novos investimentos, investidores, novos negócios para a cidade, vendendo a cidade para que todos venham, vendendo a imagem dessa grande cidade, para que todos venham querer investir e viver em Aparecida. Tanto que o Dianot [Distrito Agroindustrial Norberto Teixeira] está sendo implantado agora. O semiaberto estava lá, agora o governador Ronaldo Caiado tirou, trouxe a implantação do Dianot.
São 359 novas parcelas que estarão obrigando 359 novas empresas para gerar receita, emprego, renda e elevar o município a uma categoria de município industrializado. Vamos ser o PIB maior do que o de Anápolis. Já está quase passando.
A burocracia não é inteligente, não gera oportunidades, pelo contrário, nós temos andado, conversado, os construtores reclamando ‘Olha, para tirar um alvará para construir aqui, é uma luta, não sai, demora’, não sei quantos meses essa coisa toda. Quer dizer, alvará de construção para a cidade que tem vazios urbanos, que precisa ser ocupado e urbanizado, ele não pode demorar mais do que uma semana, uma semana é muito. A vigilância sanitária da mesma forma, o meio ambiente da mesma forma, a abertura de CNPJs, do mesmo jeito.
Quando Maguito chegou em Aparecida, só tinha seis mil e poucos CNPJs. Hoje são mais de cem mil CNPJs. Então, nós temos que ter agilidade nesses processos e procedimentos. Nós vamos chamar para um diálogo e implantar, chamar o Ministério Público e o Poder Judiciário. É uma série de licenciamentos, de alvarás. Nós não podemos ter esse preciosismo de ficar ali, analisa o papel, traz outro papel. Temos que ter agilidade, nós temos pressa. É dessa forma que eu acho que nós vamos construir a cidade que nós queremos.
Essa é a nossa mentalidade, é isso que nós queremos, é isso que nós desejamos, e eu posso estar errado, e vocês podem me corrigir também, porque eu sou tranquilo, eu não sei se tem outro caminho.
Ton Paulo – O senhor foi confirmado pré-candidato pela base caiadista, começou a trabalhar para se viabilizar, e uma pesquisa de intenção de voto recente mostrou que o senhor conseguiu reduzir a diferença para com o primeiro colocado. Mas o senhor ainda segue em segundo lugar. Qual sua estratégia para continuar crescendo nas pesquisas?
É natural, porque eu só tenho vinte e poucos dias aqui [como pré-candidato]. Eu estou extremamente grato e honrado com a manifestação da população e do eleitor em relação ao meu nome nesse processo todo. Quando disputou com o Gustavo Mendanha lá atrás, o Professor saiu com 40 e tantos pontos [na pesquisa de intenção de voto]. Gustavo tinha três. E eu já tenho mais de 20. Então, estou feliz da vida! Agora é trabalhar.
Peço a todos: analisem meu nome, minha história, meu passado, quem eu sou, de onde eu venho, quais são as minhas intenções, os meus predicados. E analise também o candidato concorrente. Para mim existem algumas coisas que são fundamentais.
Nós estamos aqui discorrendo e tratando os assuntos inerentes, pertinentes e que são da cidade e da sociedade, não é? Eu não vou aceitar o candidato que vai me chamar de forasteiro e vai ficar aí nessa zona de conforto, não. Vamos chamar ele para vir debater a cidade, para vir debater o que fazer, como fazer, onde buscar, como ser, quais são as suas intenções. Vamos para o desafio. Isso é construtivo para a cidade, para a população.
Ton Paulo – O senhor acha que o Professor Alcides está se ausentando do debate?
Não, eu não acho nada, ele é que vai dizer. Se ele vai falar, se ele não vai, se ele vai se manifestar, ou se ele vai colocar as pessoas para falar por ele. Isso é ele que vai dizer, não sou eu. Mas eu quero dizer o seguinte: eu sou um homem, eu, Leandro, de princípios, de valores, de caráter, decente. Eu tenho berço, eu tenho família, eu tenho filhos. Tem princípios para mim que são inegociáveis. As pessoas precisam buscar, analisar os valores que cada candidato tem.
Olhem o dele, olhem o meu, não tem problema não. Eu tenho ficado assustado com o que eu tenho visto. Não sei se vocês já viram, um homem que é deputado, e que precisava ficar como deputado federal lá no Congresso Nacional, representando, porque ele foi eleito para isso, representando a cidade e atraindo os investimentos, inclusive com recursos de emendas.
Entrem no YouTube e olhem aí os vídeos que tem dele. Como é que um homem que é deputado federal, professor, dono de faculdade, tem coragem de tratar as mulheres como ele trata? Vocês já viram esse vídeo? Eu não tenho coragem de pronunciar o nome aqui, a palavra que ele chamou uma mulher. Eu não tenho coragem. Como é que um homem desse pode querer dizer que ele quer ser governante de uma cidade tão importante como Aparecida? Sem falar em outras situações e tudo que está aí. As pessoas sabem.
Eu estou dizendo isso aqui, porque é o momento das pessoas avaliarem, do eleitor buscar, porque, se nós condenamos tanto as práticas, algumas práticas políticas que não são corretas e decentes, será que nós vamos retroagir a um passado onde as práticas e condutas não são republicanas? Olha, o que eu ouço lá na cidade é assustador.
Então, uma coisa é fato: eu não vou fazer política dessa forma, eu não vou comprar consciências, eu quero conquistar consciências, conquistar as pessoas naquilo que nós somos, nos nossos princípios, valores, naquilo que nós desejamos para a cidade.
Ton Paulo – Recentemente o senhor deu uma entrevista em que menciona um voto controverso do Professor Alcides, contra o regime de urgência de um projeto do Congresso que transformava a pedofilia em crime hediondo. Gostaria que o senhor comentasse essa declaração.
Veja bem, ele que precisa explicar isso, porque está aí nos anais do Congresso Nacional. Isso foi divulgado amplamente divulgado pela imprensa, não sou eu que preciso explicar, é ele. O que eu estou dizendo, que existem princípios e valores que pra mim são inegociáveis.
Por que não aprovar o regime de urgência, que ele votou para não aprovar o regime de urgência? Porque, para mim, isso é urgência urgentíssima. Nós estamos aqui falando de crianças, não é? Não tem nada mais importante do que as nossas crianças para o nosso futuro. O que é mais importante para uma família? O amor de pai e mãe é incondicional.
Ele é que devia explicar, e não colocar pessoas para explicarem. ‘Ah, porque ele é bonzinho’. É bonzinho? Vamos ver. Mas vamos ter notícias.
Ton Paulo – Sobre o impacto que tem o cenário nacional sobre o municipal. Em Aparecida, o Professor Alcides, do PL, é apoiado pelo bolsonarismo. Como avalia essa situação?
“Como é que um homem que é deputado federal, professor, dono de faculdade, tem coragem de tratar as mulheres como ele trata? Vocês já viram esse vídeo? Eu não tenho coragem de pronunciar o nome aqui, a palavra que ele chamou uma mulher.”
Sou um homem de unidade, de convergência, de um bom diálogo, um homem que pensa grande, sonha alto, que quer o melhor pra cidade. Tenho orgulho de ter o apoio do governador Ronaldo Caiado. Esse pra mim é o grande diferencial em Goiás, o grande diferencial que nós temos. O Estado interfere diretamente na vida das pessoas de aparecida.
O compromisso do governo é com as cidades, todas elas, não é com o partido político. E não tem problema nenhum, não tenho dificuldades com o ex-presidente Jair Bolsonaro, entendo, respeito, eles são do mesmo partido. Passou as eleições, eu vou procurá-lo [Professor Alcides], é claro que vou pra conversar com ele, manter um bom diálogo, e que a cidade possa ter uma boa convivência. Será bem recebido, bem tratado, por que não? Acabou aquela velha prática política, de que as pessoas brigavam por causa do partido. Não. Passadas as eleições, é hora de unir esforços, de trabalhar, de buscar aquilo que é importante para a cidade e para a população.
Euler França de Belém – Se Sandro Mabel for eleito em Goiânia, vocês vão trabalhar juntos, se você for eleito também?
Essa pergunta sua é fantástica. Você sabe quantos quilômetros nós temos de divisa? Mais de 20. São 26 quilômetros de divisa que nós temos entre Goiânia e Aparecida, que é só uma rua. Você atravessa uma rua, está de um lado ou está do outro. O Sandro e eu, nós fomos colegas, deputados federais, durante um bom tempo, trabalhamos juntos. O Sandro é um trator para trabalhar, vai ser um grande prefeito também, um gerentão. Goiânia está precisando disso.
Nós já conversamos, já estabelecemos essas parcerias, já estabelecemos que vamos atuar nessa divisa todinha, conjuntamente, porque isso também é inteligente, isso traz economicidade para as duas cidades, isso traz desenvolvimento para as duas cidades, isso traz harmonia aqui, na nossa Região Metropolitana.
E tem que ter parceria, não pode ficar aí, um puxa pra lá, outro puxa pra cá, não. Isso é fundamental e vamos fazer um bom trabalho.
Outra coisa, na mobilidade, no transporte, vamos fazer a sincronização dos semáforos, que nada é sincronizado, nem em Goiânia, nem em Aparecida, nada. Como é que você faz tudo arrumadinho aqui, chega ali e está travado, está parado? Não, vamos fazer conjuntamente. Precisamos fazer isso, dar fluxo ao trânsito, dar mobilidade.
Tem viadutos que precisamos fazer, aqui na avenida Bela Vista, de um lado para o outro ali, na BR-153. O Anel Viário, Aparecido em Goiânia, é fundamental na mobilidade para tirar o trânsito pesado da BR. Transformar ela numa grande avenida e desviar o trânsito pesado por fora. Continuação da avenida Jataí, que falta um pedaço só para ligar a Aparecida com Goiânia e melhorar ali.
Quando o Sandro e eu fomos deputados juntos, encampamos, nós dois juntos, e depois a bancada toda participou, do início do processo de duplicação da BR-060 que liga Goiânia até no Sudoeste, até Jataí. Foram 330 quilômetros de duplicação, fizemos em quatro anos. À época, foi a maior obra rodoviária do País, com investimento de mais de um bilhão. Nós temos muito a fazer, colaborar e entregar para a cidade.
O que estou pedindo? Que as pessoas avaliem o nome dos candidatos, a história, o trabalho, a conduta, para nos apresentarmos e as pessoas avaliarem o que elas querem para a cidade.
Euler França de Belém – E sobre a questão do vice, como é que vai ser?
O vice está sendo conversado, discutido em todo esse processo. Abrimos a discussão com o próprio prefeito Vilmar para ele participar do processo. Uma coisa é fato: estamos conversando com o segmento evangélico. O vice vem do segmento evangélico. Agora, quanto ao nome e qual partido, estamos avaliando.
Ton Paulo – João Campos seria um bom nome?
Sim, um bom nome. Tem vários bons nomes colocados. Eu fui colega do João Campos deputado. O João foi delegado de Polícia em Aparecida também. Foi o senador mais votado nas eleições em Aparecida. O João é um grande nome.
Mas nós temos o João, nós temos o João Campos, Isaac Martins, Valéria Pettersen, Tatá Teixeira e Romeu Ivo.
Ton Paulo – Vilmar sinalizou que quer fazer a indicação?
Não, ele não sinalizou.
Euler França de Belém – Quais as lideranças evangélicas que estão comprometidas com seu projeto?
Grande maioria deles. Bispo Oídes, o Romeu, o Pastor Gentil, o Saulo, o Valteir, que é o Juvenil, o Josué Gouveia, pastor Newton. Praticamente todos os campos estão manifestando apoio à nossa candidatura.
Euler França de Belém – E o Vanderlan Cardoso está te apoiando também?
O PSD está alinhado conosco lá, mas ainda não declararam publicamente. Estamos conversando, estão dentro do grupo. O Podemos, do Glaustin. O Glaustin tem ajudado muito. É um deputado federal que representa a cidade, valoroso, trabalhador. É um deputado que Já falou comigo ‘Leandro, Vou andar com você em Brasília o tempo inteiro e vamos ajudar você a trazer os recursos para aparecida’. Porque eu falei que os desafios são grandes, e ele disse ‘Pode contar comigo integralmente’.
Gustavo Mendanha estará ao nosso lado 24 horas ligado, antenado, por tudo que ele dedicou, dedica e representa para a cidade.
Ton Paulo – E ele chegou a ser ventilado como pré-candidato à Prefeitura, não foi?
Sim, e ele é um grande quadro. Mas ele preferiu continuar como deputado federal ajudando a Aparecida como deputado federal. Apoiar o nosso projeto, lutando por Aparecida, dedicando por Aparecida a trazer os recursos, a trazer os benefícios, como deputado federal que ele é por Aparecida.
Ton Paulo – Muitas fontes que estamos ouvindo dizem que a maior possibilidade é que Vilmar Mariano vai apoiar o projeto do senhor. Caso isso não aconteça, como seria isso?
Porque vocês vêm do mesmo grupo.
Primeiro, eu não quero acreditar nisso. Porque eu sei que ele tomará essa decisão com grandeza, o espírito público elevado. Pensando na unidade de um grupo político, que eu volto a dizer, vem com Maguito, vem com Gustavo, e que ele faz parte, era vice do Gustavo. Essa é a minha expectativa.
Caso ele tome outra decisão, que é possível, é claro, cabe a mim respeitar. Decisão é dele, não é minha. Claro que aí não sou eu que vou avaliar isso também, é a sociedade. Mas eu não acredito que ele vá deixar que outros interesses sejam maiores do que os interesses da cidade e da população.