Francisco Júnior: “Escuto muita gente falar que o adversário do Sandro é o Vanderlan. Eu não considero. Eles estão no mesmo polo”
04 agosto 2024 às 00h00
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Atualmente presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás, a Codego, Francisco Júnior conta com uma longa trajetória na vida pública. Professor e com formação em Direito, já atuou à frente da Secretaria de Planejamento da Prefeitura de Goiânia e foi o responsável pela elaboração e aprovação do Plano Diretor que vigorou até o início de 2022. Foi eleito vereador, presidente da Câmara Municipal de Goiânia, deputado estadual e federal. Ligado à ala católica, com atuação, inclusive, na Renovação Carismática Católica (RCC), Francisco Júnior, nesta entrevista, detalha os investimentos já feitos e futuros envolvendo a Codego, e traça um cenário social e econômico do Estado de Goiás. Na política, Francisco, do mesmo partido do senador Vanderlan Cardoso, que pretende disputar a Prefeitura de Goiânia, explica o porquê de ter escolhido apoiar o rival de Cardoso, Sandro Mabel, chegando a integrar sua coordenação de campanha. O presidente conta que entre ele e Cardoso não existe “animosidade”, mas “distanciamento” mais causado pela falta de diálogo do senador.
Ton Paulo – Antes de falarmos sobre os investimentos da Codego, gostaria que o senhor falasse um pouco sobre o papel da companhia.
A Codego é a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás. Ela passa a ser batizada com esse nome em 2015, antes ela era a Goiás Industrial, uma empresa que é fruto de um programa federal. Era o presidente Ernesto Geisel, na época, e ele, então, cria um programa e são criadas várias empresas semelhantes. No caso de Goiás, ela nasce quase junto nasce o Daia [Distrito Agroindustrial de Anápolis]. O Daia, então, é a primeira experiência da Goiás Industrial, que depois vira Codego, no sentido de estimular a industrialização do Estado em massa, de criar um programa de industrialização.
O Daia, em Anápolis, está chegando nos seus 50 anos. E o distrito foi crescendo e hoje já tem o Daia 1, Daia 2, Daia Norte. Nós estamos indo para a quarta etapa, que é o DaiaPlan, mas é tudo Daia. São 10 milhões de metros quadrados, e com a expansão vai chegar a quase 12 milhões de metros quadrados. É uma cidade dentro da cidade. Hoje ele é o segundo maior polo de indústria farmacêutica da América Latina, logo do Brasil também, mas ele tem uma diversidade.
Nós temos várias outras indústrias que são da cadeia do fármaco, para embalagens, tem grandes indústrias de embalagem, mas também temos outras cadeias, metálomecânica, por exemplo, onde nós temos uma montadora que é a Caoa, que monta Hyundai e Shell, e BYD também.
Nós temos uma das maiores fábricas de geradores do Brasil, que é a BRG, que hoje tem parceria com a Índia, e tem várias multinacionais. Então, assim, realmente é um polo de desenvolvimento muito significativo para o estado de Goiás e para o Brasil hoje, que tem recebido os investimentos.
Ton Paulo – Fale um pouco sobre os investimentos feitos e previstos para o Daia.
O Daia tinha essa previsão dessa expansão, mas tinha três problemas básicos que nós criamos um programa, por determinação do governador, para atacar essas áreas, que é o Daia 5.0. Foi lançado há alguns meses, esse programa, e tem três etapas.
A primeira etapa é de expansão, que é viabilizar o DaiaPlan, que foi anunciado, lançado, se não me falha a memória, em 2002. E 20 anos depois, então, nós conseguimos colocar, porque tinha um problema de energia. Conseguimos, com a Equatorial, a finalização. Hoje há energia suficiente para a entrega. Então, a primeira coisa foi a expansão. Na expansão, nós tínhamos um problema com toda a Codego, em vários distritos, que era a forma de entregar as áreas para os empreendimentos.
Então, nós temos vários distritos. Lamentavelmente, às vezes você tem uma área vaga no distrito, você quer ocupar, mas a área não está vaga. Ela era objeto de uma demanda judicial, tem algum problema jurídico, porque foi entregue em algum momento para alguém que não empreendeu e depois gerou problema. Então, por determinação do governador, nós estamos fazendo uma distribuição de área completamente diferente, no formato de licitação, com toda a transparência. Estamos finalizando a primeira licitação de área e a gente já deve anunciar os vencedores, que na verdade nem são vencedores. É uma qualificação. Você traz toda a comprovação para a licitação e depois você tem a certeza que aquela empresa ejá está preparada, está apta, tem programa de investimento, tem plano de trabalho e já vai entrar para, no máximo três anos, ela estar em funcionamento.
Então, nós estamos terminando a primeira experiência. A expansão foi o primeiro ponto. O segundo ponto é a questão da regularização fundiária. Já tínhamos anos tentando fazer regularização fundiária do Daia e agora, numa parceria com a Prefeitura, nós estamos conseguindo regularizar. Então, já fizemos a regularização do perímetro, já está registrado em cartório o perímetro, e agora nós vamos fazer as subdivisões internas, as ruas, quadras, lotes, e aí vamos resolver vários problemas.
Esse era um outro ponto que impedia investimentos. Inclusive, às vezes, o próprio empresário tem dificuldade de conseguir financiamento pela falta da documentação exigida. E ainda sobre os investimentos, o terceiro ponto do programa que é o de modernização, entre todos esses investimentos que você me perguntou.
Vai ser mais, mas estabelecido dentro do programa nesse momento, nós já temos perto de 40 milhões de reais [em investimentos], onde tem recapeamento, a revitalização de toda a iluminação, por exemplo, a iluminação do eixo principal, que é a GO, que corta o Daia de ponta a ponta.
Ela estava toda apagada. Hoje já está toda acesa, já foi toda revitalizada. Uma outra parceria com a Prefeitura.
Ton Paulo – O senhor acha que a burocracia é um fator impeditivo nessas questões?
Nesse caso aqui, é burocracia, mas também é uma questão de segurança. Você tem a área sendo colocada em garantia.
Ton Paulo – Esses 40 milhões de reais que o senhor acabou de citar inclui os investimentos que já foram feitos e também os que ainda serão feitos?
Inclui a totalidade. Alguma coisa nós já pagamos, outra estamos licitando, outra estamos fazendo. Por exemplo, a licitação da iluminação da rodovia já finalizou, um milhão e 200 mil reais, já foi pago. Nós temos 17 milhões para dobrar a capacidade de água do distrito. Isso já foi licitado, já tem desenhador e está construindo os tanques. A água é nossa, a água é daqui. É a reservação dela e o tratamento. Nesse caso, a empresa é de fora e foi uma licitação difícil de fazer porque ela é muito especializada.
Desde o primeiro momento, tem declarações minhas na imprensa que eu queria que o Vanderlan fosse o candidato da base. Mas o que aconteceu? Foi tentado, eu tentei, outros tentaram, mas não deu certo.
Então, sim, nós temos esse desembolso de 40 milhões, mas é o custo do projeto. Não gastamos 40 milhões ainda não. Está em andamento.
Ton Paulo – Há um programa também, do qual a Codego participa, que visa aproximar a companhia do setor produtivo, não é isso?
É o Codego+Daia. Pela importância do Daia, uma vez por mês nós transferimos a gestão superior da Codego lá pra dentro do Daia. Então, nós vamos pra sede e fazemos um evento de um dia onde a gente ouve os empresários, ouve quem vive o dia a dia do distrito, e leva algum serviço sempre junto.
Geralmente é na segunda terça-feira de cada mês. Todo mês a gente tenta priorizar a segunda terça do mês, mas aí dependendo pode ter alguma variação. Nós transferimos a equipe da Codego para prestar informação, para negociar dívida, negociar processo, tanto para facilitar para o empresário. E a gente procura levar alguns serviços. Por exemplo, o trabalho da sinalização, o Detran, a Goinfra, a Retomada.
E lembrando que sempre o objeto principal da Codego é fomentar desenvolvimento e emprego. Hoje, a Codego, além de fazer a gestão dos distritos, está desenvolvendo várias parcerias com as prefeituras. Estamos fazendo estudos para entendermos a vocação econômica do distrito, do município, o que é que nós podemos colaborar com eles em formatar projetos. Estamos buscando recurso federal, recurso estadual, parceria com os municípios, parceria com a iniciativa privada.
Nós estamos buscando várias outras formas para fomentar o desenvolvimento daquela região e gerar emprego.
Raphael Bezerra – O Brasil passou por um longo processo de desindustrialização, e Goiás também, mas vem retomando esse crescimento. Qual é o papel da Codego para fomentar as indústrias, além da questão dos distritos industriais?
Dentro dessas atribuições da Codego, entra também a questão de fomentar, não somente fomentar, mas também buscar essas indústrias em parceria com outros países, com indústrias que vêm de fora também, que é para trazer essas indústrias para Goiás.
Com a reforma tributária, a Codego passa a ter um papel muito importante no Estado. Com a perda no futuro dos incentivos fiscais, o Estado tem que ter algo mais para oferecer, para conseguir captar investimentos e manter os investimentos, manter as empresas que estão aqui.
O que nós estamos fazendo? A Codego, quando eu falei que ela está extrapolando a questão só da gestão do distrito por causa disso, nós estamos estudando as cadeias produtivas. Quando eu pego, por exemplo, uma empresa importante no Estado, seja de qual segmento for, ela compra de alguém e ela vende para alguém.
Ela está estudando as cadeias produtivas para poder fomentar isso. Então, eu preciso aproximar de quem ela compra. Quanto mais empresas que prestam serviço para ela, que fornecem para ela, tiverem mais próximas, e podendo vender a um custo melhor, então ela vai conseguir produzir com um custo melhor. Também tenho que facilitar a venda.
Basicamente, além da questão tributária, toda grande empresa olha três pontos, três fatores para fazer o seu investimento. O primeiro dele é a infraestrutura. Ela necessita de água, escoamento da produção, logística. O segundo ponto, tão ou mais importante, é a mão de obra. Então, a qualificação de mão de obra é fundamental, daí a importância dos Cotecs, daí a importância do Senai, de todos que atuam na formação do funcionário, do empregado para a indústria, do industriário. Nós temos um centro de formação interessante em Goiás hoje. E o terceiro ponto, que é também muitíssimo importante, é a energia.
Nós precisamos criar um ambiente pra que os jovens não precisem sair, que eles façam a mesma coisa que eles estão fazendo lá fora, mas que eles façam aqui
Esse tem sido um gargalo do estado de Goiás, daí tantas brigas com a Enel e depois Equatorial, e nós estamos rompendo isso. À medida que nós vamos resolvendo essas três situações, eu tenho a condição de produzir para a empresa. “Olha, você vem pra cá e eu vou te dar o lugar de você ficar, vou colocar a pessoa para trabalhar com qualidade, atendendo você a um custo interessante e vou te dar fornecedor e consumidor”. Nós estamos fixando essa empresa enxergando toda a cadeia produtiva que ela está envolvida. A Codego tem esse papel hoje que, na minha opinião, é essencial.
Ton Paulo – E onde entra a sustentabilidade nisso tudo?
Uma das grandes discussões também das indústrias, e esse é um dos focos também da Codego, é o desenvolvimento industrial sustentável. A gente já tem hoje indústrias que têm esse foco do desenvolvimento sustentável dentro do Daia. A sustentabilidade é fundamental. É uma preocupação que a própria empresa tem que ter e o Estado tem que ter também.
É uma tendência mundial, não tem retorno nisso. Tanto é que a regularização fundiária tem muito a ver com isso, a regularização, a questão ambiental, as licenças ambientais. Nós temos empresas com um resultado muito bom nesse sentido. Vou citar uma que tem um investimento interessantíssimo que é a Ypê. A Ypê produz produtos de limpeza com zero de contaminação. Ela tem todo um sistema interno de filtragem, de saneamento, de filtragem, de tratamento, de esgoto, tudo.
Então, ela tem todo um sistema próprio onde ela entrega pra nós a água já em condição de uso. E empresas grandes, por exemplo, não ficam só no Daia. Eu tenho a Mitsubishi, em Catalão, que também tem todo um sistema de tratamento e reaproveitamento da água e todo esse cuidado. É uma necessidade e nós estamos, com o tempo agora, criando possibilidades de negociarmos com as empresas e valorizarmos aqueles que investem em sustentabilidade.
E nós estamos próximos de trabalhar com tarifa própria. Porque hoje a Codego, muita gente não sabe, serve água, tratamento e saneamento para as empresas dentro do distrito, por lei, onde existe o distrito. Não é a Saneago que fornece água e trata o esgoto, é a Codego.
Então, estamos desenvolvendo uma tarifa com o auxílio técnico da AGR [Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos], o que vai ser muito interessante, que vai nos dar condição de negociar e incentivar a produção quando a gente tem uma tarifa voltada para a indústria, voltada para quem produz.
Ton Paulo – O senhor mencionou a criação de um polo industrial no Centro de Goiânia. Pode falar mais sobre?
Ainda é estudo, uma proposta, uma ideia que nós temos. Porque a capital do Estado, até então tinha-se a visão de que ela não podia se industrializar. Goiânia não pode ter uma indústria poluente, mas uma indústria limpa, uma indústria de tecnologia, eu acho que é extremamente desejado. E um bom lugar para discutirmos isso é o Centro da cidade, onde nós temos toda a infraestrutura instalada. O Centro está despovoado, tem muito espaço e precisa ter um incentivo.
Então nós estamos estudando. Não estamos nem perto de fazer o lançamento, é uma ideia ainda, a requalificação do Centro, a ocupação do centro com qualidade e, ao mesmo tempo, gerar emprego, desenvolvimento e conhecimento.
Goiânia é uma cidade com muitas universidades. O jovem de Goiânia é antenado, ele é globalizado, ele tem uma visão de mundo. Então seria muito interessante nós fomentarmos isso, estimularmos. Um bom modelo que nós temos para esse estudo é o Porto Digital, lá de Recife. Quando eu fui secretário municipal em Goiânia, em 2005 a 2008, Joel Sant’Anna, que hoje é secretário da Indústria e Comércio, também era secretário municipal da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da época, gestão Iris Rezende. E nós criamos, naquela época, a Estação Digital em Goiânia, que era semelhante ao Porto Digital que estava sendo implantado em Recife.
Na época, foi feito um perímetro na Estação Digital em Goiânia, só que ele não avançou, não deu sequência. O Porto Digital de Recife fatura hoje mais de 5 bilhões de reais. Ele tem empresas instaladas, tipo Apple, Google, toda a parte de tecnologia da Globo. E Goiânia tem a oportunidade de ter uma experiência semelhante, não igual. A intenção é, junto com o José Frederico, da Secretaria de Tecnologia e Inovação, que tem o hub de tecnologia no Setor Universitário, fazer alguma coisa em parceria. Eu sempre procuro a parceria, como eu falei, Detran, Goinfra, SIC. É importante nós entendermos que o Estado é um só. E quando nós conseguimos fazer em forma de parceria, nós temos uma chance de sucesso maior.
Nesse caso específico, é uma parceria com a Secretaria de Desenvolvimento, e de Ciência e Tecnologia.
Raphael Bezerra – Você entrou nessa questão dessa indústria 5.0, tecnológica. O que a gente tem de planejamento para essa indústria tecnológica, que vai ser a indústria do futuro?
Essa é uma questão de visão. Eu brinco que o produto, o maior valor agregado que Goiás exporta hoje, são os nossos jovens goianos, que são cabeças muito boas e estão em todo o mundo, no Canadá, na Alemanha, no Japão, pra todo lado. Nós precisamos criar um ambiente pra que eles não precisem sair, mas que eles façam a mesma coisa que eles estão fazendo lá fora, mas que eles façam aqui.
Sou do PSD, eu ajudei o Vanderlan na eleição passada, coordenei o plano de governo do Vanderlan em 2020 e eu era um entusiasta que ele se lançasse candidato, mas ele foi retardando isso
É um trabalho que tem que ser uma PPP, parceria público-privada. Não na clássica parceria público-privada, mas uma parceria onde nós temos que entender que o Estado tem o seu papel e a iniciativa privada tem o seu. E é essa visão que eu tenho tentado colocar na Codego: as parcerias que eu falei, com o Estado, mas a parceria também com a academia e com o setor produtivo. E a expectativa nossa é de podermos avançar. Ainda não temos nada concreto, porque é uma visão nova, visão recente.
Raphael Bezerra – Sobre o comitê gestor que foi criado este ano, o que mudou? Acelerou esses processos mais burocráticos?
No início do ano, quando nós pensamos em criar um programa para o Daia, nós chegamos à conclusão que ele ele estava tendo uma gestão afastada da sede da Codego. A Codego estava em Goiânia, os diretores estavam em Goiânia, e o Daia é um distrito muito importante, com quase 600 empresas instaladas, com quase 30 mil funcionários, trabalhadores trabalhando. É uma cidade. É um volume muito grande de trabalho financeiro para não ter uma atenção devida da parte da direção da empresa.
Estamos fazendo uma transição na gestão. O comitê gestor que foi criado foi um comitê para avaliar as demandas do Daia, entender os problemas e propor solução. A solução veio em forma do programa Daia 5.0, e esse trabalho foi coordenado diretamente pela gestão superior da Codego. Todos os diretores se envolveram: diretor administrativo financeiro, diretor técnico, a superintendente de Assentamento e Regularização Fundiária e o vice-presidente da Codego ficou como referência, o ponto focal para essa discussão. Então, ele passou a dar expediente lá no Daia, representando a diretoria e trazendo as demandas, e uma vez por mês, toda a diretoria se desloca para o Daia para ter esse contato próximo.
O comitê gestor que nós criamos na época foi para dar esse entendimento que o DAIA teria uma gestão muito próxima da gestão da Codergo, dada a importância que ele tem em todos os sentidos.
Ton Paulo – E o senhor pode falar um pouco sobre os investimentos para o Dianot?
São muitos distritos lá no Dianot [Distrito Agroindustrial Norberto Teixeira, em Aparecida de Goiânia], então é um centro que cresceu muito. Eu costumo dizer que Maguito e Iris, em Goiânia, eram dois governadores sentados na cadeira de prefeito. Não tínhamos prefeito, nós tínhamos governador municipal, seja em Goiânia, seja em Aparecida. Fez toda a diferença.
Eram prefeitos que pegavam o telefone e conseguiam falar com o presidente da República, com ministro, com os senadores. Eles tinham um acesso que fez toda a diferença na gestão.
No caso do Dianot, em 2012 foi lançado o distrito. Em 2014, se não me engano, foi aprovada a lei. Inclusive, eu era deputado estadual e votei a lei, mas não saiu do papel, teve uma série de problemas.
Lá funcionava o semiaberto, a “fazendinha”. A pandemia colaborou muito com isso, pra criar o ambiente para poder tirar o semiaberto de lá. O que impedia esse investimento era o semiaberto. Isso aconteceu e nós já estamos agora, lá, desenvolvendo, abrindo rua, já estamos trabalhando com a previsão de assentar as primeiras empresas. Sendo pessimista, já em início de 2026, mas a intenção nossa é em 2025 já termos empresas assentadas lá. E é um investimento em torno aí de 100 milhões de reais, para criar esse empreendimento.
Ton Paulo – E qual é a previsão inicial de geração de empregos?
Apesar de lá ser 2 milhões de metros quadrados, nós temos a expectativa em torno de 20 mil empregos diretos e indiretos. Lá tem a vocação logística, pelo ponto de estratégia de Estado. Então, no caso do Dianot, vamos trabalhar muito essa questão de logística e outras áreas. Diferente do Daia, que é fármaco.
Ton Paulo – O senhor é um nome proeminente do PSD, mas hoje trabalha na coordenação da campanha de Santo Mabel, que é o pré-candidato apoiado pelo governo, e o partido do senhor tem um pré-candidato, que é o Vanderlan Cardoso. Como se deu essa articulação que levou o senhor a apoiar Mabel, e não o nome do próprio partido do senhor? E como o senhor avalia o desempenho de Mabel nas pesquisas?
Todas as pesquisas estão dando mais ou menos os mesmos números, inclusive as internas que nós temos, que seria a Adriana Accorsi e o Vanderlan Cardoso revezando ali entre os 18% e 20%, e o Sandro ficando entre os 15%, 17%, 18%. O que já considero fantástico. Se você faz uma análise dos três candidatos, tanto Adriana quanto Vanderlan disputaram todas as eleições dos últimos dez anos. Todas. Agora, para prefeito de Goiânia, os dois disputaram as duas últimas, 2016 e 2020.
O Mabel, apesar de ter toda uma experiência política, deputado por cinco vezes, se não me engano, ele está fora do cenário político, ele não disputa eleições há muito tempo. Então, por exemplo, o jovem que ia fazer 16 anos, quando ele disputou a última eleição, ele já está com quase 30. Essas mesmas pesquisas demonstram que tanto Vanderlan quanto Adriana, eles têm um potencial eleitoral muito significativo, com um percentual de reconhecimento muito alto. Acima dos 90% sabem quem é Adriana, sabe quem é Vanderlan. Já o Mabel, ele tem um potencial eleitoral próximo deles, mas com um percentual de reconhecimento muito abaixo.
A Codego, além de fazer a gestão dos distritos, está desenvolvendo várias parcerias com as prefeituras. Estamos fazendo estudos para entendermos a vocação econômica do distrito, do município, o que é que nós podemos colaborar com eles em formatar projetos
Eu sou um apaixonado por Goiânia. Um estudioso da cidade. Até já escrevi sobre Goiânia, tenho um livro que fiz sobre a gestão da cidade. Tive a oportunidade de 2005 a 2007 coordenar a elaboração do Plano Diretor que estava vigente até pouco tempo atrás. Então eu sou um apaixonado por Goiânia e quero vê-la bem administrada, até porque eu sou daqui, vivo aqui e pretendo ficar aqui. E a gente lamenta muito os rumos que ela foi tomando. E não sou eu que estou falando. As próprias pesquisas que começam a avaliar as demandas, elas mostram isso.
Quer dizer, a sujeira da cidade, o lixo, a falta de gestão, a falta de oportunidade, a dificuldade de transporte, a dificuldade de locomoção, a educação, a criança fora da escola, a pessoa sem atendimento médico. Tudo isso está sendo mostrado nas pesquisas. É preciso que a gente dê um choque de gestão na cidade, que apareça alguém que saiba administrar. Como você falou, eu sou do PSD, eu ajudei o Vanderlan na eleição passada, coordenei o plano de governo do Vanderlan em 2020 e eu era um entusiasta que ele se lançasse candidato, mas ele foi retardando isso.
O que acontece é que eu percebo que nesse mundo polarizado de hoje, você não tem muito espaço, ou você está de um lado ou você está do outro. E eu percebia que era necessário ocupar esse espaço e dialogar. E houve, por motivos que não me competem analisar, dificuldade desse ajuste entre o Vanderlan e o governo do Estado. Eu, diante disso, em termos de perfil, conhecendo o Sandro Mabel, a gestão, a capacidade dele, eu fui, lógico, um dos primeiros a aderir ao seu projeto quando foi lançado.
Logo de pronto eu já apoiei, porque eu entendo que ele tem um perfil, ele veste exatamente o que a cidade precisa. O Mabel é um homem realizado, um homem de sucesso. É preciso de alguém que foque os seus olhos para resolver o problema da cidade, o problema dos outros. Não é o problema dele que tem que resolver agora, o dele ele já resolveu. Ele é alguém pronto para se dedicar 100% a resolver os problemas da cidade. Com resultado, com histórico, com um portfólio muito de articulação, de militância no Congresso e de empreendedor, seja nas empresas dele, seja na experiência que ele teve na frente da Fieg, que é muito semelhante com o órgão público.
E ele teve uma gestão extremamente exitosa, com muito resultado. Dado isso, eu, de pronto, eu aderi ao seu projeto. Não entendo que eu tenha feito nada que agrida o senador Vanderlan. Explico o porquê. Em 2016, eu fui candidato a prefeito também, disputei com o Vanderlan, que foi candidato apoiado pelo governador Marconi na época. Em 2018, o Vanderlan saiu candidato a senador pelo PP, em parceria com o MDB, e eu saí pelo PSD, deputado federal. Depois eu fui uma das pessoas que buscaram o Vanderlan por considerar ele um valor político importante para Goiás, era um senador competente. Então eu fui buscar o PSD e deu certo. Ele veio para o PSD.
Em 2020 ele saiu candidato pelo PSD a prefeito de Goiânia com o apoio do governo governador Ronaldo Caiado. Por que eu estou contando essa história? Porque em 2018 eu saí num grupo, ele em outro grupo e o governador Ronaldo em outro grupo. Eram três grupos que disputaram a eleição. O grupo do governador Ronaldo Caiado foi vencedor. Em 2020 o Vanderlan se aproximou do governador e ele o aproximou de nós. Então, todo o PSD, não o Francisco Júnior, mas o Francisco Júnior, o deputado Cairo Salim, o deputado Wilde Cambão, os prefeitos, se aproximaram do governo.
O Vanderlan chegou a anunciar várias vezes no palanque eleitoral dele, um compromisso com a reeleição do governador Ronaldo Caiado em 2022, que não aconteceu por parte dele, do Vanderlan, mas aconteceu por parte de todo o PSD. Então, eu, Vilmar Rocha, os deputados Cairo Salim, Wilde Cambão, todos, e os prefeitos que o PSD tinha na época, todo esse grupo esteve junto com o governador Ronaldo Caiado na sua reeleição. E o Vanderlan acabou apoiando o Vitor Hugo.
Eu trabalhei muito para unificar. Desde o primeiro momento, tem declarações minhas na imprensa que eu queria que o Vanderlan fosse o candidato da base. Mas o que aconteceu? Foi tentado, eu tentei, outros tentaram, mas não deu certo. Então houve essa dificuldade, essa demora para o Vanderlan anunciar, ser candidato.
Ton Paulo – E ao que o senhor atribui a falta de união do PSD em volta do nome do Vanderlan Cardoso?
Eu entendo que faltou diálogo. Mas quem deveria produzir esse diálogo, era o presidente do partido [Vanderlan Cardoso]. Eu entendo que se houve alguma falha nesse sentido de articulação, eu acho que é porque faltou diálogo. Eu nunca fui chamado para conversar sobre isso [Vanderlan ser candidato]. Eu procurei o Vanderlan algumas vezes em outros momentos, conversei e tudo, mas com relação a essa reta final, eu não tomei a iniciativa e ninguém tomou a iniciativa de conversar, nem comigo, nem com ninguém.
Vou citar um exemplo. A formação dos diretórios, Eu sei que teve deputado que não foi consultado. Eu não fui consultado, por exemplo, sobre Goiânia. Essa é uma realidade. Faltou diálogo. E na política, quando não se conversa, o mundo não para, as coisas acontecem, e acontecem sem o seu controle. O que pode ter acontecido é isso. Não há nenhuma animosidade entre mim e o senador, não se fala mal dele, nem de ninguém, não existe esse clima, esse ambiente de hostilidade. Mas também não existe proximidade hoje. Quer dizer, eu não converso com ele há bastante tempo. Como eu estou focado na campanha do Sandro, até por uma questão de respeito, eu não estou mexendo nisso.
Eu entendo que nessa articulação faltou gastar um pouquinho de saliva, faltou reunir, faltou chamar os deputados, fazer uma reunião. Não houve nenhuma reunião de cúpula do partido para decidir candidatura, nem de A nem de B, nem apoio do partido. Sendo assim, todos estavam livres. Eu me senti livre.
Ton Paulo – Quando ainda estava no PSD e lançou sua pré-candidatura, o vereador Lucas Kitão fez uma fala, uma referência, sobre Goiânia ter que ser prioridade. Alguns leram como uma crítica ao fato de Vanderlan também estar trabalhando na candidatura de sua esposa em Senador Canedo. O senhor concorda?
Não, eu não concordo. Eu não estava nesse dia, mas eu não concordo porque é o seguinte. Vamos separar um pouco as coisas, a gente mistura. Nós temos o Vanderlan, pré-candidato ou candidato, em poucos dias, a prefeito de Goiânia. Ok. E nós temos o presidente estadual do PSD, que tem que ter olhos para o Estado inteiro. O presidente do partido não pode ter olho só pra capital, ou pra cidade A, ou cidade B. Então é um argumento mais político. Mas o presidente tem que, sim, cuidar.
Senador Canedo é uma cidade importante. Aparecida é uma cidade importante. Nós temos 246 cidades importantes em Goiás e algumas com esse destaque, pelo tamanho, pela importância econômica e tudo. O presidente do partido tem que estar interessado nisso, tem que estar olhando todas. E ele, naturalmente, tem que estar atento à Goiânia porque ele quer ser candidato a prefeito de Goiânia. Então, eu não acho que seja o argumento para justificar qualquer outra coisa. O Vanderlan tem que olhar todas as candidaturas. E aí, nesse momento, a dona Izaura, esposa do Vandelan, tem uma história em Senador Canedo, tem direito de se candidatar e postular.
Ton Paulo – O senhor acredita que ele ainda pode recuar da candidatura?
Nesse momento, eu não sei dizer. Ele é candidato até agora. Ele tem até dia 5 de agosto para decidir se ele continua candidato ou não.
Raphael Bezerra – Sobre a escolha do vice de Sandro Mabel, passaram a cogitar uma mulher para puxar o voto feminino, e assim competir com a influência que Adriana Accorsi tem nesse segmento. Como o senhor avalia?
Acho que a mulher é importantíssimo, mas o que precisa ficar claro é uma política clara de atenção à mulher. A Adriana, ela naturalmente tem isso na sua vida, na sua prática. Ela é uma pessoa engajada, o que não quer dizer que os outros não sejam. Então, ajuda na composição, ajuda. Só que nós temos que tomar um cuidado muito grande com isso, para escolher o vice. E eu vou citar como exemplo Maguito Vilela, um vice ideal
Olha, o vice do Maguito era um vereador bem relacionado, que compunha uma igreja grande, importante e vinculado a um veículo de comunicação também importante e expressivo. Então ele agregou muito para a campanha, mas teve dificuldade para governar. Ele era um vice ideal, mas não conseguiu ser um prefeito ideal.
Ton Paulo – E em Aparecida de Goiânia, como o senhor vê o cenário político?
O grande adversário do Leandro Vilela, o inimigo dele, é o tempo. Ele é um excelente candidato, ele tem histórico. “Ah, mas o Leandro não é de Aparecida”. O Maguito também não era. Se isso daí for um grande problema, então é um problema irrelevante, porque Maguito não era e fez o que fez com a Aparecida que a gente viu.
Aparecida, o tanto que ela cresceu, se você fizer uma análise de quem nasceu em Aparecida, não deve dar 60% da população, pelo tanto que ela cresceu na última década.
Então, eu acho que, mais uma vez, nós precisamos conversar, hoje se conversa muito pouco sobre isso, no caso de Goiás, Aparecida, qualquer lugar, a gente precisa conversar sobre quais são os problemas da cidade, o que tem que fazer para resolver, e se quem está propondo isso dá conta, se tem um histórico que respalda e fala “Vou por causa disso, disso e disso. Olha, nessa oportunidade eu fiz isso”.
Lamentavelmente, se fala muito pouco disso hoje. Não se conversa sobre a capacidade do candidato, sobre as propostas, sobre os problemas, a solução dos problemas e a capacidade de desenvolver aquela solução. E é o que precisa acontecer.
Se o Leandro conseguir ter a visibilidade e fazer essa informação chegar até o eleitor, eu não tenho dúvida que ele vai crescer muito e vai disputar.
Se Vanderlan for leal ao polo político em que ele foi eleito senador, se a gente for olhar ideologicamente, então, naturalmente, ele tem que estar no polo de centro-direita, que é o Mabel
Ton Paulo – O senhor acha que o Sandro Mabel vai conseguir despontar ainda nas pesquisas, ainda mais depois de ser confirmado o candidato?
A dúvida que eu tenho com relação a Sandro Mabel é se ele ganha no primeiro ou no segundo turno. Mas é um candidato viável pra ganhar.
Em primeiro projeto, em primeiro plano, não tem segundo turno. O Sandro ganha no primeiro. Havendo necessidade de segundo turno, dada a polarização e tudo mais, a expectativa é que seja um candidato mais próximo da esquerda, então deve ser a adriana com ele no segundo turno.
Eu escuto muita gente falar que o adversário do Sandro é o Vanderlan. Eu não considero. Eles estão no mesmo polo. Eles vão ter oportunidade de apresentar para o mesmo eleitor quem tem mais condições neste momento.
Raphael Bezerra – Então, nessa análise, você considera que a birra de Goiânia pelo candidato do governo é uma questão superada, pelo perfil do Caiado, pela aprovação do Caiado?
Essa é uma pergunta que só a história vai nos dar resposta. Mas eu acho que o Caiado, o governador Ronaldo Caiado, ele rompeu vários paradigmas. Vários. O governador Ronaldo Caiado, por exemplo, ele conseguiu duas eleições no primeiro turno. Uma reeleição no primeiro turno. Isso é um negócio inédito. Ele conseguiu a aprovação próxima dos 90% em veículos de pesquisa, em institutos de pesquisa, locais e de fora.
Eu acredito que este será mais um paradigma que ele vai superar.
Ton Paulo – Em um cenário hipotético de segundo turno, entre Vanderlan e Adriana, ou Mabel e Adriana. De quem será o apoio para quem?
Olha, se Vanderlan for leal ao polo político que ele foi eleito senador, se a gente for olhar ideologicamente, então, naturalmente, ele tem que estar no polo de centro-direita, que é o Mabel. Onde o Mabel está.
Se for Adriana e Mabel, aí eu acredito da mesma forma, eu tenho que ficar no mesmo polo.
Ton Paulo – E quanto ao seu próprio futuro político?
Eu estou com um desafio que é a Codego. A Codego tem um super potencial. Então o próximo passo vai acontecer a partir do resultado desse. Se eu conseguir desenvolver um bom trabalho, se eu conseguir demonstrar para a população que eu tenho algo para contribuir, então eu devo ser solicitado.
Eu enxergo política um pouco diferente da maioria das pessoas, porque eu não enxergo política como uma vontade do político. Eu enxergo o político como uma resposta para a sociedade.
Em todo o meu material, todo o tempo que eu tive 14 anos de mandato, eu sempre disse que política para mim é vocação e missão. Eu tenho que ter alguém que me chama, alguém que me vocacione, um segmento, uma região. Alguém tem que me querer na política. Eu fico muito preocupado com aquelas pessoas que falam assim “Ah, meu sonho é ser vereador, meu sonho é ser isso, é aquilo”. Eu, como político, tenho que sonhar aquilo que é da sociedade.
Por isso que nós temos tanto problema, tanta coisa esquisita acontecendo, porque a pessoa confunde o espírito público, a necessidade pública com a demanda pessoal dele, a realização pessoal dele. Isso não pode. No meu caso, depois que passar tudo isso, depois que finalizar as eleições municipais, depois que a gente conseguir, aí eu vou parar um pouco, olhar e avaliar qual vai ser o meu próximo passo. Se eu devo ser candidato ou não.
Ton Paulo – E essa possibilidade seria para a Câmara dos Deputados?
Aí vai ser uma análise de momento também. O que eu tenho muito claro definido no meu projeto, é que eu quero apoiar o Daniel Vilela de todas as formas. O Daniel, ele assume o governo em abril de 2026. É um jovem que eu acredito muito, que eu conheço há muito tempo. Fui vereador com ele, deputado estadual com ele. Eu conheço seu dia a dia, conheço a sua intenção, conheço a sua vontade e nós estamos em Goiás numa virada de página.
Se a gente parar para perceber, está vindo aí uma nova geração. E eu entendo que o Daniel representa bem essa nova geração. E realmente é um legado, é uma geração de políticos muito forte, e muito importante [que está passando].
Raphael Bezerra – Que ideias podemos levar hoje para Trindade? Pensando muito também na questão do turismo religioso, o que a gente pode fazer para a cidade crescer?
De forma especial, a indústria do turismo, que a gente às vezes não enxerga ela como indústria, Goiânia e a Grande Goiânia têm um potencial e nunca foi explorado devidamente. Tem o turismo religioso, o turismo de negócios e o turismo de eventos, eventos profissionais. À medida que isso vai se estruturando, tem um potencial muito grande de desenvolver e Trindade, de forma especial, ela tem que receber esse apoio.
Eu não tenho nenhum diálogo com com a Prefeitura de Trindade hoje no sentido disso, de ver alguma coisa que o Codego possa fomentar. Realmente é uma falha. E você está falando e nós vamos procurar ver alguma coisa, porque realmente precisa.
Tem iniciado algumas questões na área de energia solar, mas ainda muito incipiente. Eu acho que a questão da confecção, do turismo religioso e mesmo da indústria em torno do turismo religioso, vou citar um exemplo. Em Uruaçu tem uma fábrica de terço que exporta para o mundo inteiro. Ela faz aquele tercinho de bolinha de Pau Brasil. Ela exporta e ganhou o mundo inteiro, emprega centenas de pessoas.
Antes era tudo manualzinho. Hoje não, hoje as bolinhas são todas cortadas a laser. A empresa dele cresceu. Então, existe um mercado para isso. Goiânia tem uma das maiores fábricas de camiseta religiosa, que é a Agape. Vende pro Brasil inteiro também.
Potencial tem. Mas quero reafirmar: a Codego está focada no desenvolvimento, e Goiás vive um momento muito bom. E nós temos que aproveitar esse momento. O que o governo Ronaldo Caiado conseguiu é muito especial, essa visibilidade positiva do Estado de Goiás para fora de Goiás. Hoje, quando a gente sai, quando a gente anda São Paulo, estados afora, Goiás é bem visto, é visto como uma terra de oportunidade. E nós, muitas vezes, não estamos valorizando suficientemente isso.
Hoje, eu acho que cabe a nós, goianos, entender esse momento que nós estamos e aproveitar isso, viver esse momento de oportunidade, acolhendo esses investimentos e investindo. É um momento para investir em Goiás, com dinheiro goiano e com dinheiro de fora.
Por mais que exista toda essa insegurança no Brasil, ele, o Estado de Goiás, cresce um pouco mais que o dobro da média nacional. É um negócio realmente inédito. A avaliação não é a avaliação do governo: a avaliação do governo eu acho que ela demonstra isso. Hoje, Goiás recebe diversos empresários de fora que querem que os seus filhos cresçam aqui. Continuam trabalhando fora, vão e voltam para São Paulo, para o Rio, mas continuam os filhos morando aqui. Eu acho que isso é algo muito especial que nós não podemos desperdiçar.
E, por causa disso, nós precisamos ter muita responsabilidade, muito cuidado com a eleição para prefeito. Porque Goiânia precisa, tem que entrar nessa mesma vibe, nessa mesma frequência que está o governo do Estado. Goiânia hoje está perdendo o seu ranking de tudo. Qualidade de vida, cidade inteligente, cidade verde, em tudo ela está decaindo. Por isso eu acho que é um paradigma que vai ser quebrado.