Mais um caso de envenenamento é investigado em Goiás. Depois da Superintendência de Polícia Técnico Científica de Goiás (SPTC) encontrar substâncias tóxicas em uma sobremesa usada pela advogada Amanda Partata para envenenar o ex-sogro e a mãe dele, em Goiânia, os peritos agora analisam um suposto envenenamento por meio de leite em pó.

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O alimento, conforme a SPTC, foi provavelmente envenenado pelo ex-companheiro de uma mulher, que estava inconformado pelo término do relacionamento. O leite era ingerido pela possível vítima. Caso seja comprovada a substância química, o laticínio será usado como prova em uma tentativa de homicídio. 

“Não podemos dar mais detalhes, pois as perícias ainda estão em andamento”, explicou ao Jornal Opção o perito Welington Araújo, do Laboratório de Análises Químicas e Toxicológicas da SPTC.

200 análises por mês

O caso Amanda e o suposto novo envenenamento fazem parte das cerca de 200 análises realizadas por por mês no laboratório. Destas, metade corresponde a perícias toxicológicas e a outra metade, conforme Welington, a exames de dosagem alcoólica. Além destes trabalhos, os peritos também realizam identificação de medicamentos, agrotóxicos, acelerantes e outras substâncias. 

“O laboratório recebe vestígios coletados em locais de crime relacionados a suspeita de envenenamento e também amostras biológicas de vítimas em que o histórico sugere suspeita de intoxicação. Para cada tipo de vestígio recebido, há um procedimento padrão a ser seguido, que descreve a forma com a qual essa amostra deve ser manipulada até a apuração dos resultados dos exames feitos”, contou o perito. 

A execução dos exames tem tempo de duração variável, a depender da complexidade do material analisado, sendo cerca de 7 dias o prazo mínimo para conclusão dos exames mais simples. Casos mais complexos podem demandar algumas semanas para finalização, chegando a até 30 dias.

Para ser detectada, cada substância precisa estar presente numa quantidade mínima que garanta sua detecção. Sempre são utilizados dois métodos de alta sensibilidade para confirmar a presença de uma substância na amostra examinada., de acordo com o perito. Atualmente, os equipamentos garantem que, ainda que em quantidades mínimas, os intoxicantes sejam detectados e confirmados quando presentes nas amostras encaminhadas ao laboratório.

“Os exames nunca são simples. Este é um trabalho que envolve pesquisa e aperfeiçoamento constantes. O trabalho pericial sempre demanda muito cuidado, desde a etapa de recebimento dos vestígios, até a elaboração e revisão do texto final do laudo pericial. Para garantir a precisão dos resultados, os exames são executados de forma padronizada e envolvem equipamentos de alto custo de aquisição e manutenção”, concluiu Welington.