Prefeitos em busca de reeleição têm recursos adicionais de emendas em relação a candidatos sem cargo
01 setembro 2024 às 13h33
COMPARTILHAR
Mais de 1.500 cidades brasileiras terão prefeitos buscando a reeleição, com R$ 23,5 bilhões em recursos adicionais, acima da média nacional. Segundo levantamento do jornal Folha de S. Paulo, a mudança na destinação das verbas federais, iniciada no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O resultado foi a distribuição de mais de R$ 80 bilhões em emendas para os 5.568 municípios desde 2021.
Dentre os 2.873 prefeitos que concorrem à reeleição, 1.546 receberam montantes superiores à mediana brasileira de R$ 847,90 por eleitor durante o mandato. O jornal aponta como exemplo a cidade de Barra D’Alcântara, no Piauí, onde o prefeito Mardônio Soares, candidato único, recebeu R$ 23 milhões em emendas, resultando em um investimento de R$ 7.482,36 por eleitor. O valor está 782% acima da mediana nacional.
Em Bituruna, no Paraná, a situação é parecida. O prefeito Rodrigo Rossoni, que busca a reeleição, recebeu R$ 83 milhões em emendas, o que equivale a R$ 6.455,30 por eleitor, 661% acima da média. Notavelmente, 43% das emendas foram direcionadas por seu pai, o ex-deputado Valdir Rossoni.
Esse fenômeno de prefeitos com recursos excepcionais em busca de reeleição está presente em diversos estados brasileiros, além de Piauí e Paraná.
22 dos 29 partidos possuem candidatos beneficiados com a situação. O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) lidera com 274 políticos (18%), logo depois vem o Partido Social Democrático (PSD) (17%), União Brasil (14%), Progressistas (13%) e Partido Liberal (PL) (8%).
Leia também:
TV x rede social: quem influencia mais na campanha política?