As Forças Armadas devem emitir relatório ambíguo sobre o processo eleitoral do Brasil nesta quarta-feira, 9, segundo a colunista Miriam Leitão, do UOL. Mesmo sem qualquer evidência de problemas nas urnas, o documento dos militares deve apontar necessidade de investigações mais profundas sobre as eleições no país.

Segundo o texto da colunista, o posicionamento deve “alimentar esse ambiente de instabilidade que o bolsonarismo quer manter no país, após a derrota nas urnas”.

Isso porque, atestando inconsistências de algumas urnas, o relatório deve inflamar os ânimos de manifestantes que ainda seguem nas ruas do país em manifestações contra o resultado das eleições. A expectativa, porém, era de que o relatório colocasse ponto final nos questionamentos.

Auditoria

A auditoria do Ministério da Defesa sobre os sistemas de votação é permitida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e não fere normas previstas nos regimentos do tribunal. Entretanto, anteriormente a Defesa havia se negado a enviar relatórios parciais sobre o acompanhamento eleitoral, pois alegou não fazer esse tipo de inspeção do sistema eleitoral.

Em matéria publicada pela Folha de S.Paulo, foi revelada troca de e-mails que discutia a realização da auditoria sobre as urnas. A inclusão do termo ‘auditoria’ foi discutida por oficiais em mensagens compartilhadas a partir de 1º de agosto.

Na auditoria, é possível acessar sistemas eleitorais e vasculhar possíveis irregularidades. Os militares teriam conseguido analisar quatro das centenas linhas de programação, por conta das restrições impostas pelo TSE.