O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) acusou o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) de divulgar fake news, sob pena de multa diária de R$ 10.000. O sindicato havia denunciado que trabalhadores de outros órgãos estão exercendo atividades na educação municipal de Goiânia sem o preparo necessário. A Prefeitura de Goiânia remanejou os servidores porque a greve na rede municipal de educação já completa 7 dias.

O Sintego impetrou Mandado de Segurança para que o TJGO declarasse ilegal o ato do Secretário de Educação e do Prefeito de remanejar servidores operacionais de outras pastas para manter em funcionamento as escolas municipais. A Procuradoria-Geral do Município (PGM), no entanto, se manifestou em defesa da continuidade do serviço público educacional e a liminar do Sindicato foi indeferida.

“Determino ao Sindicato dos trabalhadores em educação de Goiás que cesse imediatamente a distribuição e veiculação dos panfletos ou qualquer outro “informe” (seja por meio virtual ou físico), que vise ludibriar ou aterrorizar a sociedade bem como interromper a entrada de servidores no ambiente escolar, sob pena de multa diária no montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais), a partir da intimação desta decisão”, diz trecho da decisão do Tribunal.

O pedido do município foi acatado pela Dra Ana Claudia Veloso, que deferiu liminar para suspender o ato do Sindicato, sob pena de multa de 10 mil reais por dia de descumprimento. Além disso, o Sintego terá que comprovar, por meio de “documentos necessários”, a quantidade de panfletos ou “informes” elaborados e impressos. O sindicato terá ainda que  excluir todas as informações divulgadas virtualmente, além de recolher os panfletos físicos nos ambientes escolares e de educação.

O Jornal Opção entrou em contato com a Prefeitura de Goiânia e aguarda retorno.

Foto: Servidores da Comurg na cozinha de um dos CMEIS de Goiânia. | Foto: Divulgação

Greve na educação em Goiânia

Os servidores administrativos da Secretaria Municipal de Educação (SME) de Goiânia continuarão em greve por tempo indeterminado. Segundo a deputada estadual e presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima, a Prefeitura ainda não enviou uma proposta de negociação e, por isso, a paralisação seguirá até o pagamento dos servidores.

Pelo menos 120 unidades escolares e Centros Municipais de Educação Infantil em Goiânia, de um total de 400, enfrentam interrupções nos serviços devido à greve dos servidores administrativos da Educação, iniciada nesta segunda, 2.

Um dos serviços mais afetados pela greve é o de limpeza, já que a maioria dos auxiliares da Prefeitura de Goiânia aderiu à paralisação. Para mitigar esse problema, a administração municipal está deslocando servidores da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) para auxiliar na limpeza.

A vereadora Kátia Maria (PT) entrou com uma denúncia junto ao Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Conesan-GO) para expor irregularidades na Escola Goiânia Viva. Segundo a parlamentar, há funcionários de outras secretarias trabalhando na cozinha do CMEI Goiânia Viva. De acordo com a vereadora, o trabalho ocorre sem os devidos cuidados, tais quais vestimentas apropriadas.

A categoria pede o reajuste de 6% no pagamento da data-base de 2023, um novo plano de carreira e a equiparação no auxílio locomoção, que hoje é de R$ 300 e os profissionais pedem que seja de R$ 600, o mesmo valor para professores.

Muitas das escolas que operam em período integral optaram por ministrar aulas em apenas um dos turnos, o que, na opinião de professores e especialistas em educação, prejudica os alunos e pode afetar também as famílias envolvidas.