“Sintego não tratou de progressão e sala de aula cheia, nada”, diz professora de Aparecida de Goiânia
16 março 2023 às 18h41
COMPARTILHAR
Os professores e funcionários da Educação de Aparecida de Goiânia aceitaram a proposta da prefeitura em reajustar o salário em 14,95% em uma única parcela, retroativa a março e não a janeiro, como queriam. O acordo só foi possível após intensa pressão da categoria, como ameaça de paralisação geral. No entanto, de acordo com uma professora, depois de anos de luta, a negociação não resolverá os problemas da categoria no município.
Professora Solange Amorim, umas das organizadoras das manifestações, reclamou que apenas foi chamado para a reunião emergencial o representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), o professor Valdeci Português. Ela denuncia que dois representantes do Comando de Luta pela Educação foram barrados na prefeitura.
“O Sintego não tratou de progressão e sala de aula cheia, nada. Só tratou do piso, que é determinado por lei federal, que nem precisaria estar na mesa de negociação, porque não tem negociação com lei. Existe a lei e a prefeitura tem que cumprir”, entende.
De acordo com a professora, a proposta da categoria era o reajuste de 14,95% em duas parcelas, com retroativa a janeiro. “A prefeitura desceu com a proposta de que iria pagar 14,95% de uma vez em abril, com retroativo a março, somente”, emendou. Caso não aceitasse, teriam que manter a paralisação. “É muito ruim para a categoria, pois há muito desgastes com pais e depois ter que repor aulas. Daí foi aceito a proposta”, lamenta.
Por duas vezes, mais da metade das escolas chegaram a parar as atividades para reivindicar melhorias da Educação. No dia 1º de março, segundo o Comando de Luta pela Educação, cerca de 64% das escolas e Cmeis haviam aderido aos protestos. Nesta quinta-feira, 16, outra parcela da categoria cruzou os braços e retornou novamente para a frente da prefeitura. Essa última ação contou com a participação do Sintego.
Apesar da conquista, os professores ainda tem outras queixas. Além das questões remuneratórias, a categoria cobra melhores condições das instituições de ensino. Segundo os profissionais, as salas de aula estão lotadas e muitos trabalham exauridos, sem licenças prêmios há décadas.