Petismo e tucanato devem cobrar mais civilidade de seus militantes e da sociedade

14 junho 2014 às 14h30
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O povo adora quando o rei está nu. Nos estádios, onde os indivíduos se dissolvem e se tornam massa, com a consequente diluição da responsabilidade, é comum os poderosos, como um presidente da República ou o próprio árbitro, serem criticados com extrema aspereza e, não faro, deselegância.
No caso da presidente Dilma Rousseff, no jogo da Seleção Brasileira contra a Seleção da Croácia, por mais que vaias sejam sinônimo de vitalidade da democracia e de que o Estado não controla tudo, é evidente que os xingamentos foram de uma grosseria imperdoável. Nas redes sociais, a petista vem sendo agredida da maneira indelicada, até brutal. Às vezes, é chamada de “anta”. Trata-se de uma falta de civilidade que assusta.
Porém, quando o agredido é Aécio Neves, do PSDB, às vezes apresentado como cheirador de cocaína — na revista “Piauí”, num longo perfil escrito pela repórter Malu Delgado, o tucano nega e admite apenas que, na juventude, fumou maconha —, vários petistas acham graça e, até, aplaudem.
As vozes civilizadas do petismo e do tucanato deveriam se insurgir contra as grosserias gerais.