Sindiposto explica alta dos combustíveis mesmo governo tendo mantido isenção de impostos

03 janeiro 2023 às 19h22

COMPARTILHAR
Apesar do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltar atrás sobre a isenção de cobrança de impostos sobre os combustíveis, os preços nas bombas se mantêm em alta, em comparação com a semana passada. Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto-GO), Márcio Martins, a declaração de que não iria prorrogar a medida de incentivos fiscais causou instabilidade no mercado.
Segundo ele, a turbulência pode ocorrer por demanda em toda a cadeia de combustíveis. Começando por temor de aumento de preços pelo consumidor, que “corre para encher o tanque, pagando até parcelado”. Diante disso, os próprios postos e distribuidoras compram ainda com preço baixo para fazer estoque dos produtos, gerando demanda repentina. Em relação aos preços do etanol, Martins destaca que o país está no momento de entressafra, o que gera diminui da produção, afetando a gasolina, que possui na composição 27% de mistura de álcool.
A prorrogação da medida provisória, reduzindo as alíquotas da contribuição para PIS/Cofins sobre os combustíveis, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU), nessa segunda-feira, 2. Ela vale até 31 de dezembro de 2023, para óleo diesel, biodiesel e GLP (gás de cozinha). Para gasolina e etanol, a cobrança de impostos federais ficarão suspensos até 28 de fevereiro. No entanto, isso não foi suficiente para de imediato derrubar os preços em toda a cadeia de combustíveis.
Neste cenário, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou que haverá fiscalização da alta de preços dos combustíveis. Martins até concorda com isso, desde que o foco não seja apenas em cima dos postos, como “oportunismo” de momento. “Tem que fiscalizar não somente o posto. Não temos problemas com fiscalizações. Acho que é legitimo, os procons e as autoridades competentes verificarem o que está acontecendo. Agora, injusto é verificar só a ponta, porque a origem desse aumento, não foi no posto, mas foi nas distribuidoras. É preciso investigar toda a cadeia”, opina.
Isenção da gasolina
O novo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, chegou a sinalizar que a isenção para gasolina seria menor, uma vez não faria sentido desonerar combustíveis fósseis. “Não é normal você desonerar impostos, principalmente os que não impactam tanto, PIS/Cofins e Cide, em combustíveis fósseis. Ninguém subsidia combustíveis fósseis. Ainda mais em gasolina. Em diesel e GLP você pode considerar um período. Mas gasolina não faz sentido. Etanol não faz sentido”, pontuou.