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No setor automotivo, os carros usados, que foram altamente valorizados durante a pandemia, estão agora experimentando uma tendência de queda nos preços, seguindo as alterações nos valores dos veículos novos. Segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação dos automóveis usados atingiu quase 17% nos 12 meses encerrados em fevereiro de 2022. Nos últimos meses, a taxa desacelerou e tem se mantido negativa desde fevereiro.

Entre maio de 2022 e abril de 2023, os preços dos modelos usados e seminovos caíram 1%, impulsionados pelas taxas negativas registradas em nove dos 12 meses analisados, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Enilson Sales, presidente da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores), afirma que a redução nos preços dos veículos novos, que pode chegar a 10,96%, também terá impacto nos valores dos veículos usados.

Segundo ele, no início deste ano, os veículos usados já sofreram uma desvalorização de cerca de 5%. Com essa possível redução nos veículos novos, os preços dos usados ficarão próximos aos praticados antes da pandemia. Sales ressalta que cada modelo usado possui características peculiares, o que não ocorre com os veículos novos.

Com esse alívio nos preços, os brasileiros adquiriram 3,2 milhões de automóveis usados e seminovos nos primeiros quatro meses de 2023. Esse volume representa um aumento de 5,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Eduardo Jurcevic, presidente da Webmotors, concorda com a perspectiva de desvalorização dos veículos usados, afirmando que o mercado de novos e usados está interligado. Ele destaca que um veículo usado com dois anos no mesmo modelo de um zero km, que sai de fábrica com desconto, terá que se ajustar ao preço do novo. Segundo Jurcevic, ninguém vai comprar um seminovo com um ano de uso pagando um preço mais alto.