Número de famílias brasileiras inadimplentes volta a subir
27 dezembro 2022 às 15h28

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O número de famílias brasileiras inadimplentes voltou a subir em outubro, chegando a se aproximar do recorde da série histórica acompanhada pelo Banco Central (BC). De acordo com a instituição financeira, o nível de endividamento das famílias passou de 49,6%, em setembro, para 49,8%, em outubro. O pico da série foi alcançado em julho (50,1%).
Descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 31,6% em outubro, sendo que em setembro o número se fixou em 31,4%. Ainda de acordo com o BC, o comprometimento de renda das famílias brasileiras com o sistema financeiro ficou em 28,2% em outubro, mesmo percentual registrado no mês anterior e maior índice da série histórica. Sem levar em consideração os empréstimos imobiliários, a taxa fica em 26,1%, também o mesmo índice de setembro.
Preocupação
O diretor-executivo do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), Daniel Lima, classificou a inadimplência como a maior preocupação para o país neste momento, ao lado da inflação. Ele explica que a taxa de juros corresponde a uma inflação alta. Ou seja, quanto maior a inflação, maior será a taxa de juros paga pelo consumidor.
“Você tem um aumento expressivo dos juros, o que aumenta o comprometimento da renda, e a pessoa privilegia os gastos fundamentais com alimentação, vestuário, saúde, principalmente nesses momentos em que o dinheiro está mais curto. Assim, a parcela do banco acaba atrasando e gera essa inadimplência. Se eu tiver de escolher apenas um, acredito que a inadimplência é o nosso principal ponto de atenção”, explicou ao Metrópoles.