Com indícios de falência, o Silicon Valley Bank (SVB) passou a ser controlado pelos órgãos reguladores dos Estados Unidos a partir dessa sexta-feira, 10. A medida foi adotada após disparada de saques feitos por clientes e queda no preço das ações da instituição. Tudo isso levou à incerteza sobre o futuro da empresa especializada em negócios tecnológicos.

Economistas já consideraram que esta é a segunda maior falência do banco na história daquele país. Este colapso estaria atrás apenas da tragédia financeira e fiscal do Washington Mutual, em 2008.

O impacto do anúncio de falência derrubou as principais bolsas de valores do mundo. Todas começaram ontem a operação em queda. A Dow Jones  caiu 1,07%, S&P 500, 1,45%, e Nasdaq, 1,76% (EUA). Na Argentina, a bolsa registrou baixa de 4,50%. Na Europa, os índices de Alemanha, Inglaterra e França recuaram.

No Brasil, o Ibovespa obteve resultado acentuado pela crise do banco norte-americano. O índice foi de 103.618 pontos no fechamento, o que resultou em queda de 1,38%.

Boom tecnológico

A situação do SVB se agravou com uma decisão tomada no auge do boom tecnológico. A empresa decidiu aportar US$ 91 bilhões de depósitos em títulos de longo prazo, como títulos hipotecários e do Tesouro dos EUA. Os papeis eram considerados seguros, no entanto passaram a valer US$ 15 bilhões a menos em relação à data em que foram comprados. Isto ocorreu após o Federal Reserve (o banco central americano) aumentar as taxas de juros.

Com isso, o declínio nas contas do banco foi imediato. A crise se agrava por toda a economia, uma vez que a instituição é parceira bancária de quase metade das empresas americanas de tecnologia e ciências da vida. Com elas há apoios por capital de risco. Além do mais, é uma grande presença na oferta de linhas de crédito para o setor de capital privado de US$ 10 trilhões.