Juros do cartão de crédito podem ficar mais baratos

17 abril 2023 às 15h16

COMPARTILHAR
Junior Kamenach
Os juros rotativos do cartão de crédito poderão ficar mais baratos com alterações que o Ministério da Fazenda pretende fazer. De acordo com a pasta, a ideia é diminuir a inadimplência no Brasil. O ministro Fernando Haddad revelou que serão várias medidas sobre o crédito.
“Nós vamos lançar várias medidas no campo do crédito para melhorar o ambiente. Essa questão é uma delas, do rotativo é só uma das 14”, afirmou.
Apesar disso, o ministro não entrou em detalhes para adiantar as mudanças. Haddad também comentou que vai ser discutida a taxa de juros que está sendo cobrada e não parcelamento.
“Muita coisa prejudica, um desenho que prejudica muito a população de baixa renda. Uma boa parte da população que está no Serasa hoje é por conta de crédito e as pessoas não conseguem sair do rotativo. Vamos encontrar um caminho negociado, como fizemos com a redução do consignado dos aposentados”, projetou.
Taxa de juros
Dados do Banco Central dão conta que a taxa de juros para cartão de crédito do cliente rotativo subiu 6% comparada com janeiro. Nesse sentido, os juros rotativos aumentaram de 411,5% para 417,4%.
Mesmo Haddad não detalhando as medidas, O Globo publicou que uma das alterações é exigir que as operadoras diferenciem os clientes do rotativo dos que estão pendurados. Além disso, quer uma diferenciação também daqueles por ventura entram no rotativo e paga a fatura em pouco tempo. Esse último grupo arcaria com uma taxa mais baixa.
Uma outra medida é fomentar a concorrência entre os bancos, ou seja, com o cliente contratando um cartão de crédito sem se preocupar com taxa de juros no rotativo. Porém, vale destacar que se a fatura não for paga no seu valor integral, o cliente será obrigado a aceitar os juros do banco. Esse cenário viabilizaria as administradoras criar opções de financiamento para que o cliente não fique pendurado.
Projeto de Lei
Tramita também na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei (PL), do deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), que quer que o Conselho Monetário Nacional (CMN) crie um limite para os juros rotativos do cartão de crédito.
De acordo com o PL, os juros não podem ultrapassar a taxa do cheque especial, que hoje é de 8% ao mês, ou aproximadamente 152% ao ano.
“Trata-se de número ainda elevado, mas bem inferior ao que vemos hoje, e que poderá ser reduzido à medida que as condições permitam”, explicou o parlamentar.