Depois de cinco reajustes, o preço médio da gasolina no país acumulou alta de 9% ao longo de 2023. O governo Lula (PT) começou o ano com o litro do combustível custando, em média, R$ 5,12 nos postos. O valor, no entanto, chegou a R$ 5,58 em dezembro, um aumento de R$ 0,46. No caso do óleo diesel, o cenário foi o contrário. O combustível acumulou queda de 8,6% em 2023 mesmo com cinco reajustes.

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Na 1ª semana de 2023, o litro estava em R$ 6,41, sendo o maior patamar do ano. Depois, com três quedas, os preços apresentaram chegaram a R$ 4,92 em julho, quando voltaram a subir. Ainda assim, não retornaram aos patamares de janeiro, fechando o ano em R$ 5,86.

Os dados são das pesquisas semanais realizadas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) junto a revendedores. O último levantamento, referente à semana encerrada em 30 de dezembro, foi divulgado na última terça-feira, 2.

O preço dos combustíveis era uma das principais críticas feitas por Lula à gestão de Jair Bolsonaro (PL) no campo econômico. A retomada da demanda global no pós-pandemia e a guerra na Ucrânia pressionaram os preços do petróleo no governo passado, que seguia o Preço de Paridade de Importação (PPI), definido pela taxa de câmbio e a cotação do barril de óleo. 

Em 2023, por outro lado, o barril do tipo brent, que é referência no mercado global, terminou com uma desvalorização de 6,2%. Ao longo do ano, a commodity teve forte oscilação com as guerras na Europa e no Oriente Médio, além dos cortes globais na produção da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). 

A cotação caiu para US$ 71 em junho, mas também beirou os US$ 100, em setembro. Para os motoristas brasileiros, a alternativa veio do campo. Enquanto a gasolina subiu em 2023, o etanol teve queda. O biocombustível custava em média R$ 4,01 na 1ª semana de 2023. 

Chegou ao final do ano sendo vendido a R$ 3,42, uma redução de 14,7%. Já o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), popularmente conhecido como gás de cozinha, acumulou queda de 6,9% no ano passado, terminando dezembro a uma média de R$ 101 pelo botijão de 13 kg.

Preços

Lula começou o governo defendendo o “abrasileiramento” dos preços da Petrobras para reduzir os valores. Para isso foi alterada em maio a política de precificação da estatal, com componentes pouco claros. 

Dentre os pontos que passaram a ser considerados estão os custos da petroleira, tanto de produção e logística como também de importação, visto que cerca de 25% do diesel consumido no Brasil vem do exterior, assim como 15% da gasolina. Como a Petrobras é uma das principais exportadoras e compra em dólar, o câmbio e o barril seguem sendo considerados nos preços.

A mudança não fez os preços finais caírem.  Desde a implementação da regra em maio, o valor médio do diesel nos postos acumula alta de 8,7% e a gasolina de 2,2%. Desde a implementação da nova política de preços a Petrobras fez: 

  • 5 reajustes no preço da gasolina, sendo 1 aumento e 4 reduções; 
  • 5 reajustes no preço do diesel, sendo 2 aumentos e 3 reduções.

É importante lembrar que ao preço final nas bombas ainda é somada a parcela de participação das distribuidoras, o que inclui os custos de transporte e da adição de biodiesel ao diesel e de etanol a gasolina, além de impostos e das despesas dos postos. 

O governo tem buscado redimir a Petrobras da culpa pelos valores ainda altos. Foi prometida a criação de um órgão fiscalizador para acompanhar os preços praticados pelos postos e distribuidoras, mas não há previsão para a sua instalação.