Carro popular pode ser relançado; montadoras buscam incentivos fiscais
08 abril 2023 às 13h51
COMPARTILHAR
A indústria de produção de veículos no Brasil, montadoras, revendedoras e fabricantes de autopeças querem relançar o carro popular. A ideia é discutida com representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O objetivo é oferecer aos consumidores um produto mais barato. O setor indica ainda que pode ajudar o governo a movimentar a economia, proporcionando às montadoras a oportunidade de vender mais.
O consultor do setor automotivo, Cassio Pagliarini, da Bright Consulting, em entrevista ao site Metrópoles, afirmou que as empresas do setor têm capacidade para produzir até 4,4 milhões de unidades por ano. Para este ano, a previsão é que esse número fique em 2,4 milhões. Pelos cálculos, há espaço para se produzir pelo menos mais dois milhões de veículos.
Uma das questões a ser discutida é o preço do produto. A média de venda, segundo o consultor, deve ser em torno de R$ 50 mil. Para ele, a base de definição de carro popular também precisa ser alterada. Isso porque, já que nos anos 90 a definição era feita a partir do motor, cujo limite foi fixado em 1.000 cilindradas. Atualmente, existem motores 1.0 turbo que equipam carros grandes como SUVs.
Benefícios fiscais
Para se resolver isto, a sugestão é que a nova classificação seja feita pelo preço e que veículos que custem até determinado valor tenham direito a benefícios fiscais. Outro ponto de discussão é sobre quais equipamentos o popular não terá, uma vez que esses acessórios encarecem o produto.
Cassio Pagliarini sugere que os carros mais em conta podem prescindir de alguma tecnologia. Quando os populares foram criados, há 30 anos (em 1993) o Imposto sobre Produção Industrial (IPI) desses carros foi reduzido de 20% para 7%. Entretanto, hoje está em 5,27%. Para baixar o preço dos carros, é possível oferecer bonificações, reduzir outros impostos, como o IPVA, ou ainda, reduzir as taxas de juros em financiamentos.