Ibovespa bate recorde histórico e dólar despenca com sinais de corte de juros nos EUA

06 setembro 2025 às 10h05

COMPARTILHAR
Na sexta-feira, 5, o mercado financeiro registrou um dia de forte otimismo. O Ibovespa fechou em alta de 1,17%, alcançando 142.640,14 pontos e renovando máximas históricas, enquanto o dólar à vista recuou 0,61%, cotado a R$ 5,4139. Os movimentos foram impulsionados tanto pelo resultado da balança comercial brasileira em agosto quanto pela crescente expectativa de que o Federal Reserve (Fed) reduza os juros ainda neste mês.
Os números da economia brasileira chamaram a atenção. A balança comercial fechou o mês com superávit de 6,1 bilhões de dólares, resultado 35% superior ao de agosto de 2024. O desempenho também superou com folga as projeções do mercado, que indicavam algo em torno de 4,5 bilhões de dólares. As exportações somaram 29,8 bilhões de dólares, registrando crescimento de 4% na comparação anual.
Apesar disso, houve queda nas vendas para os Estados Unidos, que recuaram 18,5% em relação a agosto do ano passado. Assim, a participação americana no total exportado pelo Brasil diminuiu de 11,8% para 9,3% em um ano.
Nos Estados Unidos, a publicação dos dados de emprego, conhecidos como payroll, movimentou os investidores. O relatório mostrou a criação de apenas 22 mil novos postos de trabalho em agosto, número muito abaixo das projeções de 75 mil. Além disso, o relatório ADP havia indicado apenas 54 mil vagas no setor privado, contra a expectativa de 65 mil.
Esses dados mais fracos reforçaram a visão de que a economia americana perde fôlego e, portanto, aumentam as chances de o Fed iniciar cortes de juros já na próxima reunião, marcada para o dia 17 de setembro. O monitor em tempo real FedWatch aponta que a probabilidade de duas reduções de 0,25 ponto porcentual ainda em 2025 subiu para 70%.
Diante desse cenário, os índices de Wall Street fecharam em alta na quinta-feira, 4, refletindo o alívio do mercado diante da perspectiva de um ciclo de afrouxamento monetário. No Brasil, o reflexo foi imediato: o dólar comercial recuou 1% na manhã de sexta, chegando a R$ 5,39, enquanto o Ibovespa bateu 143 mil pontos no melhor momento do pregão.
O ambiente político norte-americano também entrou no radar dos investidores. O presidente Donald Trump anunciou a abertura de investigações contra Lisa Cook, ex-diretora do Banco Central americano, por suposta fraude hipotecária. A medida adiciona incertezas ao quadro institucional, mas, por ora, o mercado manteve o foco nos dados econômicos e nas possíveis decisões de política monetária.
Enquanto as bolsas globais mostram recuperação, o Brasil acompanhou de perto o movimento. Apesar do avanço generalizado, alguns papéis destoaram. As ações do Banco BRB recuaram 3,5% após o Banco Central barrar a aquisição de ativos do Banco Master.
Mesmo assim, o resultado foi positivo: o Ibovespa acumulou alta de 0,9% entre os dias 1º e 5 de setembro. No câmbio, o dólar somou três dias seguidos de queda, acumulando baixa de 1,11% no período e recuo de 12,38% no acumulado do ano.
Leia também:
Acidente na GO-164 deixa três mortos e duas crianças feridas
Incêndio em prédio de Goiânia causa pânico nos moradores; veja vídeo