Um estudo realizado pelo Instituto Mauro Borges estima que 582 grandes indústrias, em 95 municípios goianos, podem deixar o estado por conta da Reforma Tributária. De acordo com o levantamento feito em parceira com a Secretaria Estadual de Economia, o principal motivo seria a questão envolvendo os incentivos fiscais oferecidas por Goiás. Com as mudanças na reforma, a “guerra fiscal” entre os estados pode de existir.

Segundo o secretário de Economia, Francisco Sérvulo, os índices de dependência das indústrias foram calculados em relação às renúncias fiscais concedidas. Além de outras questões envolvendo o mercado externo, seja para a obtenção de insumos quanto para a venda dos produtos. Conforme explica, as empresas que recebem benefícios e possuem consumidores fora do estado possuem maior potencial para sair de Goiás.

A divulgação do estudo foi feita na quinta-feira, 13, durante o Fórum Empresarial, em um seminário sobre o setor produtivo e Reforma Tributária. O evento foi organizado pelo Fórum das Entidades Empresariais de Goiás (FEE), com o apoio do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRC/GO) e do Sistema Organização das Cooperativas do Brasil de Goiás (OCB/GO).

Entretanto, o economista Everaldo Leite, em entrevista para o Jornal Opção, pontua que a saída de empresas do território goiano não significa o “fim da linha”. “Essa esperada debandada não será a ruína de Goiás, como muitos estão prevendo. O estado possui localidade vantajosa, central, excelente para as operações de centros de distribuição”, afirma.

“Ainda tem uma vantagem sobre o custo do trabalho, se comparado com a indústria de São Paulo e Minas Gerais. E, não menos importante, uma estrutura de apoio do Estado e de entidades empresariais, que busca atender e priorizar as demandas de infraestrutura dos empresários”, acrescenta o economista.

Segundo Leite, as mudanças previstas com a Reforma Tributária apenas devem mudar o cenário em Goiás. “A hipótese mais plausível é a de que haverá uma modificação no perfil da indústria goiana, baseada em suas vantagens competitivas, que influenciará os investimentos a partir do mercado fornecedor interno e da vasta experiência exportadora, como é o caso da agroindústria, do segmento de alimentos e energia limpa”, explica.

Por outro lado, o especialista aponta que segmentos da indústria, como a farmacêutica, podem deixar o estado porque pode haver aumento de custo de funcionamento com o fim dos incentivos. Fora que os mercados de fornecimento e consumo estão concentrados em outras localidades.

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