Governo de Goiás quita mais de R$ 50 milhões em dívidas com o setor cultural
30 março 2023 às 13h04
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O Governo de Goiás divulgou nesta quinta-feira, 30, um balanço da gestão do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) com o setor cultural. Segundo o documento, entre 2019 e 2023 o Estado quitou R$ 57,9 milhões em dívidas herdadas de outras gestões, além de ter investido aproximadamente R$ 2 milhões em espaços culturais, incluindo o Centro Cultural Martim Cererê.
Quase todos os valores pagos (R$ 53 milhões) são referentes a editais do Fundo de Arte e Cultura (FAC) dos anos 2016, 2017 e 2018. O restante se dividia entre R$ 2,5 milhões de dívidas com fornecedores e prestadores de serviço dos festivais Fica e Canto da Primavera. Fora mais R$ 1,7 milhão referente ao edital de 2018 da Lei Goyazes.
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Só no Canto da Primavera, foram pagos R$ 538.599,51 a fornecedores de edições passadas do evento, que estavam sem receber do governo anterior. Já no Fica, a dívida deixada por gestões passadas com fornecedores chegava a R$ 776 mil. Dentro da regularização de pagamentos, ainda estão inclusos repasses de mais de R$ 400 mil para artistas e pousadas da cidade de Goiás.
Em recente entrevista ao Jornal Opção, a secretaria de Cultura Yara Nunes declarou que a quitação de dívidas era uma das principais conquistas da pasta. “Considero uma das atividades mais importantes, talvez das mais marcantes, conseguir fazer a quitação dessas dívidas. Existe um saldo remanescente do FAC, mas é muito pequeno e nós já temos todas as peças orçamentárias. Tudo já foi encaminhado para a Secretaria da Economia”, explicou.
Novos investimentos
Além de quitar as dívidas anteriores dos eventos, o Governo também prevê investimentos milionários para manutenção dos festivais e outras tradições culturais do estado, como as Cavalhadas. Para o Canto da Primavera, já houve investimento total de R$ 3,5 milhões, entre 2021 e 2022. Para 2023, a expectativa é de mais que dobrar o montante, com previsão de investimento de R$ 3.694.050,18.
O Fica também recebeu aporte financeiro, com R$ 275 mil em 2020, R$ 1 milhão em 2021 e R$ 5 milhões na edição de 2022, totalizando R$ 6,2 milhões. Os investimentos reduzidos em anos de pandemia são decorrentes da realização do festival em modalidades virtual e híbrida, com retorno presencial apenas no ano passado. Em 2023, o Fica deve receber mais cerca de R$ 4,5 milhões.
Com dívidas sanadas, o FAC também ganhou novos aportes na atual gestão estadual. Ao todo, foram R$ 16,2 milhões pagos em 2021, 2022 e 2023. O fomento do setor cultural também ganhou novos fundos a partir do programa Goyazes (mais R$ 36 milhões).
No caminho de reconstrução da cultura local pós-pandemia, o projeto Claque Retomada Cultural recebeu investimento de R$ 20 mihões em 2022. A iniciativa contemplou 1.200 artistas das mais diversas áreas, incluindo artes cênicas, artes visuais, audiovisual, literatura e outras. O projeto foi realizado em parceria com o Sesc Goiás em Goiânia e mais sete municípios do interior.
Cavalhadas
O tradicional Circuito das Cavalhadas também recebeu novos fundos da gestão Caiado, com total de R$ 4,4 milhões investidos entre 2019 e 2022. Só na pandemia, em 2021, foi feito repasse de R$ 1,3 milhão, que permitiu que 12 municípios goianos conseguissem garantir a manutenção da festa. Graças ao montante, foi possível que as administrações locais arcassem com custos de indumentária para os cavaleiros, acessórios dos festejos, entre outros custeios, para a realização das festividades.
Em 2022 o investimento de R$ 1,3 milhão foi repetido, com adicional de R$ 500 mil para preparação de estrutura móvel para a cidade de Pirenópolis. O investimento foi necessário uma vez que o Cavalhódromo do município foi interditado pelo Corpo de Bombeiros.
Para 2023, a previsão é de mais que dobrar o investimento, com R$ 3 milhões destinados para a realização da festa.
Reformas e restaurações
A atual gestão estadual também investiu R$ 2 milhões em restaurações e reformas. Desse valor, R$ 250 mil foram investidos na reforma da Igreja Nossa Senhora das Mercês, em Pilar de Goiás, e R$ 180 mil na reforma do Centro Cultural Martim Cererê. O restante foi destinado para reformar a Igreja Nossa Senhora da Conceição, em Jaraguá.
O balanço também aponta que serão reformados inúmeros espaços culturais por meio do Projeto Fé, Religiosidade e Devoção, lançado em 2021. Ao todo, nove igrejas e unidades culturais passarão por reformas previstas para R$ 33 milhões, segundo a Secretaria de Estado de Cultura (Secult).
Entre os locais contemplados pelas reformas estão o Teatro Goiânia, Centro Cultural Marietta Telles e o Museu Zoroastro Artiaga na capital. A lista também contempla obras de revitalização e restauro no interior. Confira todos as estruturas que receberão investimentos do Governo de Goiás:
- Igreja de Nosso Senhor do Bonfim (Pirenópolis)
- Igreja do Nosso Senhor do Bonfim (Silvânia)
- Igreja de Santa Bárbara (Cidade de Goiás)
- Igreja de Nossa Senhora Aparecida (Povoado de Areias)
- Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (Jaraguá)
- Igreja de São José (Mossâmedes)
- Igreja de São João Batista do Arraial de Ferreiro (Cidade de Goiás)
- Igreja de Nossa Senhora do Rosário (Luziânia)
- Igreja de Nossa Senhora Aparecida (Aparecida de Goiânia)
- Museu Palácio Conde dos Arcos (Cidade de Goiás)