Do Brasil para a Europa: a revolução genética dos jumentos Pêga
Raunner Vinícius Soares
16 outubro 2025 às 16h44
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Um marco histórico acaba de ser registrado no mundo da criação animal, o primeiro programa europeu dedicado à raça de jumentos Pêga foi oficialmente lançado no vilarejo francês de Villette-sur-Ain. A iniciativa é fruto de uma parceria inédita entre o criatório francês Les Belles Bourriques de Pont Loup e o renomado Rancho Abate, de Minas Gerais, Brasil, reconhecido internacionalmente pela excelência genética de seus animais de marcha.
O projeto, idealizado pelos criadores franceses Anouk Nathan e Dominic Orbette, apaixonados por asininos e entusiastas da genética de marcha, tem como objetivo adaptar o padrão brasileiro de qualidade ao mercado europeu. A raça Pêga, conhecida por sua força, resistência e temperamento equilibrado, ganha agora espaço em um continente onde a criação de asininos ainda é incipiente.
O Rancho Abate foi responsável pela exportação dos primeiros exemplares da raça, incluindo o jumento Diferenciado, o primeiro Pêga oficialmente importado para a Europa. “Ver nossa genética cruzar oceanos e conquistar novos territórios é motivo de orgulho. Estamos levando não apenas animais, mas uma tradição de excelência”, afirmou Fernando Abate, proprietário do rancho, em entrevista exclusiva ao portal de notícias Compre Rural.
O lançamento oficial do programa aconteceu em 10 de outubro e reuniu dezenas de criadores, veterinários e apaixonados por asininos. O destaque do evento foi a apresentação de Diferenciado e seus filhos, Ícaro e Isabella, em uma demonstração de marcha e docilidade que encantou o público. A exibição reforçou as qualidades da raça brasileira, que alia conforto na montaria à rusticidade necessária para atividades de resistência.
A proposta do projeto europeu vai além da simples importação de animais. Os criadores pretendem realizar cruzamentos entre jumentos Pêga e éguas de raças leves, como a Rocky Mountain, visando desenvolver animais versáteis para cavalgadas e provas de longa duração. Durante o evento, Dominic Orbette apresentou a égua Pinks, matriz do plantel francês, em uma demonstração de andaduras que evidenciou o potencial da combinação genética.
O intercâmbio entre Brasil e França segue em ritmo acelerado. Segundo Fernando Abate, novas remessas já estão programadas: “Em janeiro, enviaremos duas jumentinhas e uma égua Mangalarga Marchador prenhe de um dos nossos jumentos Pêga. Queremos ampliar a base genética e consolidar a presença brasileira na Europa”, revelou ao CompreRural.
Com o sucesso do lançamento, o projeto Les Belles Bourriques de Pont Loup e Rancho Abate inaugura uma nova era na criação europeia de asininos. A iniciativa reforça o protagonismo brasileiro na produção de animais de alta performance e abre caminho para futuras parcerias internacionais.
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