Setembro amarelo: suicídio de militares será tema de palestra em associação da classe
13 setembro 2023 às 13h47
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A Associação dos Oficiais da Polícia e Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (Assof-GO) realiza na próxima sexta-feira, 15, a palestra “Prevenção ao Suicídio”. Ministrada pelo reverendo capelão veterano, Laurindo da Silva, evento será no salão de eventos da Associação e integra atividades dos 64 anos da associação.
No Brasil são 14 mil suicídios todos os anos. A média é de 38 casos por dia. Entre militares, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2022), o número aumentou comparando 2020/2021. No total, 121 vítimas foram registradas, um aumento de 55,4%, entre poli “Com relativa frequência sofremos com a perda de irmãos de farda que seguem por esse triste caminho. Falar sobre saúde mental é salvar a vida dos nossos militares. Quem precisa de ajuda precisa se sentir confortável para buscar apoio”, pontua presidente da Assof, Coronel Cardoso .
Hoje, a Polícia Militar (PM) e o Corpo de Bombeiros Militar (CBM) contam com núcleo de atenção aos militares. A PM conta com o Centro de Psicologia, com atendimentos e plantões psicológicos, e o CBM tem o Núcleo de Atenção Biopsicossocial (Niab).
O Niab tem sede própria, e propicia bem-estar físico, psicológico, social, afetivo, familiar e profissional aos militares e seus familiares. Oferece atendimento psicológico, de serviço social e psiquiatria e conta com programas como o Proin (Programa de desaceleração do militar que se encaminha para a reserva), entre outros.
Onde obter ajuda?
Para quem precisa de ajuda, o site mapasaudemental.com.br traz um mapeamento de locais, em todo o país, que oferecem atendimento em saúde mental. O Instituto Ame Sua Mente tem, por exemplo, o projeto Bússola, para auxiliar os professores a lidar com problemas de saúde mental.
O Centro de Valorização da Vida (CVV) atende pelo telefone 188 ou no site cvv.org.br.
Em caso de necessidade, também é possível conseguir ajuda em Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atende pelo número 192.
Qual a diferença entre tristeza e depressão?
É comum que as pessoas confundam tristeza com depressão, entretanto, é preciso identificar as diferenças entre a tristeza, que é o sentimento que todos nós temos quando algo de ruim acontece, já depressão é um quadro clínico, uma síndrome que vai além do sentimento de perda, e pode afetar o sono, o apetite, a concentração, é um conjunto de sinais e sintomas que persistem ao longo do tempo, e afeta o trabalho e o convívio social. A tristeza em si, é um sofrimento patológico, já depressão é algo mais profundo e prolongado.”Nem toda tristeza é sinônimo de depressão, e há também quadros de depressão sem sentimento de tristeza”. Quem explica isso é o psicólogo Benevides Silva.
O especialista comenta que a depressão é muito mais que tristeza porque pode apresentar sintomas cognitivos como: quadros de dificuldade de concentração, perda de memória recente, diminuição da velocidade do raciocínio; e sintomas físicos como: alterações no sono, no apetite, na função sexual, cansaço e falta de energia. “Se uma pessoa está sofrendo de tristeza, desprazer na vida, ansiedade, irritação somados a sintomas que afetam outras esferas do funcionamento físico, ela pode estar em depressão e precisa procurar ajuda especializada”, explica o profissional que atua na rede Hapvida NotreDame.
A depressão é um transtorno caracterizado pela tristeza persistente, pela falta de interesse ou prazer em atividades que antes eram gratificantes e agradáveis, e agora são caracterizadas pelo mau humor, sentimento de vazio, desesperança e desânimo. De acordo com ele, a depressão também provoca um sofrimento significativo e prejuízo em todas as esferas de funcionamento na vida ocupacional e nos relacionamentos.
“Já a tristeza é um sentimento que pode ocorrer por vários motivos em diversos momentos da vida e é autolimitado”, explica.
Atividades podem aliviar o quadro
Para Benevides, algumas atividades podem contribuir para o tratamento contra a depressão como: atividades físicas e de lazer com amigos e familiares, meditação, contato com a natureza e até trabalhos voluntários. “Ao movimentar o corpo por, pelo menos, 20 minutos diariamente são estimulados os hormônios da felicidade (endorfina, dopamina e serotonina). Os grupos de apoio também são importantes nessa fase do processo de tratamento mental”, completa.
A psicoterapia tem o objetivo de ajudar o indivíduo a compreender seu papel no tratamento e a incentivar o combate aos sintomas e a cura de ressentimentos antigos, o sedentarismo e a ser mais assertivo nas escolhas do dia-a-dia. Além disso, o psicólogo reafirma a necessidade de sempre buscar auxílio profissional, com psiquiatras e psicólogos.