Preso por estupro, Gabriel Monteiro se casa no presídio
09 agosto 2023 às 13h02
COMPARTILHAR
Preso por estupro há nove meses, o ex-vereador Gabriel Monteiro (PSD) se casou no presídio. O casamento foi oficializado em maio, mas ele já estava em união estável, desde setembro do ano passado, com Ana Carolina dos Santos Chagas. Monteiro está na Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, conhecida como Bangu 8, no Complexo de Gericinó, Zona Oeste do Rio.
O documento, registrado no cartório do 24º Ofício de Notas do Rio de Janeiro, confirma o casamento de Gabriel e Ana Carolina no dia 10 de maio. Segundo o texto, os dois vivem em união estável desde 13 de setembro de 2022 e se casaram em regime de separação total de bens. Semanalmente, Ana visita o marido na cadeia.
Ana Carolina afirmou que um representante do cartório foi até a prisão para obter a assinatura de Monteiro nos documentos relativos à oficialização de seu relacionamento. Ela esclareceu que não existiu uma razão específica para a formalização da união estável.
Prisão
Gabriel Monteiro está preso desde novembro de 2022. De acordo com o Ministério Público, o ex-PM forçou uma jovem a manter relações com ele após a inauguração de uma casa noturna, em 15 de julho de 2021, na Barra da Tijuca. Nesse processo, Gabriel teve a prisão preventiva decretada no início de novembro do ano passado. Monteiro também é réu em pelo menos mais três processos que tramitam em sigilo de Justiça. Neles, as acusações são de peculato (desvio de dinheiro público), falsidade ideológica, coação à testemunha e por filmar relações sexuais com uma adolescente de 15 anos.
Gabriel Monteiro foi o terceiro vereador mais votado do Rio em 2020 pelo PSD, com 60.326 votos, ficando atrás apenas de Carlos Bolsonaro (Republicanos), com 71 mil votos, e Tarcísio Motta (PSOL), com 86.243.
Como estava na PM há menos de dez anos, Gabriel Monteiro teve de pedir demissão da corporação para assumir o cargo. Em menos de quatro anos na corporação, ele cometeu 16 transgressões disciplinares. Por 14 delas, o soldado recebeu, no total, penalidades que somam 33 dias de detenção. Em outros dois casos, foi punido com repreensão. Por causa das transgressões, ele foi classificado como um PM com “mau comportamento”, a pior das cinco classificações do estatuto da corporação.