Surpresa e preocupação definiram o sentimento da gestante Andressa Vaz da Silva, de 23 anos, que descobriu estar grávida de gêmeos conjugados, condição mais conhecida como siameses, aos dois meses de gravidez. Hoje, aos seis meses de gestação, a jovem e o marido, de 24 anos, que moram em Piracanjuba, avaliam a possibilidade de realizar uma cirurgia na capital. O casal, inclusive, precisou se mudar da zona rural para a cidade, onde foram acolhidos por parentes. O casal já é pai de uma menina de um ano e meio. 

Os bebês estão unidos pela parte de baixo da coluna cervical e não dividem órgãos internos do abdômen. Mesmo sendo um caso raro e de risco, o fato de não dividirem órgãos faz com que o risco de vida das crianças diminua consideravelmente, de acordo com o cirurgião pediátrico, Zacharias Calil. A primeira consulta de avaliação médica da jovem foi realizada nesta segunda-feira, 17, no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad).

“Fiquei bastante assustada no início, mas com o tempo os médicos me passaram tranquilidade por eles não dividirem órgãos que é o mais preocupante. Hoje estou bem mais tranquila, mas me preocupo com a saúde deles e a minha por ser uma gravidez de risco”, explicou. 

Cirurgia 

Calil explica que o planejamento cirúrgico para uma possível separação deve começar após o nascimento das crianças, visto que é preciso observar a evolução dos bebês para poder realizar o procedimento. O cirurgião reforça que o fato de estarem unidos pela parte baixa da coluna é um bom sinal, já que se a união fosse total a separação seria impossível. 

“Temos que ver se tem pele o suficiente para fazer o fechamento, como está a porção intestinal, que é o reto. O procedimento envolve também a nevasão, sistema arterial e venoso para que tenham o mínimo possível de sequelas”, concluiu.

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