Goiano está entre os 50 melhores estudantes do mundo
26 julho 2023 às 10h55
COMPARTILHAR
O estudante goiano Henrique Peixoto Godoi, 18 anos, e a paulistana Bianca Gajardoni Bearare, 17 anos, são os dois únicos representantes brasileiros no Global Student Prize 2023. Esse é um prêmio anual que reconhece alunos que impactaram a sociedade por meio da aprendizagem e projetos sociais. Eles foram selecionados entre 4 mil inscrições de 122 países.
Agora eles concorrem o título de Global Student Prize 2023 (confira o top 50 completo aqui) e uma gratificação de US$ 100 mil (equivalente a R$ 478,8 mil). “O prêmio de US$ 100 mil é concedido a um aluno excepcional que causou um impacto real no aprendizado, na vida de seus colegas e na sociedade”, diz informe da Global Student Prize.
Aos 11 anos, a vida de Henrique Peixoto Godoi tomou um rumo transformador ao assistir o trailer do longa-metragem “Mãos Talentosas”, que narra a história da primeira cirurgia de separação de gêmeos siameses. Esse momento despertou nele uma fascinação pela neurociência, e desde então, sua jornada tem sido marcada por uma busca incansável por conhecimento e ações transformadoras. Ele contou sua história para o site Metrópoles.
Desde os primeiros passos nesse caminho, Henrique tem se destacado em competições escolares, acumulou diversos prêmios, e publicou artigos científicos, incluindo um importante trabalho no livro mais influente sobre neurodiversidade do país. Ele também é fundador da startup social sem fins lucrativos “Instituto Merzenich”, inspirada no neurocirurgião plástico norte-americano Michael Merzenich, Henrique tem uma missão clara: proporcionar oportunidades educacionais de qualidade para pessoas neuroatípicas e democratizar o acesso à neurociência no Brasil. Seu trabalho já alcançou pessoas em todo o país e também encontrou apoio de 50 voluntários no Brasil, na Argentina e nos Estados Unidos.
Todo esse progresso não teria sido possível sem o apoio incondicional da mãe, que se tornou a força motriz por trás dos sonhos de Henrique. Aos 15 anos, ele decidiu morar sozinho, focando no objetivo de estudar fora do Brasil e ampliar suas oportunidades. Atualmente, o jovem está prestes a concluir o ensino médio no Colégio Arena e se prepara para tentar ingressar em uma instituição de ensino superior no exterior.
O “sonho de moleque” de Henrique é estudar em Harvard, onde pretende trilhar o caminho da neurotecnologia e se especializar em economia dentro do campo da neurociência. Seu plano é combinar suas paixões pela ciência e empreendedorismo para impulsionar o “empreendedorismo científico” no futuro.
Henrique justifica sua escolha de estudar no exterior pela percepção de que atuar como cientista e empreendedor no Brasil é desafiador devido a algumas barreiras. Ele vê as universidades do país com uma mentalidade mais restrita e menos conectada com sua causa. No entanto, mesmo focado em sua jornada internacional, seu objetivo último é retornar ao Brasil após a formação, com o intuito de fazer a diferença e expandir o alcance do Instituto Merzenich.
Caso vença, Henrique planeja utilizar o prêmio em dinheiro para ampliar ainda mais o impacto positivo de sua startup social, levando educação de qualidade e oportunidades inovadoras para aqueles que mais precisam. Seu exemplo inspirador mostra que, com determinação, paixão e apoio, é possível transformar sonhos em realidade e fazer a diferença no mundo.
Global Student Prize 2022
No ano passado, apenas um brasileiro ficou entre os finalistas. O carioca Lucas Tejedor, à época com 18 anos, trabalhou em uma variedade de projetos, desde o desenvolvimento de um aplicativo para indicar locais adequados para reciclagem de lixo eletrônico até uma ONG para conectar diferentes organizações sem fins lucrativos pelo Brasil.
Mas, o vencedor da última edição foi o ucraniano, Igor Klymenko, responsável por criar um drone quadricóptero detector de minas terrestres — material bélico que viola a lei humanitária internacional prevista no Tratado de Proibição de Minas de 1997.
Como participar
De acordo com informações no site oficial da premiação, o Global Student Prize permite a participação de estudantes com pelo menos 16 anos matriculados em uma instituição acadêmica ou programa de treinamento e habilidades. Também podem participar do prêmio, alunos de meio período, de cursos on-line.