As empresas de entrega por aplicativo e os motoboys não conseguiram chegar a um acordo para melhorar as condições de trabalho da categoria, após mais de quatro meses de negociação. Os representantes dos profissionais de entrega, inclusive, saíram insatisfeitos da reunião realizada na tarde desta terça-feira, 12, no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em Brasília.

O representante da categoria em Goiás, Miguel Veloso, afirmou que os motoboys não aceitaram a proposta realizada pelas plataformas digitais por considerarem o valor ofertado por hora trabalhada baixo. Os trabalhadores querem receber R$ 35 por hora logada, enquanto o valor proposto pelos empregadores foi de R$ 12 por hora trabalhada. 

“Existe uma diferença entre hora logada e hora trabalhada. Se o motoqueiro trabalhar nove horas por dia e dentro destas nove horas ele fizer cinco viagens, não vai contar o tempo que ele esperou pela próxima corrida. Essa proposta dos aplicativos é maldosa, precisa melhorar. Por isso foi negada”, afirmou.

Manifestação nacional 

Miguel disse que a categoria prepara uma manifestação nacional para o próximo dia 18, caso não haja melhoria na proposta das empresas, representadas pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) e pelo Movimento Inovação Digital (MID), que reúne empresas como Amazon, iFood, Uber, 99, Mercado Livre, Americanas e OLX, entre outras.

Nesta quarta, na capital federal, motoboys e motoentregadores fizeram uma mobilização na Esplanada dos Ministérios, pedindo que as empresas de aplicativos ofereçam remuneração mínima decente e condições dignas de trabalho, com diretrizes de saúde e segurança, para seus trabalhadores.

Os entregadores protestaram contra a demora na regulação do serviço e argumentam que a renda por hora de trabalho logada nos aplicativos caiu 53,60% depois da popularização dos aplicativos, de R$ 22,90 em 2013 para R$ 10,55 em 2023.