Em Goiás, quatro mulheres são vítimas de violência por hora em 2022
24 novembro 2022 às 14h25
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Os crimes contra a mulher sofreram aumento de 7% entre os meses de janeiro e julho de 2022. Em 211 dias (de 2022), o estado registrou 21.729 casos, enquanto que no mesmo período do ano passado foram 20.289 ocorrências. Ou seja, a cada hora, quatro mulheres sofreram algum tipo de crime, totalizando 102 registros por dia e 3.104 por mês.
Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Goiás (SSPGO), houve aumento em todas as áreas de violência, como feminicídio (aumento de 8,5%), estupro (aumento de 18%), ameaça (aumento de 11,4%), lesão corporal (aumento de 2,2%) e crimes contra a honra – calunia difamação e injuria (aumento de 5,5%).
Neste ano, o crime de ameaça foi o mais registrado, com 8.932 denúncias, seguindo pelos crimes contra a honra (6.364), lesão corporal (6.222), estupro (174) e feminicídio (37).
“Essa cultura machista, de preconceito contra a mulher, é um fator preponderante. Isso faz esses crimes crescerem a cada dia. Infelizmente, muitas mulheres deixam de denunciar e procurar as delegacias. É importante que a mulher violentada procure a delegacia”, explicou a delegada Cybelle Tristão.
As denúncias podem ser feitas de forma anônima por meio do Disque 180 e Disque 190. Caso a vítima se sinta mais segura, ela também pode comparecer à delegacia de forma presencial.
Sem perfil
Ainda de acordo com Cybelle, os criminosos não possuem um perfil, mas eles dão indícios de que podem vir a ser agressivos. A mulher, inclusive, pode perceber sinais de um relacionamento abusivo por meio do comportamento do companheiro, como o ciúme excessivo.
A delegada aconselha que a mulher deve procurar a delegacia ao primeiro sinal de uma possível agressão, por parte do homem. Para ela, o ciclo de violência deve ser quebrado no início do relacionamento, a fim de evitar crimes mais graves como o feminicídio.
“O agressor pode estar bem próximo e a gente não conseguir identificá-lo. Nós temos aqueles agressores que são eventuais, mas também há aqueles que possuem transtorno de personalidade, sendo um caso mais grave”, concluiu.