Carros ficam parados por até quatro meses por falta de peças em Goiás

04 dezembro 2023 às 10h28

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Se ir à oficina já era considerado motivo de dor de cabeça para muitos motoristas, agora já pode pode ser considerado uma enxaqueca. Para piorar, se o veículo for importado, melhor procurar um médico. Isso porque, em Goiás, a depender da peça, o veículo pode ficar até quatro meses parado na mecânica.
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Segundo o Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Estado de Goiás (Sindirepa), as oficinas ainda enfrentam dificuldades para encontrar estruturas externas ou até de motor, devido aos impactos provocados ao longo da pandemia. Por conta disso, as mecânicas têm precisado recorrer ao mercado paralelo de itens comprados na internet ou em leilões. A Vila Canaã, em Goiânia, também um “refúgio”.
Em um cenário normal, a demora seria de, no máximo, 30 dias. Modelos das marcas Kia, Mercedes e BMW, considerados de luxo, estão entre as mais prejudicadas. A escassez de peças, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), é resultado de um problema já no início da produção: a falta de matérias-primas.
Com a pandemia, a fabricação de componentes como borracha e plástico sofreu um baque, também influenciada pela guerra na Ucrânia. Além disso, o próprio mercado não tem interesse em produzir carros novos, disse o representante da classe.
A Anfavea afirmou que pelo menos 370 mil veículos deixaram de ser produzidos no Brasil em 2021. Em 2022, o número girou em torno de 200 mil.
Apesar dos esforços do Governo Federal para aquecer a indústria de veículos em 2023, a situação se agravou a partir de julho deste ano, sendo que os últimos meses do ano, em especial, compõem uma época ainda mais difícil para o setor.