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Para alguns, política e futebol não se misturam, cada um no seu quadrado. Mais será que é assim mesmo? Na verdade, os dois andam tão juntos, quase abraçados, e não é de hoje, é desde sempre, a história mostra isso.

São dois ambientes onde o poder fala mais alto. Um exemplo dessa unidade foi a declaração que alguns jogadores fizeram, na Europa, pela independência da Argélia e, posteriormente, a FIFA teve de organizar um jogo amistoso para tentar selar a paz entre as partes.

Temos exemplos de nacionalismo relacionados ao futebol e à política. Um deles aconteceu na Itália há mais de seis décadas, quando Mussolini convocou jogadores italianos como soldados a serviço da causa nacional. A convocação surtiu efeito, a Itália foi campeã nas duas Copas seguintes, 1934 e 1938.

No Brasil essa relação foi bem nítida no governo militar do General Médici que promoveu uma campanha publicitária associando a imagem da seleção brasileira ao governo militar. Pelé chegou a ser o garoto propaganda de Médici, e teve sua imagem atrelada ao governo na área da educação com o Plano Pelé.

E agora na atualidade, da mesma forma, estamos vendo a política e o futebol muito juntos por causa da polarização política que vivemos hoje no Brasil. Alguns jogadores estão sendo ridicularizados nas redes sociais por causa da sua preferência política.

É fundamental que nossos políticos entendam um pouco de tudo, que saibam comentar, opinar sobre qualquer assunto que lhe for proposto. Como estamos vivendo um clima de Copa do Mundo, resolvemos ouvir alguns políticos goianos sobre o que pensam sobre a nossa seleção e também opinarem sobre o Mundial do Catar.

Jorge Kajuru senador da República (Podemos) e com vasta experiência na área futebolística, avalia que a seleção atual está preparada para trazer o hexa. Kajuru é enfático ao afirmar que há muito tempo o Brasil não tinha uma seleção tão plural com a atual.

Para ele, em 1994 e 2002 as seleções eram muito singulares, pois dependiam de um ou dois jogadores. Em 94 o protagonista foi Romário e, em 2002, Ronaldo fenômeno e Rivaldo. “A seleção do penta se assemelha muito com que temos hoje, ela tinha dois bons laterais: Cafu e Roberto Carlos, um meio campo e uma defesa forte, e os craques Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo na frente”, salienta.

Para ele, somente agora desde 2002, é que voltamos a ter uma seleção que não depende de um jogador. “Hoje a seleção não depende do Neymar. Temos um bom meio, uma boa zaga e um ataque acima da média e não vejo como ela não chegar à final da Copa. Até agora não vi nenhum bicho papão, nunca vi uma Copa tão fácil para o Brasil como essa”, afirma.

Kajuru assegura que Neymar é importante para a seleção, no entanto, não existe mais Neymar dependência e o Brasil pode sim, ganhar a Copa sem o Neymar.

A vereadora Sabrina Garcez (Republicanos) que já foi comentarista esportiva e jogadora de futebol, também avaliou a nossa seleção. Para ela o time teve uma evolução desde a Copa de 2014, “aquele time era muito ruim, tínhamos um dos piores elencos”.

Ela assegura que a atual seleção é mesma a melhor desde 2002, e corrobora da mesma opinião de Kajuru, que hoje não há mais uma Neymar dependência. ” É incontestável a qualidade do Neymar. Ele é um jogador diferenciado, porém, a forma em que o Tite montou o time, diminui essa dependência. Hoje é muito difícil fazer gol no Brasil e quando vão ao ataque, saem em bloco”, pontua. Ela ainda destaca que, tanto Éverton Ribeiro como Pedro, jogadores do Flamengo que ainda não jogaram e não foram escalados para o time titular de hoje contra Camarões, são excelentes jogadores e espera vê-los atuando contra o time africano.

Leandro Ribeiro (PP) vereador e presidente da câmara de Anápolis, Presidente do Conselho Deliberativo da Anapolina. Segundo ele o futebol é mágico e nem sempre a melhor equipe vence. Olha o que aconteceu com a Alemanha mais uma vez eliminada. “Como brasileiro e engasgado com os 7×1 eu torci realmente para que a Alemanha ficasse fora. Isso mostra a força das equipes e essas seleções que estão se classificando irão dá muito trabalho”, crava.

Leandro também compartilha da mesma opinião dos entrevistados. “Nós temos a melhor seleção dos últimos tempos, com jogadores jovens e que se desatacam em seus clubes”.

Ele se difere dos demais quando o assunto é Neymar. “A seleção sem o Neymar não ganhará o hexa. Neymar é peça fundamental para a seleção, o Brasil precisa muito dele para avançar até a final”, assegura. Ele avalia o trabalho do treinador brasileiro como bom.

Sabrina Garcez deixa bem claro que o jogo de hoje não será fácil, e crava um placar de 1×0 para o Brasil.