Estamos nas oitavas, sentados, com a boca escancarada cheia de dentes, esperando Portugal ou Gana chegar

28 novembro 2022 às 19h32

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João Paulo Teixeira
Especial para o Jornal Opção
A briga PT/Bolsonarismo rodou o mundo e chegou no Catar já faz dias. Hoje, Brasil x Suíça, tivemos mais uma prova. Neymar machucado viu alguns lulistas — dizem os jornais que até o experiente Alckmin — aplaudiram seu tornozelo inchado e transferirem a expectativa do hexa para o jovem Pombo.
Richarlison foi quem ganhou, nas redes sociais, a simpatia e até a admiração da torcida, que, em sua maioria, desconhecia o exótico atacante do Tottenham que leva uma bolada de 60 milhões de euros por temporada. Urra, a esquerda sabia dessa?
Não sei.
O que se sabe é que hoje não deu para gritar o hino “pegue o pombo”.
Richarlison não fez muito. Aliás, impediu — literalmente mesmo — o gol de Vini Jr., o astro do Real Madri e teve que ser substituído por volta dos 20 minutos do segundo tempo. Parecia uma alma — penada — em campo.

Taí outro diferencial desse time brasileiro, além da incapacidade de juntar lulistas e bolsonaristas citados no primeiro parágrafo.
Desde o penta em 2002, há longevos 20 anos, não tínhamos duas seleções, uma no campo e outra no banco. Agora temos, o que dobra as chances do Hexa.
Fato é que todos os amarelinhos são ídolos das grandes equipes europeias. Protagonistas mesmo.
Gabriel Jesus, que ocupou o lugar do Pombo, joga no Arsenal, mas ficou famoso pelo Liverpool dos Beatles ao conquistar a copa mundial de clubes, também da Fifa.
Apesar da carinha triste de boneco de açúcar do filme de Shrek, Jesus deveria se alegrar com os R$ 64 milhões, sem impostos, que fatura por temporada e com a chance da sexta Estrela que lhe bate à porta.

Rodrygo, que entrou no lugar de Neymar; Casemiro, autor do gol; e o próprio Vini Júnior já vieram entrosados de uma das maiores escolas do futebol mundial, os camisas brancas do Real Madri. O trio já jogava tão mancomunado que faturou até a orelhuda da Champions.
O jogo de hoje foi difícil, 1 a 0 magro, suado, mas previsto por quem vê com alguma regularidade o esporte bretão.
O time suíço também tem jogadores nas grandes ligas europeias e mantém o recorde, desde 2006, como único time que foi eliminado da Copa sem tomar nenhum gol.
Naquela feita, foi excluído nos pênaltis, depois de arrancar três partidas com 0 a 0. Não estranhe se a Fifa mudar o nome do time para Suíça Retranca Futebol Clube.
Como o povo brasileiro gosta de futebol — mais ainda de ganhar, vide o absoluto desinteresse das massas pela atual liga da F1 —, vamos seguir, como nação, apoiando nossas duas seleções.
Estamos classificados, bem como a França de Kylian Mbappé. Vi os jogos dos atuais campeões; o clássico da Fúria e Alemanha e Argentina, que, apesar dos 2 a 1 com a Arábia, o resultado não representa o bom jogo que teve três gols anulados.
Aliás, como esse VAR anula gols, provocando uma alegria frustrada que, definitivamente, veio para ficar (o VAR retira, de alguma maneira, o caráter de imprevisibilidade dos jogos). Mas esse é assunto para outra oportunidade.
O fato hoje é que já chegamos nas oitavas e estamos sentados, com a boca escancarada cheia de dentes, esperando Portugal, Gana ou Uruguai chegar.
Que venha o próximo, amigooooosss.
João Paulo Teixeira, jornalista e publicitário, é dono da Agência Mind