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Iúri Rincon Godinho

Especial para o Jornal Opção

Não há clima de Copa no ar. Ou talvez eu esteja velho e não frequente os locais onde as pessoas usam camisas da seleção e tocam vuvuzelas.

Neymar milagrosamente está em campo. Ou a lesão não foi tão grave ou os médicos são mágicos. Talvez ambos. Ou, como está moda, talvez tenha sido um sósia.

O Brasil que entra em campo não é o dos jogos anteriores.

Rafinha dribla uns 15 e cruza. Acha Vini Júnior sozinho na área. Ele frita um ovo, come, faz o quilo e chuta. Gol.

Começou bem. É a nossa estreia na Copa.

Menos de 20 minutos e a Coreia do Sul comete um pênalti bobo, infantil. Neymar faz parecer que colocar na rede é fácil. Dois a zero e uma comemoração solidária, todo o time fazendo uma roda.

O Brasil deixa jogar, dá espaço. Gosto disso porque tenho o trauma da seleção de 1994, campeã do jogo travado e feio.

O terceiro gol é da Copa de 1982, um clássico. Daqueles que, quando a gente faz no futebol com os amigos, sonha com a jogada a noite inteira e é assunto da rapaziada durante um mês.

Fim do primeiro tempo. Me animo. Quatro vira, oito termina.

Neymar evita o drible, foge dos impactos. Está certo. Entram os reservas. O silêncio embala as ruas. Ninguém solta foguete. Apenas os mais otimistas compraram rojões para quatro gols. A Coreia faz um gol. Merecido. Eles são fofos. O jogo acabou no primeiro tempo. Não será de oito. Mas tanto faz. Foram 45 minutos mágicos.

Nossas esperanças estão renovadas. Penso em tirar do armário a amarelinha.

Aquele Brasil da primeira fase voltou, ainda bem, pra casa.