A pesquisa Quaest revelou uma queda significativa na imagem de Israel entre os brasileiros, enquanto também destacou as opiniões controversas em relação às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o país. Desde outubro de 2023, quando os israelenses foram alvos de um ataque pelo grupo Hamas. Na sequência, se iniciou um contra-ataque à Faixa de Gaza, que dura até hoje.

De lá para cá, a opinião favorável dos brasileiros em relação à campanha ofensiva de Israel diminuiu. Para efeito de comparação, no final de outubro, no início do ataque e contra-ataque, com bombardeio e invasão do território palestino, 52% dos brasileiros tinham uma visão favorável de Israel. Agora, quatro meses depois, o percentual caiu para 39%, enquanto as opiniões desfavoráveis subiram de 27% para 41%.

Por outro lado, a imagem da Palestina teve uma leve oscilação positiva, subindo de 43% para 45% em termos de percepção favorável entre os brasileiros durante o mesmo período. A pesquisa foi conduzida pela Genial/Quaest com 2 mil entrevistados entre os dias 25 e 27 de fevereiro, e foi divulgada pelo Jornal Folha de S. Paulo.

No levantamento, o declínio na imagem de Israel foi mais pronunciado entre os eleitores de Lula da Silva, onde a proporção daqueles que tinham uma visão positiva de Israel caiu de 42% para 24%, enquanto a visão negativa aumentou de 37% para 56%.

Já entre aqueles que se declaram eleitores de Jair Bolsonaro, houve um desgaste menor na percepção de Israel, com a visão positiva oscilando de 67% para 64%, e a visão negativa aumentando de 17% para 23%.

Cabe ressaltar que Bolsonaro tem sido um defensor de Israel, enquanto Lula tem criticado as ações do país. O atual mandatário brasileiro chegou a comparar as operações israelenses em Gaza aos atos do ditador Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, 60% dos entrevistados consideraram que Lula exagerou nessa comparação, enquanto apenas 28% discordaram.

Evangélicos

Essa proporção atinge 69% entre os evangélicos e é um pouco menor, 57%, entre os católicos. Os eleitores de Lula, apesar de críticos a Israel, também estão divididos em relação às declarações do político, com 43% acreditando que ele exagerou na comparação com Hitler e 45% discordando. Por outro lado, 85% dos eleitores de Bolsonaro criticaram as falas de Lula.

Após as declarações, o governo de Binyamin Netanyahu considerou Lula persona non grata em Israel. Quase metade dos brasileiros (48%) apoiaram essa atitude. Para eles, não houve exagero por parte do governo de Israel ao tomar essa decisão. Quando questionados diretamente sobre Israel e o Hamas, metade dos brasileiros discordou da ideia de que os israelenses exageram em sua reação ao grupo terrorista.

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