Macron é eleito presidente na França, enquanto Moon Jae-in vence o pleito na Coreia do Sul. União Europeia mais forte e possível diálogo com a Coreia do Norte são algumas das consequências

Emmanuel Macron e Moon Jae | Fotos: reprodução

A eleição mais esperada da semana, pelo menos do ponto de vista midiático, era a francesa. Afinal de contas, os dois partidos mais tradicionais da França não estavam no segundo turno, disputado no último domingo (7/5) por Emmanuel Macron, do movimento “Em Marcha!”, e Marine Le Pen, da Frente Nacional.

Com 66,03% dos votos, Macron, de 39 anos, se tornará o mais jovem a comandar o país e deve acabar dando continuidade às políticas do atual presidente, François Hollande. O centrista é favorável à União Europeia e o pleito acabou sendo visto como uma espécie de referendo sobre a permanência da França no bloco, já que Le Pen defende a saída.

Donald Trump e Brexit animaram nacionalistas no ano passado. Em 2017, os rumos parecem ter mudado. Além de Le Pen, Geert Wilders perdeu a eleição para primeiro-ministro na Holanda. Reino Unido e Alemanha ainda vão às urnas, mas os candidatos desta ala aparecem com chances remotas.

Enquanto isso, do outro lado do mundo, a Coreia do Sul anunciou nesta terça-feira (09/05), o resultado da eleição antecipada devido ao impeachment da ex-presidente Park Geun-hye, afastada do cargo no início de março em decorrência de um escândalo de corrupção. O novo presidente será Moon Jae-in, derrotado por Park nas eleições de 2012.

Moon foi refugiado da Guerra da Coreia, preso político durante a ditadura e é um renomado advogado em defesa dos direitos humanos. Porém, o que mais chama a atenção nele é o fato de estar disposto a se aproximar da Coreia do Norte. Contrário ao programa nuclear norte-coreano, Moon é a favor do diálogo e não das sanções, que, de fato, se mostraram ineficientes – Kim Jong-um permanece no poder e quem mais sofre com essa política é a população.
Além disso, o recém-eleito presidente da Coreia do Sul aparenta estar mais alinhado com a China do que com os Estados Unidos, que podem vir a perder um aliado estratégico na região. Deve-se esperar o que Moon fará na prática, mas a expectativa de mudança na geopolítica local é grande. Resta saber como Trump irá lidar com isso.