Orientador cultural de toda uma geração, o poeta e crítico literário merece uma biografia que mostre toda a sua grandeza

Não por acaso Maria Lúcia Félix de Souza Bufáiçal é boa poeta e excelente cronista. O pai, Domingos Félix de Sousa, era um cativante poeta e o top Afonso Félix, poeta nacionalmente consagrado, além de tradutor categorizado de poesia (por exemplo, de François Villon e Jorge Luis Borges).

Domingos Félix de Sousa: poeta, crítica literário e orientador cultural | Foto: Reprodução

Com ajuda do poeta Gabriel Nascente, Maria Lúcia organizou uma antologia de poemas do pai, livro que está indo para a gráfica, com apresentação do poeta e crítico Carlos Nejar, da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Há um aspecto a considerar sobre Domingos Félix de Souza: assim como Ezra Pound (e, no Brasil, Mário de Andrade), que ajudou a aprimorar o talento do poeta americano T. S. Eliot (autor do célebre “A Terra Devastada”), o bardo goiano foi uma espécie de orientador de uma geração de escritores, que ouviam suas ponderações com atenção, incorporando suas dicas aos livros que estavam escrevendo. Talvez tenha se descuidado da própria obra para ajudar a formatar a dos colegas. Acima de tudo, era um mestre dos mais gabaritados. Sabia tudo de literatura.

Antônio José de Moura, autor de “Sete Léguas de Paraíso”, romance sobre Santa Dica, sempre ouviu as orientações de Domingos Félix de Souza, o guia preciso de toda uma geração de escritores. Vivo, autor de uma obra de qualidade, Mourinha pode dar um depoimento a respeito.

Domingos Félix de Sousa merece uma biografia alentada. O que o tornará maior do que é ou tem sido percebido.