*Matéria originalmente publicada em 02 julho 2020

Está chegando a época de florescimento do ipê, no caso de Goiânia, o de coloração amarela e também o rosa. Esta árvore de magnífica copa dourada tem a designação indígena de Caraíba. E, foi essa a denominação que meu pai, o poeta Benedito Odilon Rocha, preferiu usar, em um poema sobre esse arbusto do Cerrado.

Eis o poema:

“– Ao vê-la, galhos secos, angulosa / perdida num recanto do Cerrado / Tronco encoberto em casca suberosa,/ e a folhagem de um verde descorado/, certo o botânico, o naturalista / por ela não dariam quase nada/ (Talvez nem mesmo  conste em sua lista / um nome para essa árvore enfezada).”

Ipê Rosa: em 2 de julho de 2020 | Foto: Jornal Opção

“No entanto, mal o mês de agosto vindo / Ei-la vestida em gala suntuosa / Toda de ouro, solene, majestosa / – u-a mancha amarela colorindo / a paisagem monótona dos campos.”

“Fala o poeta: /- Que arbusto lindo! / aquele ao longe, transbordado em flor! / E o roceiro, entendido na matéria: / – Aquela é a caraíba, seu dotô”…

Tenho uma bela tela com flores amarelas do ipê, ou caraíba, pintada pela excelente artista plástica Evandra Rocha. Esta artista sustenta que a árvore símbolo de Goiânia é o ipê amarelo e não o flamboyant.