O italiano trabalhava no Colégio Anchieta, em Silvânia. Mas, ao contrair uma doença venérea, foi enviado de volta à Itália. E acabou morrendo como militar na guerra

Esta é uma história verdadeira (que merece livro e filme). Em respeito aos mortos, vou omitir os nomes.

Na década de 1930 foi fundado na cidade de Silvânia, que então se chamava Bonfim, o Colégio Anchieta, que se tornaria importante instituição de ensino.

Benito Mussolini com soldados italianos | Foto: Reprodução

A iniciativa foi apoiada pelo arcebispo dom Emanuel Gomes de Oliveira e a escola dirigida por padres salesianos vindos da Itália, muitos dos quais também professores. Havia na comunidade os irmãos, que eram os auxiliares dos padres.

Um desses irmãos, um italiano alto, cuidava do que se chamava então almoxarifado. Tinha como incumbência ir uma vez por mês fazer compras em Araguari, no Triângulo mineiro, viajando pelo trem da Estrada de Ferro Goiás.

Numa viagem, ele aprendeu o caminho do pecado e visitou uma casa de prostituição. Quando voltou, teve uma febre alta. Foi chamado um médico e este revelou ao padre-diretor que ele estava com uma doença venérea.

O diretor sofreu bastante, pois gostava dele, mas fez o que era obrigado a fazer, excluindo-o da comunidade.

O irmão voltou para a Itália e meses depois chegou a notícia de que o exército o havia incorporado. O ditador Benito Mussolini estava ampliando a força militar.

O padre-diretor comentou que ele era um soldado de Deus e agora era soldado de Mussolini. O ditador fascista cometeu a covarde invasão da Etiópia. Morreram muitos   etíopes na resistência.

As baixas italianas foram reduzidas, mas uma delas foi o ex-irmão salesiano.