Mina do Abade, bom tema para um filme, que quase foi feito por Aurélio Tomassini

15 junho 2020 às 20h20

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O produtor queria fazer um filme sobre um problema ambiental em Pirenópolis. E eu seria o roteirista. Mas ele, depressivo, acabou se matando
No começo da década de 1980 houve um movimento para fortalecer o basquete em Goiás e alguns craques desse esporte do Rio vieram para Goiânia.
Entre eles, Aurélio Tomassini, que jogava no Botafogo carioca e que era também ligado ao cinema, como ator. Louro, alto, praticamente dois metros de altura, Aurélio tinha fama de homem bonito e havia feito papel de galã em alguns filmes.

Aurélio se tornou também empresário em Goiânia, sócio de César Sebba e, quando voltou ao Rio, decidiu produzir filmes. Fez “Massacre em Caxias” e pretendia realizar um filme em Goiás baseado num episódio acontecido no município de Pirenópolis.
O produtor queria que eu fizesse o roteiro para esse filme, que teria um apelo ecológico acima de tudo. Este fato foi o da exploração de ouro, por uma empresa estrangeira, na cachoeira do Abade, nas proximidades de Pirenópolis. Começou a ocorrer grande poluição do Rio das Almas e isso provocou uma revolta popular.
Certo dia, grande número de homens mascarados invadiu o local e destruiu as máquinas. De fato, se trata de bom tema para um filme. Mas Aurélio Tomassini acabou vencido por um processo depressivo que o levou ao suicídio.