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Haroldo de Britto disse que a descrição dos quintais de Corumbá de Goiás por Bernardo Élis tinha um toque impressionista

Nas antigas cidades goianas as casas sempre reservam generoso espaço para os quintais, que são floridos e arborizados, com jardins muito bem conciliados com as árvores frutíferas.

O saudoso amigo Haroldo de Britto apreciava muito a descrição dos quintais de Corumbá de Goiás por Bernardo Élis. Afirmava que o escritor dava um toque impressionista nos quintais que descrevia.

Embora o terreno das casas fosse menor quando Goiânia surgiu, todas as famílias que se mudavam para a então nova capital goiana tratavam de trazer mudas de árvores. A jornalista Olga Curado fez certa vez uma crônica falando do quintal de sua infância, na Rua 77, no centro de Goiânia.

Eis um trecho do texto de Olga Curado: “No quintal de minha casa, na Rua 77, havia uma mangueira. De dar água na boca. Faceira, inzoneira, de estirpe, inclinada e soberba e dava manga Bourbon. Manga com nome de rei. Nobreza de meu quintal. E na rua da minha casa passava o homem do leite. Passava o homem do pão. Passava sem cerimônia meninos com vagens de ingá. Que colhiam em um bosque. Da sobra de minha rua vinham trocando alegres as vagens por jatobá”.