Um pedido inusitado ouvido da plateia carioca para um craque da gaita

Em 1968, fazia um curso no Rio. Estava morando lá, na época, o ator João Bennio, que realizou um filme, Tempo de Violência. Algumas vezes tive oportunidade de me encontrar com Bennio no restaurante Fiorentina, no Leme, bairro que na verdade é o começo de Copacabana.

Bennio frequentava lá quase todas as noites e tinha sempre como companheiros os atores Mário Lago e Bororó, além do músico Edu da Gaita, como era conhecido Eduardo Badruz.

Mário Lago trabalhou em muitas peças de teatro, muitos filmes e muitas telenovelas. E também fez letras musicais, a mais famosa delas a de Amélia, canção imortalizada por Ataulfo Alves.

Lago, esquerdista, estava muito aflito com a situação ditatorial que o País enfrentava.

Edu era um craque na gaita e contou-nos um dia que, dando um concerto, um homem que estava na plateia pediu para ele tocar “aquela música do incêndio.” Na verdade, o homem queria ouvir era a Dança do Ritual do Fogo, que Edu tocava muito bem, do espanhol Manuel de Falla.

Segue a tal “música do incêndio”, executada por Edu da Gaita: