No sermão, o padre menciona Misaque, Sidraque e Abdenego, e um fiel da igreja tenta explicar por que dois deles faltaram à missa

Final da década de 1940, na cidade de Corumbá de Goiás, havia um novo vigário, que viera do Rio de Janeiro, padre Guilherme Ferreira dos Santos.

O religioso celebra uma missa na qual se fazia referência ao milagre da fornalha ardente. Presos da Babilônia, os profetas Ananias, Misael e Zacarias são tratados lá por nomes caldeus, Misaque, Sidraque e Abdenego. Condenados pelo rei Nabucodonosor à fornalha ardente, são salvos por Deus.

Em Corumbá morava um fazendeiro chamado Misaque, que não estava na missa. Um senhor esperou o padre na porta da sacristia e disse: “O senhor falou no Sidraque, ele não falta à missa aos domingos. Mas está chovendo muito, ele passa a semana na fazenda e a estrada, com tanta chuva, impediu a volta dele. Esse Abdenego não sei quem é não. Mas o Misaque não mora aqui não. Mora em Silvânia”.

O homem referia-se a Misaque da Costa Ferreira, que foi deputado estadual e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado.