O presidente argentino Javier Milei informou, nesta sexta-feira, 29, que a Argentina não integrará o Brics (grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Uma carta foi enviada para cada chefe desses Estados para informar a decisão. No documento, Milei escreveu que “não considera oportuno” participar do bloco.

A adesão da Argentina ao Brics havia sido acordada durante a cúpula do grupo em agosto deste ano, realizada em Johanesburgo, África do Sul. Naquela época, o país vizinho era presidido por Alberto Fernández. Caso não houvesse a desistência de Milei, a Argentina se tornaria parte do Brics a partir de 1º de janeiro de 2024.

Além de enviar o comunicado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Milei enviou mensagem aos presidentes Cyril Ramaphosa, da África do Sul; Xi Jinping, da China; Vladimir Putin, da Rússia; e ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

A justificativa do chefe do Executivo federal argentino para recusar o ingressar ao grupo, foi de que há “muitos eixos da política exterior atual diferem da administração anterior”. No entanto, no texto endereçado ao Brasil – maior parceiro comercial da Argentina – Milei reitera o “compromisso do governo nacional com a intensificação dos laços bilaterais, especialmente com o aumento dos fluxos de comércio e investimento”.

Mais integrantes ao Brics

Na cúpula de Johanesburgo, Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Irã e Emirados Árabes Unidos também foram aceitos como membros do Brics. Eles passam a integrar o grupo a partir de 2024. Nesse mesmo período, o então presidente Fernández afirmou que a Argentina buscava integrar o Brics devido à relevância singular do bloco no contexto internacional. Para o ex-presidente, isso tornaria uma referência geopolítica e financeira importante.

A formalização da decisão por parte de Milei não surpreende, pois, em 30 de novembro, dez dias antes de tomar posse, a futura ministra das Relações Exteriores, Diana Mondino, anunciou no antigo Twitter: “Não nos juntaremos ao Brics”.

Bloco

O Brics, fundado em 2006, abrange uma população de cerca de 3,2 bilhões de pessoas. Em conjunto, os países do Brics possuem um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 24,7 trilhões. Segundo estimativas do Banco Mundial, em 2022, o PIB da China atingiu US$ 17,7 trilhões (o segundo maior do mundo), seguido pela Índia em sexto lugar, com US$ 3,17 trilhões, Rússia em 11º (US$ 1,7 trilhão), Brasil em 12º (US$ 1,6 trilhão) e África do Sul em 32º (US$ 419 bilhões).

Com informações da Agência Brasil

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