“Tudo o que é novidade, e nos tira do que estamos acostumados, pode assustar”
24 setembro 2016 às 12h11

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Beth Silva
Sobre a matéria “Raquel Teixeira: ‘Reforma do ensino médio é a pauta mais importante para a Educação’” [Jornal Opção Online, 2150]: Para mim, como sempre, a fala da professora e secretária da Educação, Raquel Teixeira, ficou clara. Ela resume tudo muito bem na conclusão de seu discurso. Tudo o que é novidade, e nos tira do que estamos acostumados, pode até assustar. Mas da forma responsável e comprometida que já conhecemos dela, vamos enfrentar nossas dificuldades com muita coragem e a certeza de estarmos no caminho certo.
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“Permissibilidade escolar é a verdadeira responsável pelos índices do ensino médio”
Antonio Alves
“Hoje, eles evadem do ensino médio por falta de interesse no que está sendo oferecido.” Isso é uma doce ilusão de quem acha que vai fazer reforma de ensino sem acabar com as aberrações do Sistema. A partir do momento em que a escola proíbe o uso do celular em sala de aula, mas permite que o celular entre na escola, não terá competência para controlar a disciplina do aluno.
A permissibilidade dentro da escola é a verdadeira responsável pelos maus índices no ensino médio. Há alunos que trabalham a semana toda em um sistema de horário revezado, tendo apenas um dia de folga de seis em seis dias, mesmo assim a escola permite que o aluno esteja matriculado. Frequentando a escola uma vez por semana, ele já começou evadido. O Sistema faz suas graças e dentro da escola sempre tem alguém que quer fazer esmola com o chapéu do outro. Entrar na segunda aula, por exemplo, só desqualifica a escola e o discente, pois são 200 aulas perdidas e, assim, o aluno acaba esbarrando na evasão porque há contas que não fecham. Essas permissões acabam por estimular a corrupção daqueles que querem sim dar um jeitinho brasileiro.
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“Alicerçado em Sônia Braga, ‘Aquarius’ é um bom filme”
Lisandro Nogueira
Cezar Santos viu muito bem o filme e sua crítica, “‘Aquarius’ é melhor que o discurso micado de golpe” [Opção Cultural, 2150], viu a força da personagem com uma atriz no auge da interpretação. “Aquarius” é um bom filme, alicerçado em Sônia Braga. “Som ao Redor” é ainda melhor. Kleber Mendonça Filho domina a encenação, é estudioso e tem uma equipe que entende bastante de marketing.
Lisandro Nogueira é professor de cinema na UFG e curador da mostra “O Amor, a Morte e as Paixões”
“Homenagem à obra de Maurício de Sousa é simplesmente genial”
Marcos Juliano
Sobre “Turma da Mônica mostra para o mundo a força das HQs brasileiras” [Opção Cultural, 2148]: Adquiri a coleção completa recentemente (incluindo “Mônica – Força”, lançada há pouco tempo). A homenagem à obra de Maurício de Sousa é simplesmente genial! Cada artista transmite autenticidade, com seus traços únicos, e ao mesmo tempo resgata a nostalgia nos antigos leitores da Turma da Mônica. Vale a pena investir nessa coleção! Ainda não li todos, mas garanto que sempre fica a sensação de “quero mais”.
“Fusão de Bayer e Monsanto muda muita coisa no cenário do agrobusiness”
Adalberto de Queiroz
Sobre “Bayer compra a Monsanto por 66 bilhões de dólares. Juntas, faturaram 23 bilhões de euros em 2015” [Jornal Opção, Coluna Bastidores, 2149]: Vi um respeitável analista dizendo que “não muda nada”. A fusão muda, sim, muita coisa no cenário da produção agrícola de impacto (quando a necessidade de alimentos para uma população crescente é imperativo de altas pesquisas de produtividade). Muda também o cenário da geopolítica do business agrícola – a empresa nova, nascida do casamento feito em Washington, pode significar perdas de impostos e taxas pagas nos Estados Unidos e Alemanha (e Índia). É um viés a analisar também para concluir que, novamente: sim, muda muito o cenário do agrobusiness.
Adalberto de Queiroz é empresário.
“Ou mudamos o sistema agrícola brasileiro ou vamos viver em uma zona desértica”
Antônio Gonçalves Rocha Júnior
Parabéns pela entrevista “O Cerrado está extinto e isso leva ao fim dos rios e dos reservatórios de água” [Jornal Opção, 2048]. Simplesmente chocante. Mas o pior é que sabemos que não existe alternativa no atual cenário político e econômico. No meu ponto de vista, a única solução possível e urgente é o estabelecimento de um modelo econômico que possa controlar o “mercado”, que possa substituir o agronegócio por um tipo de agricultura sustentável, que não esteja voltada para a exportação e plantação intensiva, mas que respeite os limites da terra, sustentável e não voltada prioritariamente para a produção de alimentos para o mercado interno brasileiro.
Para que isso aconteça, é necessário romper com o agronegócio e com o atual modelo econômico. Precisamos de um sistema que não aja de acordo com os interesses do grande capital urbano e rural. O professor Altair toca em muitas questões importantes, mas a central é a discussão sobre o modelo agrícola brasileiro, que passa por muitas intervenções, desde a desapropriação de áreas perto de rios e córregos, deslocamento de cidades, criação de corredores ambientais, reforma agrária, entre outras medidas. Ou fazemos isso ou vamos viver em uma zona desértica. A discussão é urgente e envolve todo o Brasil.
Antônio Gonçalves Rocha Júnior é advogado.