COMPARTILHAR

Depois de problemas com a candidatura, o ex-prefeito Antônio Gomide pode enfrentar voto útil Foto: Fernando Leite/Jornal
Depois de problemas com a candidatura, o ex-prefeito Antônio Gomide pode enfrentar voto útil
Foto: Fernando Leite/Jornal

O ex-prefeito do município e atual candidato ao governo, Antônio Gomide (PT), tem baixos índices de intenção de voto no Estado. Nos bastidores, corre a informação que o PSDB utilizaria os dados para fortalecer a campanha do candidato à reeleição pela sigla, Marconi Perillo (PSDB). Assim, os eleitores de Anápolis, onde Gomide tem melhores resultados, escolheriam o tucano para desempatar a disputa com o também candidato Iris Rezende, do PMDB. Presidente do PT, Ceser Donisete afirma que é uma torcida da oposição e até muito prematura, uma vez que os eleitores ainda nem decidiram em quem votar, quanto mais votar estrategicamente. A premissa, segundo ele, é para o fim de setembro, mês próximo às eleições, e que até lá, a vítima do voto útil pode ser outra candidato.

A validação do voto útil seria pelo histórico manchado do PMDB no município e, por isso, Marconi seria uma melhor opção. O presidente tucano no município, Valto Elias, esclarece os burburinhos: “Não é nosso propósito. Até porque nós primamos uma posição política de consolidação democrática”. Ainda que a polarização entre os dois candidatos esteja acontecendo “naturalmente”, como diz Elias, a proposta peessedebista é outra. “Continuaremos trilhando nosso caminho e investiremos sobre o patamar avançado. As políticas propostas não são imediatistas e sim de consolidação do momento atual de dinamicidade social e econômica.”

No PT, a proposta não é tão diferente: “Faremos uma campanha de rua, como sempre fizemos”, diz Ceser Doniseti. Ir com os anapolinos é a proposta de campanha do PT, declara o também coordenador da campanha de Gomide. Mesmo que nada tão grandioso, como os outros candidatos estão fazendo, uma estrutura mínima é necessária. Por isso, os preparativos já são os últimos para inauguração do comitê da sigla, nesta semana.

O histórico de Gomide é consistente no município, mas mesmo assim o partido vai trabalhar muito para fortalecê-lo. De mãos dadas à juventude, em universidades, colégios, a campanha se fortifica com candidatos a deputado estadual e federal. As candidatas à Assem­bleia Legislativa, Dinamélia Rabelo e Letícia Silva, e o candidato à Câmara Federal, Rubens Otoni, são exemplos. O “porém” vem com a afirmação de Donisete de que o PT não tem curral eleitoral. “Eles são companheiros, apoiadores e parceiros da campanha, apenas isso.” O debate sobre “parcerias” foi intenso durante a semana, pois a sigla decidiu expulsar os prefeitos petistas que declararam apoiar Marconi Perillo.

Gomide é exemplo de prefeito que foi com o pires pedir ajuda ao governo estadual de sigla diferente. E realizou muito com apoios. E, caso eleito, sinaliza Donisete, ele apoiará os prefeitos de outros partidos. O problema, explicou, é que não se trata de Estado, União e município se juntarem para o bem da sociedade, com trabalho conjunto. “Se não fosse o governo federal, Marconi não estaria fazendo nada.” A expulsão foi pelo apoio à campanha adversária. Quando se filia ao partido é assinado um termo de concordância com o programa do partido. Se fizeram isso, os prefeitos estariam discordando deles mesmos diz Donisete. Por isso, categórico afirma: “A pessoa teria que ter a hombridade, a decência e a ética em sair antes. A filiação é um ato voluntário. Antidemocrática é a ação deles”.