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Lideranças de várias siglas apertam as mãos em convergência: por enquanto, a paz reina no cenário político anapolino
Lideranças de várias siglas apertam as mãos em convergência: por enquanto, a paz reina no cenário político anapolino

Uma imagem vale mais do que mil palavras. A foto que ilustra esta nota demonstra bem como anda o clima na cena política anapolina. Tecnicamente adversários, pelo menos no âmbito nacional e regional, o PT e PSDB — mais o PP e PSD — raras vezes dividiram o mesmo projeto político. Cada legenda sempre ocupou lados opostos da trincheira. Mas em Anápolis a coisa é bem diferente. Não há arestas a serem aparadas entre as lideranças destes partidos e o panorama aponta para uma convergência de siglas que, ao olhar do eleitor mais atento, em épocas passadas estavam em direções contrárias.

Na semana passada, o prefeito João Gomes (PT) recebeu em seu gabinete na prefeitura, em reuniões distintas, o vice-governador José Eliton (PP) e o secretário estadual do Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infra­es­trutura, Cidades e Assuntos Me­tropolitanos, Vilmar Rocha (PSD). Ambos os encontros, de caráter administrativo, não deixaram de revelar uma aproximação amistosa entre o Executivo estadual e a prefeitura.

Esta relação republicana já não é novidade. Porém ela se intensificou nos últimos dias e sinaliza que lá na frente, quando as conversações em relação ao processo eleitoral de 2016 se afunilarem, não haveria nenhum problema as lideranças do PP e PSD dialogarem com o PT de João Gomes para chegarem a um acordo no que refere à composição de uma ampla aliança.

O PP já faz parte do governo de João Gomes e o PSD anapolino integra o grupo denominado G4, liderado pelo PHS de Elismar Veiga e complementado pelo PPS e PEN. Já com o PSDB a coisa já estaria mais adiantada. O vereador tucano licenciado e superintendente do Produzir, Fernan­do Cunha Neto, é cotado para ser o vice do prefeito João Gomes na eleição do ano que vem. Não seria a primeira vez em que petistas e tucanos marchariam juntos em Anápolis. Em 2004, por exemplo, o deputado Rubens Otoni (PT) foi candidato tendo como vice o vereador tucano José Vieira, articulado pelo governador Marconi Perillo (PSDB) e por Fernando Cunha Júnior.

Seja qual foi o teor da conversa entre o prefeito João Gomes, o vice-governador José Eliton, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Anápolis, Luiz Me­deiros, o presidente da Goiás Industrial, Júlio Vaz, o presidente do diretório municipal do PSD, Thiago Souza, Fernando Cunha Neto e o presidente estadual do PT, Ceser Donizete, não há dúvidas que o bate-papo agradou a gregos e troianos. Ainda é cedo para dizer que estes partidos estarão na escalação do projeto de reeleição de João Gomes. Mas para formar uma ampla frente partidária, aparentemente, não haveria empecilhos.