Gomide, Maguito e Daniel em aliança contra a base Marconista
09 janeiro 2016 às 15h26

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O raciocínio é simples. Minar a base aliada do governador Marconi Perillo (PSDB) no processo de sucessão ao governo estadual em 2018, nas três principais cidades goianas: Goiânia, a capital, Aparecida de Goiânia e Anápolis. Isso significa que, a partir das eleições municipais deste ano, pode ser iniciado um processo de efetivação de uma aliança política envolvendo o prefeito de Aparecida, Maguito Vilela (PMDB), o deputado federal Daniel Vilela (PMDB) e o ex-prefeito de Anápolis Antônio Gomide (PT).
Mas afinal, como se daria esta aliança política abrangendo duas siglas que, internamente, são divididas por grupos e tendências com longo histórico de falta de unidade partidária? Tudo dependerá da sobreposição do grupamento liderado por Maguito em relação ao do cacique Iris Rezende. Se os Vilelas conseguirem sobrepor o decano peemedebista da liderança da legenda, o caminho estaria aberto para a consolidação da aliança com o PT da tendência de Gomide e de seu irmão, o deputado federal Rubens Otoni (PT).
A partir daí, a engenharia política para definição de cabeça de chapa, vice e Senado seria uma discussão sobre a qual não é possível fazer projeções neste momento. O estágio inicial se concentrará na formatação de uma ampla frente política que uniria três players políticos, respectivamente de Goiânia, Aparecida e Anápolis. Ou seja, três “grandes” dos maiores colégios eleitorais de Goiás. É de ressaltar que nestas cidades, com exceção de Anápolis, o PSDB de Marconi e partidos aliados nunca apresentou grande rendimento eleitoral.
Antônio Gomide teria a missão de tomar os votos dos tucanos em Anápolis. Eleito prefeito duas vezes (2008 e 2012), sua administração na “Manchester Goiana” foi uma das mais bem avaliadas da história da cidade. Os índices de 80% de popularidade à frente do Executivo municipal anapolino o credenciaram a disputar o governo em 2014. Apesar do revés nas urnas, o petista conseguiu ganhar de todos os candidatos no primeiro turno em Anápolis. Fato que demonstra grande capital político que será de fundamental importância para a reeleição do prefeito João Gomes (PT) em 2016 — e para os planos eleitorais de 2018.
Em ascenção
Já Daniel Vilela é uma força em ascensão. Vereador por Goiânia, deputado estadual por uma legislatura e, atualmente, deputado federal, o peemedebista sempre obteve votação expressiva na região metropolitana e em Jataí — município da região Sudoeste do Estado. Jovem, de boa estampa, trato fácil com aliados e adversários, o filho de Maguito tem afiado seu discurso e preparado novos planos que o levam para caminhos mais notórios na política. É inegável que o Palácio das Esmeraldas esteja em seu radar.
Apesar de ter sofrido duas derrotas seguidas (2002 e 2006) na tentativa de retornar a chefia do governo estadual, Maguito Vilela recomeçou do zero sua carreira política ao assumir a desafiante tarefa de governar Aparecida de Goiânia. Sua gestão tem agradado os aparecidenses, fato que explica ter sido eleito duas vezes (2008 e 2012) ao Executivo do segundo mais populoso município de Goiás.
Como se nota, este provável eixo pode fechar, eleitoralmente, os três principais municípios ao PSDB e as siglas que compõem a base aliada. Sobrou a região do Entorno do Distrito Federal, que deverá ser uma “Stalingrado” na batalha por votos. Deve-se ressaltar que este cenário é distante, mas seus ruídos já podem ser ouvidos neste ano de eleições municipais. A base para que a aliança política entre o clã dos Vilela e dos Gomide se viabilize, inevitavelmente, passará por 2016. Portanto, para quem observa atentamente a política goiana, é bom ficar de olho.